quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

ENCONTRO DE FORMAÇÃO PARA ANIMADORES

Evangelização e Família

Mais um Encontro de Formação para Animadores da Comunidade na Diocese de Beja, o 14º, que desta vez, se realizou em Alvalade, no contexto da “Revitalização da Missão” e promovido pelo Centro Diocesano Missionário. O tema do encontro “Evangelização e Família” foi apresentado pelo Padre Manuel Nóbrega, sacerdote vicentino.
Estiveram presentes cerca de 30 pessoas vindas de Alvalade, Ermidas, S. Domingos, Porto Covo e Colos. Predominavam as pessoas adultas leigas mas também estiveram algumas jovens, três religiosas, o pároco, Pe. Sales e o Pe. Agostinho.
O encontro iniciou com um momento de oração de Louvor a Deus, muito intenso e bem ilustrado que nos fez saborear o grande Amor de Deus em todas as suas criaturas.



“Não sabíeis que devo estar na Casa de Meu Pai?”
O tema foi de enorme interesse e actualidade em sintonia com a preocupação da Igreja universal que, para tal, convocou para este ano um sínodo sobre a família.
O trabalho iniciou com a leitura da passagem bíblica que relata uma cena bem familiar. O episódio retratado por Lucas, o conhecido texto designado pela “perda e encontro de Jesus no Templo de Jerusalém”.
Este episódio mostra a preocupação de uma família natural, pais de Jesus, Maria e José que se preocupam e, aflitos, procuram o seu filho. Mas mostra também o encontro de Jesus com o Seu, Deus Pai, a quem ele deveria obedecer e fazer a Sua vontade. Quando Maria questiona Jesus, mais do que manifestar a sua preocupação, ela pretendia saber, conhecer, o que significava a resposta dada por Jesus. Maria “conservava – muitas - coisas no seu coração”. Era chegada a hora de lhe irem sendo reveladas.
Com base em extractos do “Documento preparatório de Sínodo de 2014 sobre a Família” e do Congresso Diocesano da Família, do Porto, reflectimos sobre a crise da educação da fé na família, a missão evangelizadora da família no projecto criador e salvador de Deus e, depois, em trabalhos de grupo reflectimos sobre várias questões contidas no texto sobre educação cristã na família.

Benefícios de uma crise
No ponto crise da educação da fé na família, reflectimos sobre o significado e a importância de “uma crise”. De tanto se falar sob o ponto de vista negativo escapa-nos o aspecto benéfico das crises que trazem sempre, e se bem aproveitadas, um crescimento, uma mudança. É assim também no desenvolvimento normal de qualquer criatura.
Todas as grandes fases do crescimento são fases críticas, e está particularmente presente em momentos cruciais da vida tais como a crise da adolescência, no discernimento vocacional, na perda de um ente querido, etc. Após uma crise, tem de haver um novo reequilíbrio, muda-se para um novo patamar, sempre diferente. É preciso perceber o que Deus nos quer dizer neste momento com a chamada crise na educação da fé na família.

Rapidez das mudanças
Actualmente, as mudanças são tão intensas e tão rápidas que dificilmente conseguimos estabilização nos novos padrões culturais. Por outro lado, o que eram considerados valores aceites desde sempre, deixaram de o ser. Os “mass média” exercem uma pressão que ultrapassa os ensinamentos da família. O pluralismo cultural confronta-nos com valores opostos e são apresentados de tal forma que é difícil para muitos fazer o discernimento desses valores contraditórios.



A oração como elemento de excelência na vida do cristão
Para um cristão, é fundamental a sua formação e a oração. Não basta ir à missa ao domingo ou receber os sacramentos. Tem de existir uma vivência coerente e partilhada. Deste modo, o cristão necessita dos outros com quem caminhar na fé. É o outro, o objecto das suas obras, “tudo aquilo que fizeres… é a mim que o fazeis”. Aumenta a nossa fé na medida em que amamos Deus no próximo.
A linha do Evangelho não é aquela da competição mas sim a da graça. É o dom da gratuidade e da confiança que hoje falta mesmo naqueles que se dizem cristãos. Estes dons podem ser valorizados através da oração individual mas sobretudo comunitária, para que possam servir como modelos de referência para os jovens.
Não nos podemos comparar com ninguém mas sim, sermos agradecidos, identificar os dons que Deus nos deu e questionar-nos como estamos a utilizar esses dons para realizar o desígnio que Deus tem a nosso respeito. O único modelo de comparação que Jesus nos deu foi o próprio Deus, sede perfeitos como o meu Pai é perfeito.

