Missão sempre e em todas as frentes
A Igreja é missionária. É esta a sua identidade, é esta a sua matriz; em todas as ocasiões e situações, em todos os lugares e em todos os tempos; pela dignidade e compromisso baptismais, em todos os corações. Para a Missão, não há férias, não há interregnos, pausas ou tempos mortos. Faz-se Missão em casa, na família, com o grupo de vizinhos e amigos, nas comunidades, mas também, ao longe e ao perto. O envio é sempre “um ir em nome de Alguém”, testemunhar Aquele em quem acreditamos, fazer do concreto da vida uma entrega e uma partilha constantes.
Neste dar e receber, neste testemunho de vida e de amor, é preciso criar espaço para a oração, para a reflexão e para a aprendizagem. Por essa razão, no tempo de férias e em outros tempos, há cursos, semanas de estudos, retiros e experiências de vida que ajudam a perceber melhor o que é a Missão e como cada um pode fazer melhor para se deixar penetrar cada vez mais pela força do Espírito Santo, protagonista da Missão. Deste modo, o nosso testemunho será cada vez mais credível e anunciador d’ Aquele que nos envia em missão: Jesus Cristo.
Nos meses de Julho, Agosto e Setembro, a nível nacional ou internacional, há vários encontros de cariz missionário. Uns, são mais específicos, orientados para quem está na linha da frente; outros, porém, estão abertos a todos. Sim, a todos.
1 - Dimensão missionária das Igrejas Locais (Roma, de 6 a 16 de Julho)
Organizado pelas Obras Missionárias Pontifícias, no próximo mês de Julho, em Roma, realiza-se o Encontro Internacional para Directores Nacionais e para Directores dos Secretariados Missionários Diocesanos, de Língua portuguesa. O nosso país estará representado pelo Director Nacional, P. António Lopes e por alguns directores diocesanos.
Para conhecimento de todos e para permanecermos em comunhão com aqueles que vão participar, junta-se o vasto programa reflexão e de aprendizagem:
Segunda, 06 – Acolhimento/Apresentação, Eucaristia. Terça, 07 - Apresentação da Equipa de trabalho (P. Ant. Lopes); A missão Ad gentes – do Vaticano II à Evangelii Gaudium (P. Ant. Fernandes);Cooperação Missionária (P. Vito Del Prete). Quarta, 08 - Eucaristia-Basílica de S. Pedro; A Espiritualidade Missionária (P. G. Roncero); A Pontifícia Obra da Propagação da Fé (P. R. Szmydki). Quinta, 09 - Missão e Diálogo num mundo multicultural e plurirreligioso (P. J. A. da Silva); Cooperação Missionária (P. V. Del Prete). Sexta, 10 - Interpelações actuais da Missão (P. Ant. Leite); A Pontifícia Obra da Infância Missionária (dr. Ssa J. Baptistine). Sábado, 11 - Peregrinação a Assis. Domingo, 12 - Visita às Catacumbas de S. Priscila e Eucaristia nas Catacumbas. Segunda, 13 - Visita à Congregação para a Evangelização dos Povos e as quatro Obras Missionárias; Os territórios da Missão (P. V. Del Prete); A Pontifícia Obra de S. Pedro Apóstolo (P. F. Domingues). Terça, 14 - Fundamentos Bíblicos da Missão (D. Ant. Couto); A Pontifícia Obra de Animação e Formação Missionária (P. V. Del Prete). Quarta, 15 - Dimensão missionária das Igrejas Locais (D. Ant. Couto); A figura do Director Diocesano (P. Ant. Lopes). Quinta, 16 - As Obras Missionárias Pontifícias (P. V. Del Prete); A vocação Missionária (Mgr. P. Rugambwa).Encerramento.
2 - Curso de Missiologia 2015 - 24 a 29 de Agosto
O Curso de Missiologia é uma iniciativa dos Institutos Missionários Ad Gentes com o apoio das Obras Missionárias Pontifícias. Esta formação visa a qualificação do missionário e, consequentemente, da Missão. O curso é bienal. O ano de 2015 corresponde ao 2º ano do ciclo e a inscrição é arbitrária quanto à ordem, 1º ou 2º ano. O diploma obtém-se após a frequência dos 2 anos.
