quarta-feira, 25 de junho de 2014

Guias carismáticos


1. Guias experientes

De vez em quando ouvimos dizer que algum turista ou explorador morreu ao aventurar-se por terrenos perigosos e desconhecidos, sem nenhum guia experiente. Ainda nestes últimos dias aconteceu isso numa das ribanceiras das famosas levadas da Madeira. Também a Igreja tem por missão acompanhar e guiar os peregrinos do além, um horizonte para o qual precisamos dos olhos da fé.




Na semana passada celebrámos a solenidade do Corpo de Deus, festa instituída no século XIII para acentuar uma vez mais o modo maravilhoso como Jesus quis ficar com os seus discípulos, prolongando no tempo aquilo que fez na última Ceia: a instituição da Eucaristia, a doação da sua vida, para que nós tivéssemos a vida em abundância.

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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Luz para um mundo melhor



1. Juramentos e tomadas de posse

Todos estamos habituados a presenciar tomadas de posse de cargos públicos, seja de presidentes da República e até de reis nas monarquias, e todos fazem juramentos solenes pelos mais diversos códigos: por Deus, pela honra, pela constituição, etc. Na Igreja há vocações, ordenações e entradas solenes, mas é sempre Deus, a sua Palavra revelada e tornada escrita na Bíblia e o amor ao Povo de Deus, cuja salvação se deseja e ama, que marcam o início da missão.

Nestes dias estamos a proclamar na liturgia, a oração oficial e comunitária da Igreja, o texto das bem-aventuranças segundo o Evangelho de S. Mateus. Lá ouvimos que não devemos jurar, nem por nós nem por qualquer outro poder, mas que a nossa linguagem deve ser sim, sim e não, não. Isto não quer dizer que as nossas afirmações, gestos e atitudes devam ser arbitrárias, subjectivas, pensando apenas a partir da nossa opinião e bem pessoal, mas a partir de uma personalidade bem formada, coerente e transparente, que tem como suprema norma da sua linguagem e missão o bem integral da comunidade, dos outros, e não apenas dos amigos ou tendo em conta somente a dimensão económica da vida. A matéria, o dinheiro não se pode tornar o nosso Deus, a norma fundamental do nosso agir e muito menos da missão da Igreja, como não se cansa de acentuar o Papa Francisco.
 


Então pergunto-me: onde vamos buscar a luz para a nossa vida, para a nossa linguagem e missão? As fragilidades humanas são muitas, as constituições ou leis fundamentais dos Estados são importantes, mas podem e devem evoluir e são produto de épocas históricas, nem sempre as melhores para o futuro dos povos, sobretudo quando descem a pormenores que nem sempre são a melhor aplicação dos princípios, que na maioria das democracias são transcrição dos ideais da revolução francesa e da declaração universal dos direitos humanos, cuja concretização é muito variável nas leis de muitos países.

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domingo, 15 de junho de 2014

Ordenações sacerdotais em Beja


No próximo dia 28 de Junho, pelas 15h30, na Sé de Beja, serão ordenados presbíteros, os dois diáconos que estão ao serviço da Igreja diocesana:
- Diácono Luís Miguel da Costa Taborda Fernandes, natural de Grândola, da diocese de Beja e filho de Luís Taborda Fernandes e Maria Evelina da Costa, membros do Centro Missionário Diocesano (CDM/Beja). Como diácono, faz o estágio pastoral na paróquia de Ervidel e, recentemente defendeu a tese de mestrado: “D. José do Patrocínio Dias. O homem, o militar e o bispo restaurador da diocese de Beja (1884-1965) ”;
- Diácono Frei João António Gonçalves, natural de Rio Piracicaba, Brasil e membro do Instituto Milícia de Cristo. Desde que chegou a Portugal, faz parte da Comunidade Miliciana que cuida pastoralmente das paróquias de S. Martinho das Amoreiras, Colos, Relíquias, Santa Luzia, Vale de Santiago e Bicos, do concelho e arciprestado de Odemira.

Agradecer e implorar
As ordenações presbiterais são ocasião propícia para agradecermos a Deus o dom da vocação e implorar, com generosidade, que Ele continue a enviar operários para a Sua messe.
Vamos celebrar a grandeza e a beleza do sacerdócio de Cristo, partilhado e vivido pelos sacerdotes, ainda que vasos de barro! Sacerdócio que Deus quer continuar a partilhar com aqueles que continua a chamar: o Luís Taborda e o João Gonçalves; com todos os Seminaristas; com outros jovens que se possam sentir chamados por Deus, hoje mesmo e queiram dar um SIM alegre, disponível, generoso, feliz.


