terça-feira, 1 de maio de 2012

Nota Pastoral


Desenvolvimento e trabalho


1. Desenvolvimento sustentável

Entramos no mês de Maio com o dia internacional do trabalhador, um dia feriado, para lembrar as lutas dos trabalhadores e suas organizações, criadas para defender o direito a um trabalho digno com remuneração justa. Com a industrialização e o implemento do trabalho dependente, apareceu a classe operária, muitas vezes em contraposição com o patronato e o capital.

A Igreja, para quem a dignidade da pessoa humana é uma prioridade a defender e promover, começou a sistematizar a sua doutrina social, baseada no evangelho e nas legítimas aspirações da pessoa. Assim foram sendo publicadas várias encíclicas ou cartas solenes dos Papas sobre a aplicação dos princípios da doutrina social da Igreja, tendo em conta o desenvolvimento socioeconómico. Desde a encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII, em 1891, até à Caritas in Veritate de Bento XVI, em 2009, foram publicadas muitas encíclicas sobre as problemáticas sociais, com reflexões e orientações profundas e concretas, um património importante, que, se fosse aplicado, muitas injustiças e problemas seriam evitados.

Todos nos habituamos a subir o nível de vida, o que implica crescimento económico, trabalho para todos e remuneração justa. Mas a Europa, face à crise da economia global, ao desequilíbrio das contas públicas e ao crescente endividamento externo de Portugal, que se viu obrigado a pedir ajuda para evitar a bancarrota, impôs austeridade, o que veio diminuir o consumo e as receitas provenientes do imposto sobre as transacções e o trabalho, com a insolvência e mesmo falência de muitas empresas e subsequente aumento do desemprego.

O trabalho é um direito da pessoa e faz parte da realização da sua dignidade. A evolução económica e o desemprego estão a desumanizar a nossa sociedade. Temos de encontrar outras politicas de desenvolvimento socioeconómico, que criem emprego, postos de trabalho. De contrário, estamos a fomentar uma sociedade injusta, porque priva muitas pessoas dos seus direitos fundamentais, O desenvolvimento económico não é ilimitado, mas tem de ser sustentável em todas as dimensões, no respeito pela dignidade da pessoa, pela ecologia e pelo bem comum.

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