Trabalho de grupo
Reunimo-nos em cinco grupos e debruçámo-nos sobre algumas questões propostas no texto sobre as dificuldades da oração em família. As conclusões deste trabalho foram depois apresentadas em plenário.
Assim, verificámos que para criar um ambiente de oração, além da disponibilidade interior seria também necessário desligar mais a TV, que ocupa demasiado espaço nas nossas vidas; é possível e necessário que os pais assumam a responsabilidade da educação cristã dos filhos, porém, actualmente, muitos destes pais não têm formação religiosa e não se pode dar o que se não tem. Hoje são muitas vezes os filhos que trazem os seus pais para a Igreja; a maioria dos pais, precisamente por falta de formação, não sentem a necessidade da educação da fé dos filhos e os que a sentem, manifestam falta de tempo, falta de preparação e também, por vezes, falta de acolhimento dentro da paróquia.

Conclusão
Mais um encontro de formação que nos alerta, nos desinstala, e motiva para o essencial da vida. Pena que estejamos poucos a usufruir da disponibilidade e competência dos formadores. Um agradecimento ao Pe. Manuel Nóbrega e a quantos contribuíram para mais este evento.
Marieta Costa

Paróquia de S. Domingos

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Ano Vocacional Vicentino



A Província Portuguesa da Congregação da Missão (Missionários Vicentinos ou Padres da Missão), fez uma opção extensiva a todas as suas actividades e programações: fazer de 2014 um Ano Vocacional Vicentino.
Paróquias, Missões Populares, trabalhos com capelanias e com os Ramos da Família Vicentinas estão convocados para esta opção.
O responsável pelo sector da Pastoral Vocacional apresenta as razões desta opção e aponta caminhos de reflexão e acção para a vivência plena e empenhada de todos.


Porquê um ANO VOCACIONAL VICENTINO?

- Porque não se pode falar em Igreja sem se pensar em Vocações.
Na verdade, Igreja e Vocações constituem um binómio de interdependência recíproca essencial: não podem subsistir uma sem a outra. A vocação é uma realidade constitutiva do ser ecclesia – lugar de encontro dos «chAMADOS» ou Assembleia dos «conVOCADOS».

- Porque temos de aproveitar os “novos ventos” que animam a Igreja universal.
O Papa Francisco convoca-nos a uma nova “saída” missionária: “hoje todos somos chamados a esta nova «saída» missionária. […] Sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (EG 20).

- Porque nós, enquanto Província da Congregação da Missão, definimos a Pastoral das Vocações como urgência e exigência de fidelidade ao carisma.
Face à realidade de membros (só em 2013 partiram para a casa do Pai 4 confrades) e de candidatos (um único no Seminário Interno) a Assembleia Provincial 2012 concluía que a Pastoral das Vocações tem de ser uma urgência que nos deve mobilizar a todos sem excepção sob pena de não estarmos a ser fiéis ao carisma que nos anima: ao jeito de Vicente de Paulo, seguir Jesus Cristo, missionário do Pai e evangelizador dos pobres.

- Porque sentimos que na Igreja desta velha Europa falta ardor apostólico e missionário.
“Em muitos lugares, há escassez de vocações ao sacerdócio e vida consagrada. Frequentemente isso fica a dever-se à falta de ardor apostólico contagioso nas comunidades, pelo que estas não entusiasmam nem fascinam. Onde há vida, fervor, paixão de levar Cristo aos outros, surgem vocações genuínas (EG 107).

- Porque desejamos edificar comunidades cristãs que sejam verdadeiras escolas vocacionais:
Lugar que chama e onde se faz a experiência feliz de ser chamado para toda a vida; lugar onde quem se sente chamado não faz caminho sozinho mas é amado e acompanhado; espaços de liberdade onde no anúncio da fé, se consolida, progressivamente, uma clara proposta vocacional, dirigida a todos em cada fase da sua vida. Na Igreja de Deus, quem é chamado deve, por sua vez, ser alguém que chama.

- Porque queremos favorecer a aprendizagem da escolha.
Queremos ser sujeitos “pro-vocantes”, sem medo de ser contra-cultura e propor o aspecto dramático da fé – Cristo entregou-se por nosso amor -, como opção crente feita de escolhas quotidianas.