Objetivos: Apresentar as bases bíblico-teológicas da missão ad gentes. Repensar a missão à luz do Vaticano II e dos documentos recentes do Magistério. Percorrer as etapas mais importantes da história da evangelização e da reflexão missiológica. Apresentar exemplos concretos da práxis missionária atual e preparar para os desafios da inculturação e do diálogo do Cristianismo com outras religiões.
Destinatários: Membros dos Institutos Missionários Religiosos/as, Sacerdotes diocesanos, Missionários em férias, Seminaristas e estudantes de teologia, Candidatos ao Laicado Missionário, Voluntários da Missão, Catequistas e Jovens.
Temas, Docentes e Metodologia: A Missão em Portugal e desde Portugal – Contextos e desafios, A Missão no e a partir do Evangelho de S. Marcos, A Missão como diálogo, A Missão como encontro, Espiritualidade Missionária. Conferencistas: D. José Cordeiro, D. António Couto, Frei José Nunes, Comunidade Vida e Paz, Dr.ª Isabel Varanda. Metodologia: Conferências, Trabalhos de grupo, Debates, Plenários, Testemunhos missionários, Oração comum (Eucaristia e Oração da Manhã), Terço Missionário na Capelinha das Aparições.
Duração/Local: 24 a 29 de Agosto - Seminário da Consolata - Missionários da Consolata – Fátima. Valor da inscrição:20€/pessoa - Prazo para as inscrições: 17 de Agosto - O número de vagas é limitado. Alojamento: A cargo dos participantes. Contactos: Missionários da Consolata (Curso de Missiologia) – Rua Francisco Marto, 52 – Apartado 5, 2496 - 908 Fátima - Tel. 249 539 430 - Email: cursomissiologia@gmail.com.
3 - Jornadas Missionárias 2015 – 19 e 20 de Setembro – Fátima
Depois da experiência da vivência da Jornada Missionária com Jornada da Pastoral Juvenil, este ano regressamos ao modelo anterior. O Tema proposto é: “Missão sempre e em todas as frentes”. Destina-se a todos os que têm espírito missionário e se deixam interpelar. As OMP’s apresentam o seguinte Programa:Sábado - 19 de Setembro: 10h- Abertura (D. Manuel Linda);10h30 - “Missão Ad Gentes e Igrejas Particulares: Profecia e solidariedade” - (P. Fernando Domingues - Dir. Geral da Obra de S. Pedro Apóstolo); 11h30 – Intervalo; 12h00 – Debate; 13h – Almoço; 15h - Workshops: 1.Infância Missionária - (P. John M. Duñez Muñoz); 2.Obra de S. Pedro Apóstolo - (P. Fernando Domingues); 3.Obra da Propagação da Fé - (P. Vito Del Prete);4.Missão e Voluntariado - (FEC); 5.Centros Missionários Diocesanos; (Marta Vilas Boas). 16h30 – Intervalo. 17h00 – Plenário. 18h30 – Eucaristia. 20h – Jantar. 21h30 - Testemunhos e convívio missionário.
Domingo | 20 de Setembro - 09h - Obras Missionárias Pontifícias: Carisma e Atualidade - (P. V. Del Prete - Dir. Geral da União Missionária Pontifícia). 10h30 - Eucaristia no Santuário. 13h – Almoço. 15h - Missão nas “periferias” - (P. Paul Karam). 17h - Envio e conclusões.
As Jornadas Missionárias realizar-se-ão de 19 a 20 de Setembro, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima. A organização é da responsabilidade da Comissão Episcopal das Missões, das Obras Missionárias Pontifícias (OMP’s) e da CIRP.
Mesmo que o primeiro encontro tenha destinatários especificados, o segundo e o terceiro, são mais abrangentes. Mesmo que não haja em vista um envio missionário para este ou aquele local, é sempre bom estar alerta, conhecer as propostas e participar. Fazer, por exemplo, a experiência da Jornada Nacional Missionária, em Fátima, é um desafio que vale a pena experimentar. Muda o olhar, o coração, a vida.
