domingo, 31 de março de 2013

Páscoa Feliz!



Oh nova Páscoa!
A nossa Páscoa imolada, Aleluia!
É Jesus Cristo, o Senhor, Aleluia!
 Oh nova Páscoa! Oh festa do triunfo
de Cristo glorioso, que nos veio salvar!
Oh nova Páscoa! Alegria do mundo!
A vida nos abriu suas portas de glória!
Oh nova Páscoa! A sala do festim
encheu-se de convivas, celebrando o Senhor!
Oh nova Páscoa! Os baptizados vêm
com túnicas de festa às bodas do Cordeiro!
Oh nova Páscoa! O vencedor da morte,
Jesus ressuscitado, nos dá a vida eterna.
Hino da liturgia
ACartageno - Beja

quarta-feira, 27 de março de 2013

Tomai e comei... Tomai e bebei...




Páscoa é uma experiência de reconstrução do homem. Vivida pelo Povo eleito como libertação da escravidão e passagem à vida, a Páscoa será, ano após ano, recordada como alicerce firme da Aliança de Deus com o seu Povo. Quando os Israelitas chegaram às portas da Terra de Canaã, Moisés enviou os chefes de tribo para explorarem a terra e perceberem se podiam ou não entrar. Ao regressarem, uns relatavam a opulência do país e denunciavam a impossibilidade de entrar nele, outros sentiam as condições adversas como um verdadeiro desafio. Apenas Caleb e Josué se mostraram optimistas por uma razão de fé: O Senhor está connosco, não os temais. O que distinguiu Caleb e Josué não foi tanto a percepção do país, das suas gentes e das suas condições, mas sim a sua confiança em Deus. A grande dificuldade de Israel, naquele momento, era feita da conjugação do medo que nascia da observação da realidade com a falta de confiança em Deus. Os que confiaram entraram, os outros não.

Naquele momento, às portas de Canaã, Israel teve de mudar de paradigma na sua vida: os seus conhecimentos de Canaã não eram inválidos, mas a confiança em Deus tinha que ser maior (Num 13, 1-3; 17-33; 14, 1-34; Lc 4, 16-22).
A memória do processo de libertação, com todos os seus momentos e experiências, dá ao povo de Deus a segurança da intervenção criadora e salvadora de Deus. Porque é memória regressa com o coração às situações e experiências humanas de limite; mas porque é memória de libertação, volta-se para o futuro, constrói e fundamenta a esperança.

Foi esta Páscoa que Jesus celebrou e foi a esta Páscoa que Jesus deu novo sentido e novo horizonte. Jesus celebra a Páscoa com os discípulos mas agora os territórios de escravidão e de morte têm outros nomes: chamam-se pecado e incapacidade de amar, chamam-se infidelidade e idolatria. Por isso, ao pão e ao vinho, Jesus dá um novo significado e um novo horizonte. Doravante serão a expressão e o testemunho da sua entrega, do seu amor. Alimentar-se de Jesus é isso mesmo, alimentar-se do seu amor. E daí resulta uma nova Páscoa: ao Cruz, ao contrário de ser o fim da vida de Jesus, é a sua plenitude.


Tomai e comei... Tomai e bebei..., continua a Igreja a dizer por mandato de Jesus. Se Jesus o disse de si mesmo e se a Igreja é o Corpo de Cristo, significa que dar-se por amor em alimento é a fonte da nossa missão.

A Igreja renova-se, pois, todos os anos na celebração da Páscoa.Nasceu como Comunidade / Corpo de Cristo ressuscitado (a Igreja são os que dizem “sim” a Cristo e projectam a vida como seguimento e participação da vida de Cristo) e renova-se fazendo memorial da sua origem, do seu alicerce e da sua missão e finalidade.

Já na Semana Santa, mas ainda fora do Tríduo pascal, celebra-se em todas as Dioceses a Missa Crismal que reúne o Povo de Deus com os seus Pastores mas onde o que é mais expressivo é a reunião de comunhão (eucarística) dos Presbíteros de uma Diocese com o seu Bispo. Parecendo que é apenas uma acção interna da Igreja, a Missa Crismal é, no entanto, a expressão de uma Igreja que não existe para si mesma, mas sim para ser sinal e sacramento de Jesus Cristo.
Reunidos em comunhão com o seu Bispo, e todos no horizonte do Povo de Deus, os Presbíteros renovam nesta Celebração as suas Promessas Sacerdotais. E é também nesta Celebração que o Bispo diocesano consagra o Óleo do Crisma e benze os Óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos.