- Porque somos homens que acreditam no poder e na força transformadora da oração.
A oração é fundamental para uma genuína animação vocacional, mas não como alibi que nos dispensa de pensar no outro, ou até de assumir as próprias responsabilidades. A oração vocacional é-o verdadeiramente não só quando multiplica horas de oração para pedir a graça de vocações missionárias, mas na medida em que predispõe as pessoas a assumir uma atitude correcta nesse sentido, ou seja, a atitude de responsabilidade unida ao empenhamento pessoal.

Neste mundo em mutação todos somos chamados a mudar [CONVERTER] tendo em conta as novas exigências e perspectivas, tal como as novas formas de se auto-conceber e de exercer o ministério missionário. A Pastoral Vocacional propõe que as comunidades possam acolher no seu próprio ser e modo de agir a dimensão vocacional. De tal forma que, a nosso ver, aqui tens sete boas razões para te empenhares ainda mais na vivência e celebração deste ANO VOCACIONAL VICENTINO.

P. Fernando Soares, CM

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Revitalização da Missão - Alvalade

Vocação e Missão
Vocação e missão são inseparáveis. O chamamento traz uma missão concreta e exige uma resposta. Quem é chamado e responde, assume levar por diante o compromisso, com fidelidade e entrega.
Na “Revitalização da Missão” em Alvalade, deu-se relevo às vocações de consagração a Deus: vida sacerdotal, vida religiosa e consagração laical. A paróquia de Alvalade tem sido abençoada filhos seus que vivem vocações de Consagração: Padre Hugo, pároco de Castro Verde, P. Daniel, pároco de Cuba, P. Atalívio, pároco em Castro Marim/Giões, na diocese do Algarve, Irmão Paulo, dos Irmãozinhos de S. Francisco-Beja, Irmã Rosa, franciscana e Maria Inácia, leiga consagrada.

No dia dedicado à Igreja, a comunidade paroquial, quis agradecer a Deus este dom e reuniu-se em celebração litúrgica, presidida pelo Bispo diocesano e cantou a maravilha da vocação e missão dos seus filhos. Por razões de saúde, o P. Atalívio e a Irmã Rosa não puderam estar presentes. Todos os demais se associaram a esta celebração. Durante a tarde, D. António Vitalino visitou as famílias dos sacerdotes e irmãos, num gesto de agradecimento e de presença.
A Eucaristia, solene por natureza, contou com o testemunho de cada um dos vocacionados e foi enriquecida com a presença de muitos familiares e amigos, não só de Alvalade como também das paróquias ao cuidado pastoral do P. Sales. Seguiu-se um jantar-convívio na Casa do Povo, em ambiente de festa e de louvor.

Cuidar da vocação
Foi um momento digno, muito importante e desafiante. Em tempo de Missão ou fora dele é necessário valorizar a vocação e missão dos filhos de cada terra e lugar. Cuidar da vocação, além de rezar e de fazer a proposta, é salutar, criar momentos como este, em Alvalade. São momentos de acção de graças, de estímulo, de testemunho concreto.
Oriundos das paróquias da nossa diocese há sacerdotes diocesanos, de congregações ou ordens, bem como religiosos e religiosas e leigos consagrados.
Será que são todos conhecidos, sabemos o carisma ou missão que exercem, rezamos por eles? Vamos pensar em estimular e acompanhar as vocações, agradecendo a Deus este dom e acarinhando e fazendo-nos presença junto dos que deram o seu sim e vivem a missão na evangelização, no serviço e na caridade.


Evangelização e Família
Na Missão Popular há um dia dedicado à família. É um momento de louvor e de bênção, de presença e de reflexão. Nem sempre é fácil mobilizar e reunir os casais, pais e filhos, para esta celebração. Vai-se conseguindo que alguns participem. A ida às casas da família, seja para a refeição seja para a visita, também ajudam a uma proximidade e a um abrir espaço para este acontecimento.
Num ou noutro caso, as assembleias familiares também conseguem criar laços de vizinhança que, por sua vez, levam a uma participação de mais alguns casais. São pequenos passos que ajudam a levar às famílias uma palavra, uma resposta, uma inquietação. Mas é preciso fazer muito mais.
Em Alvalade, mas não só para esta paróquia, foi promovido um Encontro de Formação direcionado para a Família. Mesmo coincidindo com o Fórum diocesano sobre a Educação, a participação nesta acção ficou muito aquém do que se podia esperar.
É preciso fazer mais e melhor. Como fazer e o que fazer, eis a questão. Mas, cruzar os braços não é atitude evangélica. Ir ao encontro, abrir portas, fazer-se presente, talvez ajude a ganhar a família e a fazer dela mais família e mais igreja.