A proposta está feita e o convite foi lançado. Agora, fica a faltar, a adesão, a resposta, a participação. Não se esqueça: “Missão sempre e em todas as frentes”.
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja
2ª Jornada Missionária Diocesana
Família, Dom e Missão
Aljustrel, vila mineira, no passado sábado, véspera do Dia mundial da Missões, acolheu a 2ª Jornada Missionária diocesana. Para este encontro, todos os diocesanos, por muitos e variados meios, foram convocados para um dia diferente, para tempos de reflexão, de oração, de convívio, de celebração.
Acorreram algumas dezenas de pessoas. Talvez, um pouco mais de uma centena. Mesmo com um vasto programa, com espaços dignos, com uma preparação esmerada, soube a pouco e levantou questões pertinentes: A Missão interessa? A Família, diz-nos alguma coisa? Já sabemos tudo? A Diocese, o plano diocesano é para inglês ver? Faltou motivação, houve sobreposições ou “o meu quintal é mais importante que o campo imenso da Missão?”
Dado que o programa da manhã estava orientado para ser vivido pelas três faixas etárias (catequese, juventude e adultos), houve que fazer accionar o plano B, ou seja, entrelaçar as várias temáticas e juntar, numa mesma sala, todos os participantes. Deste modo, quase se encheu o auditório da Biblioteca Municipal de Aljustrel.
Festa, testemunho da Missão, magia da Vida
O dia amanheceu cedo e claro: céu azul, sol brilhante, brisa suave. O troar dos tambores anunciava um dia diferente. De mais longe ou de mais perto, foram chegando novos e menos novos. O canto jovem e alegre deu a tónica do acolhimento e, de imediato, fez-se o convite à oração. Uma pequena caminhada levou-nos até ao auditório da Biblioteca. As boas vindas, os agradecimentos e as palavras de D. António, Bispo de Beja, deram o mote à reflexão. A pastoral juvenil, com o P. Francisco Encarnação, abriu o caminho, com a exposição sobre o tema “Namoro e Vocação”. Um casal de namorados deu o seu testemunho e “confessou” a dificuldade em viver um namoro cristão, sério e comprometido. Como jovens deste tempo, apontaram as vicissitudes por que passa esta experiência de aprendizagem e de vivência de um projecto começado e sempre em maturação.
Seguiu-se o prato forte da manhã com o convidado Joaquim Franco, jornalista da SIC, homem de fé e convicções, casado e pai, com experiência nas Equipas de Nossa Senhora. A sua experiência de família, os seus conhecimentos em muitas áreas, o seu testemunho simples, mas forte, calou fundo nas pessoas que o escutaram. Sem ideias feitas ou frases já muitas conhecidas, questionou, apontou caminhos, traçou rumos. O seu discurso arejado e profundo prendeu a atenção de todos. Muitos dos presentes não se cansaram de expressar que era bom que tivesse mais tempo, que viesse mais vezes. Não cansou e encantou.
O final da manhã foi preenchido com os testemunhos missionários de jovens que, em Cabo Verde (Joana) ou em Selmes (Jovens Shemá) fizeram experiência de Missão no último Verão. Deste modo, mesmo que cada idade tivesse perdido um pouco daquilo que iria transmitir ao seu grupo etário, a necessidade de fazer avançar o plano B fez com que todos soubéssemos de todos e cada um ficou mais rico.
Esperava-nos o almoço. Na praça da Resistência, ninguém resistiu às iguarias preparadas e partilhadas. O pouco de cada um, fez-se abundância para todos. Para animar e dar uma perspectiva de magia e de encanto à Vida e à Missão, o jovem Nuno André, vindo de Lisboa, proporcionou momentos de riqueza não só pelas artes mágicas que foi apresentando, mas pelo testemunho e palavras profundas que foi dando ao longo dos poucos minutos que lhe foram concedidos. Valeu a pena este momento porque mostrou como viver a fé, o compromisso, o testemunho, com a cor da alegria e a arte de tornar simples e possível, aquilo que são as verdades fundamentais em que acreditamos. Um programa que estava feito para as crianças e que encantou a todos, pela simplicidade, pela beleza e pela profundidade.