Reaviva o dom de Deus que está em ti pela imposição das minhas mãos é a palavra de S. Paulo a Timóteo na sua primeira carta. Renovar as promessas, hoje, é precisamente, reavivar o dom do sacerdócio ministerial. O dom não se reaviva por méritos ou qualidades pessoais, mas por encontro com o Mestre na oração e na vida de todos os dias.
«O Senhor Jesus Cristo, a Quem o Pai ungiu pelo poder do Espírito Santo e seu poder, te guarde para santificares o povo cristão e ofereceres a Deus o sacrifício» rezava o Bispo que nos ordenou quando nos ungia as mãos. Esse é o dom que é preciso renovar.

A renovação das promessas sacerdotais, num contexto de oração como é a Eucaristia, é, por isso mesmo, extremamente expressiva: afirmando a renúncia a si mesmos, os Presbíteros reafirmam a vontade de se configurarem com Jesus Cristo que veio para servir e não para ser servido; reafirmam, além disso, o sentido das suas vidas como fiéis dispensadores dos mistérios de Deus na celebração da Eucaristia e nas outras acções sem ambicionarem bens materiais mas unicamente movidos pelo amor a Deus traduzido no serviço da fé e da vida aos irmãos.

P. Emanuel Silva
Portalegre-Castelo Branco

terça-feira, 26 de março de 2013

Começar tudo de novo



1. Primavera e Páscoa


Todos os anos passamos por quatro estações, muito diferentes entre si, sendo a primavera a que mais maravilhas e beleza nos proporciona. Com excepção dos amantes dos desportos de inverno ou os veraneantes das praias, para a maioria das pessoas é a estação mais desejada. E não preciso de explicar porquê.
Para os judeus e os cristãos é no início desta estação, por altura da lua cheia, que se celebra a festa mais importante da sua fé, a Páscoa, que para uns faz memória da libertação da escravidão no Egito e para os segundos da paixão, morte e ressurreição de Jesus, que reconcilia a humanidade pecadora com Deus, liberta da raiz da escravidão e dá a certeza da possibilidade de uma nova primavera da vida.

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segunda-feira, 25 de março de 2013

Odemira: Missão, formação e juventude



De 16 a 23 de Março decorreu na Vila de Odemira um tempo de Missão. No sobe e desce das ruas e ruelas, com obras de empedramento novo e sinalizações a apontar saídas e desvios, os missionários foram à procura de doentes e pessoas idosas e sozinhas. O tempo de encontro foi sempre curto pois muito havia a partilhar e a escutar. O mesmo se pode dizer das instituições de bem-fazer, todas elas, valências da Santa Casa da Misericórdia de Odemira.
O centro das actividades foi a Igreja do Santíssimo Salvador, com oração de laudes e tempo de atendimento, de manhã, com Eucaristia, à tarde, e reflexão e oração, à noite. A participação ficou um pouco aquém do esperado, embora houvesse momentos muito concorridos, tais como o dia da família, o dia da Reconciliação e a noite da Via-Sacra. Nesses encontros, muitos foram aqueles que quiseram responder com a sua presença e participação activa, enchendo por completo a igreja. O mau tempo impediu que mais pessoas pudessem responder aos apelos do pároco e dos missionários.
O encontro com as crianças nos Jardins de Infância de Odemira e da Boavista dos Pinheiros foi um momento encantador e cheio de ternura e beleza, pois aconteceu no dia do Pai e os pequenos cantaram e encantaram e mostraram a caminhada que fazem com a ajuda do pessoal técnico e auxiliar, e com a presença das Irmãs Oblatas.

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terça-feira, 19 de março de 2013

Caminhar, edificar, anunciar




1. Sempre a caminho

Na breve homilia da Missa com os Cardeais, após o Conclave, o Papa recém-eleito, que adoptou o nome de Francisco, dizia que a Igreja e os cristãos são um povo sempre em movimento, num caminhar rumo à “terra prometida”, seguindo as pegadas e o evangelho de Cristo. Interpelados por Cristo, na obediência à sua palavra, deixamos um mundo, construído a partir de nós e voltado para nós mesmos, abrindo-nos a Deus e aos nossos semelhantes. O Papa advertia que muitos, como Pedro em Cesareia, professam a fé em Cristo como Messias e Filho de Deus, mas pensando num Messias vitorioso e glorioso, num seguimento de Cristo sem cruz. Se assim for, o cristianismo nada mais será que uma instituição piedosa, dizia ele, uma ONG sócio-caritativa, apenas voltada para a dimensão material da vida humana, sem o horizonte da vida eterna. O próprio Papa, cardeais, bispos, padres nada mais seriam que um nome, uma função, e não discípulos de Cristo, afirmou o Papa.
Este povo peregrino de baptizados, a partir da fé, tem de orientar-se a partir do Cristo como a Bíblia e a fé da Igreja no-lo dão a conhecer. Por isso, o verdadeiro discípulo de Cristo tem de ser missionário, sempre a radicar a sua vida no Mestre e contribuir para o crescimento e fortalecimento do Povo de Deus, sem medo da cruz.