Comunidades de reflexão
Com maior ou menor dificuldade, na Missão, tem-se apostado nas Assembleias familiares. As resistências, por vezes, são grandes: a falta de animadores, a falta de disponibilidade (horários diversos, camadas etárias diferentes), a pequenez dos espaços, são algumas das dificuldades, mas nem sempre são as maiores. Mesmo assim, vai-se conseguindo lutar contra a corrente.
Em Ermidas-Sado, neste tempo de revitalização da Missão, funcionaram 4 Assembleias. Em Alvalade, foram 5 as Comunidades que retomaram o caminho, começado na Missão de 2009. Os temas “Onde está o teu coração” e “Cristãos comprometidos na comunidade” ajudaram a uma reflexão profunda e a um testemunho que vai continuar, em próximas reuniões, com o tratamento dos temas do Sínodo Diocesano.
A este propósito e neste contexto, e em dia em que se celebrava o 2º aniversário da páscoa de D. Manuel Falcão, foi recordada a frase que este proferiu num Encontro de Assembleias, em Alvalade: “Não podemos concordar em rastejar quando sentimos o impacto de voar”.
Nestas 2 comunidades, o “tempo de Revitalização” com as suas dinâmicas, presença e intensidade de propostas, envolveu as pessoas e as instituições (centros de dia e escolas), lançou desafios e proporcionou vivências muito intensas. Valeu a aposta. Que Deus seja louvado!

P. Agostinho Sousa,


                                                                                                                                                          CDM/Beja

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

PREPARAÇÃO DA MISSÃO NAS PARÓQUIAS MILICIANAS

Agendada para as paróquias entregues ao serviço pastoral da Comunidade dos Milicianos de Cristo. Uma vez que é uma zona muito grande e dispersa,  abarcando seis paróquias e diversos montes, esta acção missionária vai realizar-se em três datas diferentes: Colos e Relíquias, de 30 de Março a 13 de Abril, S. Martinho das Amoreiras e Santa Luzia, de 18 de Maio a 1 de Junho; Vale de Santiago e Bicos, viverão o tempo de Missão de 16 a 30 de Novembro.
Após o anúncio nas várias igrejas paroquiais, tem havido reuniões de preparação para os animadores e, últimamente, está a ser feitos os contactos porta a porta, de casa em casa.
A Comunidade miliciana, através da folha dominical, tem apresentado vários textos com  formação e informação sobre este momento importante para a vida das paróquias. O pároco, P. Reuber, fez uma mensagem para as famílias a que deu o nome“Convições para avançar para a Missão”.
Sendo um texto, cheio de ensinamentos, desafios e propostas, faz todo o sentido que seja partilhado com todos.

Convicções para avançar para a Missão
1 - A vida é uma missão. Missão não é uma palavra exclusivamente religiosa, é uma exigência antropológica, faz parte da essência da pessoa, pois não somos perfeitos, somos seres caminheiros. Portanto, não se vive sem missão, ela é o fio condutor da vida. A Bíblia sustenta e radicaliza essa exigência profundamente humana.
2 - A missão tem a ver com os grandes problemas e desafios de hoje. Ela acontece dentro da história, não fora. Missão e transformação libertadora são inseparáveis.
3 - Deus é missão. O Deus da Bíblia é, antes de tudo, Deus-mistério, não é criação humana. Ele é sempre mais do que nós podemos imaginar, não cabe nas nossas definições. Ele revela-se gratuitamente à humanidade porque é Amor. E onde há amor, há missão. Sim, Deus é Missão no grau máximo, mas não é uma missão qualquer, é missão que visa a transformação e a libertação, a todos os níveis. A Bíblia é o depoimento escrito da missão de Deus no mundo. É fundamental ter presente isso para uma leitura fiel da Bíblia.