Oração, celebração e envio
O tempo da tarde foi vivido no Salão dos Bombeiros. Aí, desde a manhã, um grupo esteve em Adoração permanente diante do Santíssimo Sacramento. Agora, todos fomos convocados para este encontro especial. Foi neste momento que Félix Lungu, vindo de Lisboa, da Fundação Ajuda à Igreja que sofre fez um apelo forte à oração pelos cristãos perseguidos do Iraque, da Síria e de muitos outros países. A exposição que fez, por testemunho e por placards alusivos a esta situação concreta, ajudaram a um momento forte de oração por esses irmãos nossos que sofrem por causa da sua fé em Jesus Cristo.
Também nesse Salão se encontrava o testemunho de várias congregações, institutos e ordens de comunidades de religiosos e religiosas que vivem e trabalham na diocese de Beja. A par destes testemunhos, havia uma exposição sobre as Obras Missionárias Pontifícias e sobre o Beato Paulo VI, papa.
Terminado o tempo de Adoração, em procissão litúrgica e com a imagem de Nossa Senhora das Missões, rumamos à Igreja Matriz onde foi celebrada a Eucaristia de encerramento desta Jornada. O Bispo, D. António, interpelou a assembleia sobre qual o testemunho que se dá, como cristãos. Apoiando-se nas leituras disse que não podemos apenas falar, ter boas ideias, mas é preciso dar um testemunho vivo, eficaz e coerente. Também nos perguntou sobre a nossa posição, a nossa disponibilidade, sobre o lado onde estamos: do lado de Deus ou de César. Invocou a figura de Paulo VI e o seu imenso apostolado em abrir a Igreja ao mundo, aos sinais dos tempos, à missão.
No final, com o canto “Sois a semente”, animado pelos coros litúrgicos de Aljustrel, fomos enviados para os nossos locais de origem ou de trabalho. Foi distribuída uma pagela, com a figura do Papa Francisco, onde se podia ler “As famílias constituem o primeiro lugar onde nos formamos como pessoas e, ao mesmo tempo, são os ‘tijolos’ para a construção da sociedade”. Com este gesto e esta certeza deu-se por encerrada esta 2ª Jornada Missionária Diocesana. Entretanto, a Imagem peregrina de Nossa Senhora das Missões foi conduzida pelo P. Paulo do Carmo e por um grupo de pessoas de Aljustrel para a Vila de Almodôvar onde, nos próximos 15 dias, se vai realizar o anúncio da Missão Popular, indo de bairro em bairro, de monte em monte. Ela, a Virgem da Visitação e da Missão, vai levar a Boa Nova, aos seus filhos e filhas, residentes e peregrinos em terras de Almodôvar.
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja
1ª Jornada Missionária Diocesana
A vila de Grândola, no passado sábado, tornou-se o centro da diocese de Beja ao tornar-se palco da 1ª Jornada Missionária Diocesana. “Todos, tudo e sempre em Missão” foi o lema que animou este encontro. O programa proposto estava orientado para todas as idades e a todas as pessoas. Oração, reflexão, encontro e descobertas foram os condimentos para a vivência desta Jornada.
Aos poucos, cedo começaram a chegar os primeiros participantes. O jardim central começou a ganhar mais vida, mais animação. Numa das extremidades, a Tuna Morenita dava as boas vindas e na outra, a azáfama dos escuteiros que montavam o ‘Acampamento da Missão’, davam sinais de um dia diferente. Até o ‘S. Pedro’ se associou a este acontecimento ao permitir um dia radiante depois de uma noite muito chuvosa.