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quinta-feira, 14 de março de 2013

«Uma lição para o mundo»



D. António Couto não ficou "surpreendido" com um Papa argentino e acredita que vai "ajudar a Igreja a ser mais próxima e mais missionária"

O bispo de Lamego disse ser bom para a Igreja ter um Papa que vem da Igreja “viva e missionária” da América Latina, como Francisco.



“Termos um Papa que vem da Argentina, esse mundo rejuvenescido e pujante de vida, pode ser uma lição para o Mundo”, afirma D. António Couto, em declarações à Agência ECCLESIA, após a eleição do cardeal Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires. “A Argentina é dos países que mais evoluiu na ideia e concretização da missão, tendo uma Igreja muito dinâmica", acrescentou.



O prelado, que já tinha ouvido falar do arcebispo de Buenos Aires como uma pessoa “simples e próxima dos fiéis” acredita que este será um pontificado “próximo e missionário”. A preferência de D. António Couto era a eleição de um Papa latino-americano, pelo que não ficou “surpreendido” mas “muito feliz” e crente de que o Papa Francisco irá “ajudar a Igreja”.



Quanto ao nome escolhido, o bispo de Lamego diz ser um “santo nome”. “Pode ser por influência de São Francisco de Assis, pela sua humildade, beleza e fraternidade que já hoje foi citada, mas também acredito que possa ser por São Francisco Xavier, o maior missionário da época moderna e jesuíta, como este Papa é", observa.



D. António Couto refere ainda que não sabe qual dos dois santos “pesará mais na vida” do novo Papa mas acredita que “qualquer um dos exemplos aponta para a renovação”.



Lisboa, 1 3Mar 2013 (Ecclesia) – SN


Habemus Papam


O cardeal argentino Jorge Mário Bergoglio, de 76 anos, foi eleito como novo Papa da Igreja Católica, o primeiro do continente americano, e escolheu o nome de Francisco.


Saudação do Papa Francisco
Irmãos e irmãs, boa noite!

Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais foram buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado!
E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso Bispo emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde.

[Recitação do Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai]

E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo... este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Espero que este caminho de Igreja, que hoje começamos e no qual me ajudará o meu Cardeal Vigário, aqui presente, seja frutuoso para a evangelização desta cidade tão bela!

E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta vossa oração por mim.

[…]

Agora dar-vos-ei a Bênção, a vós e a todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade.

[Bênção]

Irmãos e irmãs, tenho de vos deixar. Muito obrigado pelo acolhimento! Rezai por mim e até breve! Ver-nos-emos em breve: amanhã quero ir rezar aos pés de Nossa Senhora, para que guarde Roma inteira.
Boa noite e bom descanso!

quarta-feira, 13 de março de 2013

8º ENCONTRO DE FORMAÇÃO PARA ANIMADORES DA COMUNIDADE




ODEMIRA - 23 Março de 2013



PROGRAMA

10h15 - Acolhimento (Ermida de Nossa Senhora da Piedade)

10h30 - Oração de louvor

10h45 - Saudação e Apresentação dos participantes

11h00 - Tema: " Caridade, expressão de fé e de amor " - “A Porta da Fé” (nº 14)
              Sub-tema: “Crer é cuidar … cuidar é crer”
                 (P. Manuel Fernando Soares, CM – SSVP-Porto e Capelão Hospital S. João - Porto)

11h50 - Intervalo

12h10 - Continuação dos trabalhos

13h00 - Almoço partilhado (com o que cada um trouxer)

14h15 – Palavra do Senhor Bispo, tempo de partilha e de informação - CDMBeja

15h15 - Concentração em lugar a indicar oportunamente
              e início da Procissão de Ramos que segue até à Igreja do Santíssimo Salvador

16h30 – Eucaristia presidida por D. António Vitalino - Igreja do Santíssimo Salvador
                 Encerramento da Missão, do Encontro de Animadores e do Dia Diocesano da Juventude

NOTAS:

1 - Os participantes devem trazer a Carta Apostólica “A Porta da Fé”
2 - Este encontro de formação destina-se: A todos os Animadores e Responsáveis da Missão Popular que aconteceu ou vai acontecer nos Arciprestados de Santiago de Cacém, de Odemira e de Almodôvar; Aos Animadores da Comunidade (catequistas, responsáveis de grupos e movimentos, nomeadamente, do sector da pastoral sócio-caritativa ou da pastoral de ajuda)todos aqueles que se sentem missionários e disponíveis para a Missão.
Organização do Centro Diocesano das Missões/Beja,
das Paróquias de  Santa Maria e do Salvador
e Pastoral Juvenil Diocesana

terça-feira, 12 de março de 2013

Regresso a casa




1. Alegria do regresso a casa

Na sua autobiografia, Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI e agora Papa emérito, narra a enorme alegria da sua família, quando, tendo terminado a segunda grande guerra mundial, depois de ele mesmo ter regressado a casa, liberto do campo de prisioneiros de guerra, o seu irmão Jorge, que tinha sido destacado para a Itália e já há várias semanas fora libertada pelos aliados do domínio fascista e nazi, julgando-o morto ou desaparecido, como tantos outros milhões de soldados, finalmente entrou pela porta dentro. Todos sabemos do enorme sofrimento das famílias, quando desaparece algum membro, criança, jovem ou idoso, sem saber se está vivo ou morto, e se espera a notícia do seu paradeiro ou destino.

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segunda-feira, 11 de março de 2013

Falecimento do P. Manuel Henriques da Silva, CM



O Padre Manuel Henriques da Silva nasceu em Campia, Vouzela, em 8 de Março de 1930. Ordenado presbítero em 20 de Março de 1955, na Sé Catedral do Porto, foi destinado às Missões em Moçambique. Aí trabalhou durante 20 anos seguidos, na formação do clero e também na Pastoral de evangelização. Voltando a Portugal, licenciou-se em Humanidades pela Universidade Católica de Braga, em 1985. Esteve na comunidade do Seminário de Pombeiro e, posteriormente, na comunidade de Santa Quitéria, ambas em Felgueiras. Voltou mais duas vezes a Moçambique em serviço e uma terceira de férias. Pelo meio, fez parte das comunidades de Salvaterra de Magos, diocese de Santarém e do Amial (Casa dos Estudantes), no Porto.
No seu regresso definitivo de Moçambique, foi convidado a exercer o seu ministério em terras de Nisa, Diocese de Portalegre-Castelo Branco. Daí foi para Viseu, colocado pelos Superiores no Monte Salvado, pertencente à Paróquia de Orgens. Em 2008, fez parte de comunidade vicentina de Santiago do Cacém, diocese de Beja, dedicando-se à pastoral local e aos cursos de Cristandade. Passado algum tempo, regressou a Viseu, onde continuou a exercer o ministério sacerdotal e onde a doença o foi consumindo, fazendo com que várias vezes tivesse de ser internado no Hospital de S. Teotónio, em Viseu.
Já muito debilitado, passou os seus últimos dias, no Lar vicentino de Santa Quitéria (Felgueiras). A “irmã morte” chamou-o na véspera do seu aniversário natalício, a 07 de Março de 2013. As exéquias foram celebradas, em Campia-Vouzela, sua terra natal, no dia 8 de Março. Não cantando os parabéns pela vida, cerca de quarenta sacerdotes (vicentinos, combonianos e diocesanos) deram graças a Deus pela vida e sacerdócio do Padre Manuel Henriques da Silva. Presidiu o P. Álvaro Cunha, provincial da Província Portuguesa da Congregação da Missão. O Bispo de Viseu, em visita pastoral, fez-se representar pelo Vigário Geral.
 A actividade regular do P. Manuel Henriques eram as Missões Populares, a primeira actividade do carisma vicentino. Jovial e bem disposto, gostava da literatura e de fazer versos ao correr da pena. Homem simples e já maduro, habituou-se a ser próximo de toda a gente. Perito em rubricas, sabia muito de liturgia. Não se afastava muito das normas canónicas e cultivava a sã piedade com esmerado cuidado. Gostava de escrever. Tinha por costume estar muito atento a tudo e a todos. Escreveu dois livros com o título “Pedaços de vida I e II”, o último dos quais, editado poucos dias antes da sua morte.
P. Agostinho Sousa, CM

terça-feira, 5 de março de 2013

Encontro, missão e partilha




1. Experiência do sentido da vida
Somos seres à procura da felicidade, da vida plena, que parece sempre escapar-nos, quando, umas vezes, nos parece tão perto e outras tão distante. A insatisfação e o vazio apoderam-se de nós, quando nos despedimos de uma pessoa querida, mesmo que não desapareça para sempre. Quando Bento XVI se despedia dos cardeais e prometia reverência e obediência incondicional ao futuro Papa, que provavelmente dentro dias seria algum dos presentes e, horas depois, desaparecia atrás da janela da residência de Castel Gandolfo, afirmando que seria a partir de então um peregrino na última etapa da sua vida, senti em mim esse vazio, mas ao mesmo tempo a plenitude da esperança prestes a realizar-se.