Ser discípulo missionário de Jesus
4 - Jesus de Nazaré é a revelação plena da missão trinitária. É preciso acolhê-lo na fé e com fé, com tanta humildade e gratidão; é preciso cultivar o encontro pessoal permanente com Jesus Cristo, na oração silenciosa e amorosa, no estudo do Evangelho, na vida comunitária, nas celebrações, nas lutas pela vida e pela ética.
5 - O Espírito Santo é força, luz e graça, para actualizar hoje a missão de Jesus, como o mesmo Jesus disse na hora da despedida: “O Espírito Santo descerá sobre vós, e dele recebereis a força para serdes minhas testemunhas até aos confins da terra” (At 1,8).
6 - Ser discípulo missionário de Jesus Cristo é fonte de imensa e verdadeira felicidade, é uma oportunidade fantástica para viver uma vida verdadeira, profundamente humana e divina. O seguimento de Jesus, único Mestre, é caminho seguro para construir comunhão eclesial, valorizando, ao mesmo tempo, as diferenças que enriquecem.

A Igreja é missão
7 - A Igreja é missão. Ela não inventa a missão, é herdeira da missão de Deus, está ao serviço da missão de Deus, esta é a razão da sua existência, o seu ADN. A sua vocação é concretizar a missão de Deus no mundo de hoje, com a força do Espírito Santo. 
8 - A Igreja deve viver num processo permanente de conversão para ser fiel à missão de Deus. Tudo na Igreja deve ser visto e revisto à luz da missão de Deus. Tudo mesmo: instituições, estruturas, sacramentos, liturgia, oração, celebrações, padres, bispos, religiosas, movimentos, comunidades, formação, cursos de teologia, bens económicos, carismas, obras de caridade, seminários, colégios, universidades; tudo enfim.
9 - Na Igreja não pode haver lugar para burocracia, enfeites, status, privilégios, títulos, medalhões e estruturas que impeçam a missão.

Testemunhar e servir
10 - Missão não é para conquistar adeptos, de qualquer maneira; é para dar sentido verdadeiro à vida. É para testemunhar e servir, gratuitamente.
11 - A missão não é uma actividade a mais, por algum tempo, é o coração de tudo, é um processo permanente, até ao fim da nossa vida.
12 - Missão não é, em primeiro lugar, uma questão de técnica pastoral, mas de mística e de espiritualidade. Experiência mística trinitária e missão são algo inseparável. É a constatação geral de que a grande causa de tantos males na pastoral está na falta de espiritualidade. O que se vê é muito rito, muito espiritualismo, mas muito pouca espiritualidade. Daí o activismo, a superficialidade, a concorrência, a confusão, os medos, a falta de rumos e de verdadeira comunhão eclesial.
13 - Missão não é para justificar instituições e situações, é para abrir caminhos novos de mudança, sempre, com fidelidade e criatividade, com ternura e ousadia.
Venha ser um discípulo(a) missionário(a)!

P. Reuber Daltio

e Comunidade dos Milicianos de Cristo

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Revitalizar e fazer caminho


Desde o dia 9 de Fevereiro que as comunidades paroquiais de Ermidas-Sado e de Alvalade vivem um tempo revitalização da Missão Popular. Primeiro foi a Paróquia de Ermidas. Há cerca de uma dúzia de anos, aconteceu a Missão.
O tempo foi passando, os párocos foram mudando e era necessário reavivar o caminho feito e fortalecer a comunhão.


Depois de acolhida a imagem de Nossa Senhora das Missões vinda de Porto Covo, em domingo de vendaval e tempestade, funcionaram em dois dias consecutivos 4 assembleias, às quais se deram os nomes de Pedras Vivas, Luz, Semente e Paz e Vida. As pessoas acorreram e participaram com interesse e com muito entusiasmo. Nos testemunhos que deram, todos se comprometeram a fazer caminho juntos, tornando-se Grupos Sinodais, que vão reflectir as catequeses do Guião do Sínodo Diocesano sobre a Palavra.