A Igreja existe para evangelizar
À hora marcada, por grupos, e ao som de cânticos, encaminhamo-nos para os locais de trabalho e reflexão. Os adultos, no Cine-Teatro Granadeiro, após a apresentação por arciprestados e da palavra do Bispo, D. António Vitalino, acolheram a mensagem do Director Nacional das Obras Missionárias Pontifícias, P. António Lopes, SVD. Em linguagem simples e apoiada em imagem, este sacerdote começou por afirmar que, como baptizados, temos de estar “todos e sempre em Missão como Igreja missionária, terna, pobre e próxima das pessoas e que a Igreja existe para evangelizar, pois esta é a sua razão de ser, o seu horizonte e o seu objectivo”. Prosseguiu dizendo que “os destinatários do anúncio do Evangelho são todos os povos”, mas que há dificuldades de fora, mas também de dentro da Igreja “quando às vezes são fracos o fervor, a alegria, a coragem, a esperança no anunciar a todos a mensagem de Cristo e em ajudar os homens do nosso tempo a encontrá-lo”. O responsável pelas OMP disse ainda que “o decreto conciliar Ad gentes revela a missão como núcleo e identidade da própria Igreja, uma Igreja que existe para evangelizar (EN 14) e que deve identificar-se na e a partir da missão”.
“Colocar-se em estado de missão”
Apontou como horizonte “que cada comunidade assuma um novo estilo que a leve a colocar-se em estado de missão: tanto aqui como mais além, tanto nas saídas geográficas (regiões de missão) como nas saídas culturais e antropológicas (novos areópagos sociais e culturais)”, concluindo que a animação missionária tem de ser uma atitude viva e dinâmica na pastoral das Igrejas.
Á luz da Redemptor Missio de João Paulo II lembrou que “a missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade e dá-lhe novas motivações. É dando a fé que ela se fortalece” (RM 2). A missão é sempre jovem e aposta na frescura, no vigor e no perfume do Evangelho. Depois, o P. Lopes apontou formas de fazer o caminho de descoberta desde o subir ao monte (transfigurar-se) e depois descer ao vale (para transfigurar). Passando o olhar pela mensagem para o Dia Mundial das Missões, disse que o santo Padre quer que “a dimensão missionária não fique esquecida ou marginalizada. Ela deve ficar inscrita no coração de cada homem e de cada mulher, mas também em todos os programas pastorais e formativos”. O Director da OMP terminou a sua reflexão lançando uma questão: “O que devemos fazer para que este desafio seja uma realidade na nossa diocese e nas nossas paróquias?”
Duas confissões de vida
Do programa para este grupo etário constava a partilha da experiência do jovem Isaías, voluntário missionário, durante 10 anos em Moçambique, bem como o testemunho do P. Zé Luzia, feito na primeira pessoa e também expresso no livro a que deu o título ‘Uma Igreja de todos e de Alguém’. O livro, apresentado num pequeno filme, não é apenas um relato ou descrição duma determinada realidade eclesial africana, mas vai mais longe: faz uma reflexão que pretende iluminar não só as suas virtualidades, como se transforma em convite a que outras Igreja locais, nomeadamente aquelas onde urge a nova evangelização, se deixem inspirar por tal realidade. Entre nós, esta obra constitui um oásis, num deserto onde praticamente não existem reflexões pastorais. Há um largo espaço de reflexão que vem ajudar a preencher.
Estas duas confissões de vida, feitas com alma e com paixão, tocaram a assembleia que aplaudiu longamente estes missionários, significando deste jeito o agradecimento pela partilha que fizeram e pelo dinamismo dão às suas vidas ao serviço da Missão.
Testemunho jovem
Os jovens, seguiram para o Salão Paroquial, e animados pelo Departamento da Pastoral Juvenil, com o P. Francisco Encarnação e a Irmã Natália, reflectiram sobre a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões e tiveram oportunidade de reviver as Jornadas Mundiais da Juventude, com o testemunho de quem participou neste evento. O jovem Isaías partilhou a sua experiência de missionário em Moçambique e ainda houve tempo para troca de vivências de férias missionárias.
Os Escuteiros e as crianças da catequese, com seus chefes e catequistas, fizeram a ocupação do Acampamento da Missão. Durante toda a manhã, e a partir da cruz, onde se podiam ler as palavras ‘Missão’-‘Todos’-‘Sempre’, deram a conhecer a quem passava, através da disposição das 4 tendas, dos sinais e das mensagens, dos jogos e dos contactos de rua que Deus ama a todos e quer salvar a todos.