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segunda-feira, 4 de março de 2013

Animação Missionária




Neste início de ano, e após a convocação do Sínodo Diocesano, paróquias e grupos estão a dar espaço e tempo à reflexão dos temas propostos para, por ocasião da Páscoa, haver trabalho feito e resultado abundante para que a Comissão sinodal faça a síntese e apresente o resultado do estudo e aprofundamento do povo e das gentes. É um trabalho oportuno, desafiante e necessário e leva à descoberta do papel de todos na construção da Igreja de Jesus Cristo, nesta tão vasta diocese de Beja. Torna-se, deste modo, um tempo de descoberta e de experiência de comunhão e de corresponsabilidade, gerador de apelos e compromissos. É um tempo do Espírito Santo, um tempo missionário, que importa fomentar e valorizar.
Embora, não apareçam tempos fortes de Missão nesta época, esta actividade está bem presente, na preparação e na concretização desta dimensão eclesial. Odemira (Março), S. João de Negrilhos (Abril) e Vale de Água (Maio) estão a dar passos na sensibilização e constituição das comunidades/assembleias familiares. O contacto pessoal, as mensagens dos respectivos párocos, as reuniões mensais com o responsável por este sector vão abrindo portas e criando o ambiente propício para a vivência da Missão, quer no tempo da sua realização, quer no tempo que se lhe segue.
Embora se saiba que somos poucos e que todos têm um sem número de responsabilidades na vida da paróquia, os tempos de formação que vão sendo propostos são abertos a todos e querem ajudar os animadores a fortalecer os seus conhecimentos e a dar bases para um trabalho pastoral mais consistente e um testemunho mais coerente. Assim foi com os encontros anteriores e também o será nos próximos, a começar já em Odemira (23 de Março), sobre a Caridade, continuando nos de S. João de Negrilhos (Missão: todos e sempre) e de Vale de Água (Nova Evangelização). Temas e estudos feitos por pessoas que, nestas áreas, têm longa experiência e vastos conhecimentos e em que vale a pena participar, pois enriquecem e valorizam.

Outras terras, outras Missões
Como responsável do sector das Missões Populares da Província Portuguesa da Congregação da Missão, cabe-me coordenar, preparar e fazer outras Missões, noutros lugares. Neste ano Pastoral já houve Missões nas Dioceses do Porto (Penamaior-Paços de Ferreira), de Santarém (Granho e Glória do Ribatejo-Salvaterra de Magos), estando já em tempo de preparação as de Marinhais e Muge. Também na Diocese de Portalegre-Castelo Branco (Longomel) e na Diocese de Viseu (Arões) estão a viver a pré-missão.
Em Beja, no norte ou no centro, quando acontece o tempo da Missão, há vida nova que nasce e se empenha na vivência da fé e no compromisso comunitário. A experiência das pequenas comunidades abre fronteiras, cria relação, faz propostas e exige respostas. Quando mais bem preparada a Missão, melhores os resultados: os animadores sentem a responsabilidade da sua missão, as casas abrem-se e surge a revelação da fraternidade, a Palavra de Deus é fonte de união e de comunhão e o grupo identifica-se com um projecto de caminhada com objectivos definidos que levam ao compromisso e à partilha.
O tempo forte da Missão é um tempo de graça. Vai deixando marcas e muitos se deixam tocar por esta experiência. A pós-Missão, tempo de continuidade, exige persistência, atenção redobrada e a sabedoria de continuar a dar a mão àqueles que já caminhavam e aos que, agora, começaram a dar os primeiros passos.
Estamos no tempo do Espírito Santo, o protagonista da Missão. Abrir-se ao dom, deixar que Ele trabalhe, deixar-se modelar e mover por Ele, é desafio permanente que exige disponibilidade interior e capacidade de risco e aventura. Por isso, é urgente, cada vez mais, navegar nas asas do Espírito, ser instrumento vivo e eficaz da sua acção no mundo e na Igreja, a começar nas nossas paróquias e na nossa Diocese.

P. Agostinho Sousa
CDM/Beja