Celebrações e momentos
Nos quatro dias a seguir foram feitas celebrações que, a partir de sinais concretos, tocaram fundo dos que acorreram à Igreja. O envolvimento na preparação e na execução dos sinais fizeram com que houvesse um caminho interior que foi percorrido e emprestaram um ar de festa ao ambiente criado e vivido.
Não foram esquecidos os doentes (visita domiciliária) e os lares (particular e o do Centro de Dia). A estes, no Dia Mundial do doente, foi ministrado o sacramento da Unção dos Doentes e fez-se-lhes a surpresa de terem no seu meio a Imagem de Nossa Senhora. As crianças, nas escolas e na catequese e as famílias, na igreja, tiveram momentos de oração, reflexão e de compromisso.
Uma semana cheia e em cheio que foi fechada com chave de ouro: a presença e presidência do Pastor diocesano, D. António, que a todos saudou, animou e desafiou para escolherem o caminho da vida, a deixar-se tocar pelo amor de Deus e a serem sinais visíveis desse amor de Deus. Depois de escutar os testemunhos dos responsáveis das quatro comunidades, entregou-lhes o novo guião para as futuras reuniões. O senhor Bispo apontou como objectivo a realizar o crescimento das comunidades quer em número quer em qualidade para que todos sejam cada vez mais fiéis à proposta do Evangelho: que a vossa linguagem seja: “Sim, sim; não, não”.


Conduzida pelos “Soldados da Paz” e guardada pela GNR
Estava uma tarde de sol radiante. Os Bombeiros de Alvalade e o carro da GNR de Ermidas-Sado pararam em frente à Igreja. A uns cabia a tarefa de transportar a Imagem da Senhora, a outros, o serviço de proteger quem, em caravana automóvel, fez o percurso de Ermidas para Alvalade, passando por Ermidas (Aldeia) e pela Mimosa.
Num e noutro local fez-se uma paragem, criando-se uma momento de oração e de bênção. Muitos foram aqueles que se dispuseram a acompanhar Nossa Senhora e, nos locais de paragens, fizeram-se altares onde era visível o empenho, a alegria e a fé desta gente simples e à espera de algum momento em que, de forma mais visível, possa manifestar o seu amor à Virgem Mãe.
Na Mimosa, no local de paragem, além dos que se reuniram propositadamente para este encontro, muitos mais foram aqueles que passaram em direcção ao sul ou ao norte e, com respeito, abrandavam o andamento e saudavam a Senhora que, do alto do seu altar, aqui no caso, do alto do tejadilho do carro dos bombeiros, a todos dispensava as suas graças e bênçãos.


Acolhida em Alvalade pelas crianças e adultos
À hora combinada, pela rua principal da histórica vila de Alvalade, passou a Imagem da Senhora das Missões que foi acolhida pelas crianças, catequistas e povo, logo à entrada da povoação. A oração e os cânticos assinalavam a passando, acorrendo muitos às varandas e portas para colher uma foto. Depois, também esses, acorreram e foram engrossando a procissão que entrou na igreja matriz.
Aí, foi celebrada a Eucaristia de envio, recebendo a cruz, sinal do missionário, cerca de duas dezenas de pessoas: equipa missionária, animadores, donos das casas e visitadores. O coro paroquial animou o canto que deu um tom de festa a este tempo de revitalização da Missão em Alvalade.
Ao longo da semana, nos primeiros dias, irão funcionar 5 assembleias. Posteriormente, no dia da celebração temática sobre a Igreja, chamado Dia Vocacional, vão reunir-se em celebração presidida pelo Bispo diocesano, os três sacerdotes, oriundos de Alvalade, bem como os consagrados, leigos e religiosos desta terra. Será uma celebração única.
A imagem da Senhora irá, um dia, ao Centro de Dia e outro, ao Agrupamento de Escolas, passando ainda pelos Bombeiros Voluntários.
Com o tema “Família e Evangelização”, no sábado, dia 22 de Fevereiro, das 10h00 às 16h00, e orientado pelo P. Manuel Nóbrega,  completar-se-á o programa de revitalização da Missão para que todos, com Maria, façam o caminho que leva a Deus e aos irmãos.

P. Agostinho Sousa,

CDM/Beja

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Testemunhos Missionários



Porto Covo: Um casal em Missão
O que dizer da nossa participação, como elementos da equipa missionária, numa “Missão Popular Vicentina”?

Equipa Missionária
A equipa era composta por um sacerdote Vicentino, Pe. Agostinho, uma religiosa do Bom Pastor, Ir. Conceição e nós, como casal, Marieta e António, da paróquia de S. Domingos - Santiago do Cacém. A “Missão” realizou-se em Porto Covo de 19 de Janeiro a 02 de Fevereiro.