O seu testemunho assenta na vida, toda ela de paixão serena, sofrida, esclarecida e permanente pela fidelidade àquele em Quem pomos a nossa confiança -Jesus Cristo Nosso Senhor. Alimentado por um apreço grande à verdade e à santidade de vida, este testemunho vai levar os neo-presbíteros a cuidar, com muito amor, alegria e entusiasmo, a vida pessoal e o Ministério que vão receber. O Bom Pastor é o apelo, o modelo e a referência.

Viver com e para todos
A proximidade, o zelo, o amor a todos – a começar pelas crianças, pelos jovens, pelos doentes, pelos idosos, pelos pecadores, pelos pobres, pelos que se afastaram – são elementos a apontar os caminhos deste Ministério, a fazer parte do exame de consciência e da avaliação pessoal e pastoral e a motivar para a formação permanente, motivadora de um alegre espírito de comunhão, de uma serena fidelidade e de uma empenhada corresponsabilidade.
Que a Mãe de Deus e Mãe dos Sacerdotes, Senhora da Penha e Senhora Aparecida, proteja e acompanhe estes novos Sacerdotes, para todo o nosso Presbitério e para a nossa Diocese que está em Sínodo, escutando Deus e os homens e perscrutando os sinais do nosso tempo, na procura permanente por fazer a vontade de Deus.
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja



sábado, 14 de junho de 2014

Mensagem para o Dia Mundial das Missões



A Alegria da evangelização contra a «tristeza individualista»

O Papa Francisco considera que a missão a todas as gentes ("ad gentes") é uma “grande urgência”, deve traduzir a natureza da Igreja “em saída” e ser sinal da “alegria da evangelização” diante da “tristeza individualista” que marca o mundo atual.


Na Mensagem para o Dia Mundial das Missões, divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, Francisco a afirma que todos são chamados “a alimentar a alegria da evangelização”. “O grande risco do mundo atual, com a sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada”, refere o Papa na Mensagem para a Jornada Mundial das Missões.

Para Francisco, a humanidade tem “grande necessidade” de “saciar-se na salvação trazida por Cristo”. “Ainda hoje há tanta gente que não conhece Jesus Cristo. Por isso, continua a revestir-se de grande urgência a missão ‘ad gentes’, na qual são chamados a participar todos os membros da Igreja, pois esta é, por sua natureza, missionária: a Igreja nasceu «em saída» ”, afirma o Papa.

Para Francisco, cada batizado não pode deixar que lhe roubem a “alegria da Evangelização”, capaz de sustentar a sua “vocação e missão”. “Os bispos, como primeiros responsáveis do anúncio, têm o dever de incentivar a unidade da Igreja local à volta do compromisso missionário, tendo em conta que a alegria de comunicar Jesus Cristo se exprime tanto na preocupação de O anunciar nos lugares mais remotos como na saída constante para as periferias de seu próprio território, onde há mais gente pobre à espera”, sustenta o Papa no documento.

Na Mensagem para o Dia Mundial das Missões, Francisco diz que a escassez de vocações ao sacerdócio e vida consagrada que se verifica em muitas regiões, fica a dever-se à “falta de um fervor apostólico contagioso nas comunidades, o que faz com que as mesmas sejam pobres de entusiasmo e não suscitem fascínio”. “Onde há alegria, fervor, ânsia de levar Cristo aos outros, surgem vocações genuínas, nomeadamente as vocações laicais à missão”, refere.

O Papa valoriza o aumento da “consciência da identidade e missão dos fiéis leigos na Igreja”, assim como a convicção de que cada um é chamado “a assumir um papel cada vez mais relevante na difusão do Evangelho”, sublinhando que “é importante uma adequada formação deles, tendo em vista uma ação apostólica eficaz”.

A Igreja Católica assinala o Dia Mundial das Missões no terceiro domingo de Outubro, mês missionário, este ano no dia 19.