Alimentar o corpo e o espírito
A hora do almoço chegou e abriram-se os farnéis. A Santa Casa ofereceu uma sopa quente e todos puderam saborear a variedade das ementas partilhadas. O jardim foi o espaço escolhido e, à volta da mesma mesa, deu-se um momento de convívio e de encontro de gerações.
O tempo corria e entrava-se num dos momentos fortes da Jornada. A Tenda da Oração/Adoração, aberta desde a manhã e com o Santíssimo Sacramento, foi lugar de encontro pessoal com a Eucaristia. Agora, por grupos etários, todos foram convidados a “estar com Ele, ao menos, meia hora”. O silêncio, a oração interior ou comunitária, o canto, ajudaram a que acontecesse o encontro com Ele.
Ao longo do dia, mais três Tendas, falaram da Missão: a da Caridade e da Partilha, a do Testemunho e Carisma (deram-se a conhecer 4 Congregações masculinas e 7 Institutos femininos) e a da Missão Popular e Infância Missionária. O Museu de Arte Sacra de Grândola, pela arte e pela história, também foi testemunho de vivência de fé e de missão, ao longo de séculos, nas gentes da Vila morena.
Caminhada missionária e Eucaristia
A caminhada missionária do jardim municipal até à Igreja matriz foi mais um acto de testemunho público de que a Missão está na rua e pode tocar todos os ambientes. À cruz do acampamento, ao terço missionário ao vivo (formado por escuteiros, vestidos com as cores que representam os 5 continentes), aos cartazes com os nomes dos 6 arciprestados, juntou-se a imagem da Senhora das Missões. Presidida pelo Bispo diocesano, esta manifestação missionária atravessou as ruas do coração da vila e, ao som de cânticos interpelativos, dirigiu-se para o lugar do grande Encontro, a Eucaristia.
A Igreja encheu-se e a celebração começou. Os cânticos, animados pelo coro paroquial, a Palavra proclamada e posteriormente partilhada na homilia do Presidente, os sinais levados no ofertório e o envio (uma pequena pedra com a frase ‘Jesus eu amo-te’, tornaram bem presente e visível o lema da diocese para este ano pastoral. A ‘Iluminados pela Palavra e alimentados com a Eucaristia’, poder-se-á acrescentar, para viver a Missão.
A Eucaristia foi o ponto alto da 1ª Jornada Missionária Diocesana. Tudo convergiu para ela e dela todos partiram em Missão.
Agradecimentos
Valeu a pena a aposta e o desafio. Responderam à proposta feita algumas centenas de pessoas, de vários pontos da diocese. Poderiam ser mais. Esta constatação quer dizer que ainda há muito a fazer, a trabalhar, a ir em Missão. Quem participou não ficou indiferente ao que se viveu em Grândola. ‘Todos e sempre’ em Missão, pois há muito caminho a fazer!
Sendo um dia cheio e em cheio, envolveu muita gente. Por isso, são merecedores de uma palavra de agradecimento os Padres Manuel António e José Manuel Valente, os Departamentos, Secretariados, Movimentos e Grupos diocesanos, os Religiosos e as Religiosas, os Agrupamentos 670 de Grândola e 722 de Santiago do Cacém, a Santa Casa da Misericórdia, a Câmara Municipal e toda a Comunidade Paroquial de Grândola.
Esta palavra estende-se aos que vieram de longe para partilharem connosco as suas vivências e experiências missionárias (P. António Lopes, P. Zé Luzia e Isaías), ao senhor Bispo, sacerdotes, diácono e religiosas e a todos os que, com a sua presença, alegria e espírito de missão tornaram possível e visível este momento de testemunho e de festa.
A Jornada acabou, mas a Missão continua. ‘Todos, tudo e sempre em Missão’ era o lema deste dia. Agora, para os participantes na Jornada como para toda a diocese tem que se tornar vida, testemunho, disponibilidade, serviço.
P. Agostinho Sousa,
CDM/Beja
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