Uma nova experiência
A Missão do Porto Covo decorreu, na nossa modesta opinião, muito bem. Foi a primeira vez que participámos numa equipa de missionários. Procuramos desempenhar o melhor possível, com alegria e com boa vontade, esta nova experiência. Deste modo, como igreja que somos, respondemos e tentamos viver este desafio.
Numa localidade, como Porto Covo, com pouca população e em tempo de inverno muito rigoroso, a nossa participação, como casal e como equipa, foi muito positiva. Verificámos nos participantes uma grande satisfação, bem nítida e sentida nos seus testemunhos.

Assembleias Familiares
Constituíram-se três Assembleias Familiares (Farol, Laços de Amor e Renascer), com uma média de doze pessoas cada. Começaram com alguma timidez mas, aos poucos, foram-se compondo e, finalmente, com um bom resultado. Sabíamos que havia na localidade um grupo de pessoas activas na igreja. Já tínhamos conhecimento dessa realidade. Foram essas pessoas que aglutinaram a sua vizinhança.
Essas pessoas dispensaram o alojamento para a equipa missionária e providenciaram as refeições, (óptimas refeições) para toda a equipa nas suas próprias casas, no refeitório escolar ou em restaurantes, durante todos os dias da missão. Esse grupo de pessoas colaborou na organização e deu a cara, sem qualquer acanhamento, em todos os momentos da missão.


Organização e acção
O Pe. Agostinho teve um papel muito empenhado, com muita capacidade de organização e de acção. Era ele sempre o último a deitar-se e o primeiro a levantar-se, sempre agarrado ao computador, em casa, e a organizar e a partilhar o programa do dia. Todos os dias foi feito o programa, mas dois funerais, que em Porto Covo são velados na igreja, fizeram com que tivéssemos de o alterar por duas vezes.
Soube dar a volta à situação, tendo contribuído para que todas as partes, missão e familiares dos defuntos, acolhessem com satisfação o que foi proposto e, deste modo, também participassem na Missão.

Aprofundar juntos a nossa fé, os nossos valores
Para nós, foi importante participarmos como casal. Pudemos aprofundar juntos a nossa fé, os nossos valores. Tivemos de superar as nossas dificuldades individuais para ir ao encontro, do todo, quer da equipa quer da comunidade local. Ao vermos as pessoas felizes fomos contagiados pela sua alegria.
Saímos da Missão mais enriquecidos, não só individualmente mas também como casal, como família alargada que vimos crescer nestes dias. Sentimo-nos mais Igreja.
(Marieta e António, casal em Missão)





Experiência maravilhosa
No dia 16 de Novembro de 2013, fui convidada pelo Pe. Agostinho para fazer parte da equipa missionária em Porto Covo, que decorreu de 19 de Janeiro a 02 de Fevereiro de 2014. Primeiro hesitei, por me parecer que pouco ou nada podia fazer, dada a minha idade e limitações. Apesar disso decidi arriscar e aceitei. E não estou arrependida.
Foi uma experiência maravilhosa, pela oportunidade que tive de conhecer outros irmãos na Fé! Pela primeira vez participei numa actividade destas. A minha Comunidade Religiosa, rezou por mim, e deixou-me partir em paz. Por isso, digo a todos: não tenham medo. Digam sim quando baterem à vossa porta. Temos de dar a nossa quota-parte, por pequena que seja. O reino de Deus constrói-se com coisas pequenas.
Assumir e continuar a Missão
Fiquei contente de ver, nesta Missão, a presença do Pároco, Pe. José Pereira. Quero agradecer ao Pe. Agostinho a sua generosidade e dizer-lhe o meu muito obrigado pela sua bondade e delicadeza. Também quero agradecer ao casal Marieta e António Vilhena todo o carinho e atenções que tiveram comigo. Às pessoas de Porto Covo que nos acolheram com tanta simpatia e carinho, que cuidaram do nosso alojamento e alimentação. Pelo sacrifício que isso representou para todos, muito obrigada. Povo de Deus em marcha, estamos em Sínodo Diocesano!
Que no Senhor Jesus e Sua Mãe Maria Santíssima encontrem sempre a força de continuar o que assumiram nesta Missão Popular. Que tudo isso possa contribuir para que o Reino de Deus se estenda a todos. Seja Deus louvado em tudo e sempre. Amén!
(Ir. Conceição Guimarães,

Irmãs do Bom Pastor-Colos)