PR - Cidade do Vaticano,
14 Junho 2014

(Ecclesia)

Toda a Mensagem - AQUI - 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Papa Francisco abre porta a renúncia e sublinha que «pobreza e humildade estão no centro do Evangelho»


O papa Francisco concedeu uma entrevista de mais de uma hora ao jornalista português Henrique Cymerman, que vai ser transmitida esta sexta-feira na SIC ("Jornal da Noite"), seguida de debate na SIC Notícias.
A conversa, que decorreu na segunda-feira, no Vaticano, é publicada hoje no jornal "La Vanguardia", de sediado em Barcelona, de que Cymerman é correspondente, bem como em sites italianos.
Apresentamos excertos da entrevista, em que o papa diz ao jornalista português que a ele se deve «boa parte» da realização da oração pela paz que no domingo reuniu no Vaticano o papa Francisco, os presidentes de Israel e da Palestina e o patriarca ecuménico Bartolomeu.
A perseguição aos cristãos, os fundamentalismos, a segurança pessoal, a pobreza e humildade, o dinheiro e a guerra, o judaísmo, a relação com as Igrejas ortodoxas, a relação entre fé, ciência e ateísmo, o pontificado de Pio XII e uma eventual renúncia são alguns dos temas da entrevista.
O trabalho de síntese, extraído do site "Vatican Insider", é assinado pelo jornalista Andrea Tornielli.

Cristãos perseguidos
«Os cristãos perseguidos são uma preocupação que me toca de perto como pastor. Sei muitas coisas sobre estas perseguições que não me parece prudente contar aqui, para não ofender ninguém. Mas há lugares nos quais é proibido ter uma Bíblia ou ensinar o catecismo ou andar com uma cruz. O que quero tornar mais claro é isto: estou convencido de que a perseguição contra os cristãos é hoje mais forte do que nos primeiros séculos da Igreja. Hoje há mais cristãos mártires do que naquele tempo. E não é fantasia, são os números.»

Fundamentalistas


«[A violência em nome de Deus] é uma contradição. Não corresponde ao nosso tempo, é algo de antigo. À luz da perspetiva histórica devemos dizer que nós, cristãos, por vezes, praticámo-la. Quando penso na Guerra dos Trinta Anos, era violência em nome de Deus. Hoje é inimaginável, certo? Por vezes chegamos, através da religião, a contradições muito sérias e muito graves. O fundamentalismo, por exemplo. Nas três religiões [monoteístas] temos os nossos grupos fundamentalistas, pequenos em relação a todo o resto. Um grupo fundamentalista, mesmo se não mata ninguém, mesmo se não atinge ninguém, é violento. A estrutura mental do fundamentalismo é violência em nome de Deus.»

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PARTILHA MISSIONÁRIA (2)



Agradecimento

Aquisição de material de construção e compra de géneros alimentares e sementes

Congregação da Missão – Padres Vicentinos (COMPAVI)
Rua Licenciado Coutinho 35 – Malhangalene – Maputo

Maputo, 5 de Junho de 2014



Ex. mo e Revmo Senhor
D. António Vitalino Dantas, Bispo da Diocese de Beja

Em nome dos Padres e Irmãos da Congregação da Missão (Padres Vicentinos), eu, P. Fernando Abel Mucavele, Vice-Visitador de Moçambique, vos saúdo com muita reverência, estima e consideração.

Como tem acontecido nestes últimos anos, infelizmente 2014 não fugindo à regra, registou o transbordo dos rios que atravessam o nosso país, em direcção ao Índico. Na zona sul de Moçambique, os rios Incomati e Limpopo subiram de caudal, em consequência das chuvas que durante 4 meses, desta vez, foram expulsando os camponeses, deixando-os sem habitação e alimentação, além da perda de vários outros bens.

Justamente, à beira desses dois rios temos duas das nossas comunidades, nomeadamente em Magude, junto do Incomati, e Chirrundzo, junto do Limpopo, onde os nossos confrades trabalham como missionários. O sofrimento do pobre povo do campo, no que concerne sobretudo às condições básicas de sobrevivência, passou a ser grande prioridade da nossa acção missionária naqueles lugares. Foram vários os que se juntaram para atender a esta emergência, sem precedentes, provando o seu sentido cristão de solidariedade e fraternidade, mobilizando para a partilha os seus exíguos meios e canalizando-os para os carentes destinatários de Moçambique, como é o caso dos cristãos da diocese de Beja, junto do seu Pastor.

Queira, Excelência, em virtude de tão grande gesto feito no nosso endereço receber o nosso agradecimento, do fundo do coração, pois no meio das incertezas por esta triste situação das inundações, foi possível ajudar o povo a levantar-se, não somente com uma palavra de alento, mas também com a ajuda material urgente, aplicando o vosso donativo na compra de material de construção, para ajudar a reerguer as palhotas e comprar géneros alimentares e sementes para a segunda época agrícola, entre outros, como ilustra a seguinte descrição: Recebemos 3.250,00€ (a câmbio de 40,00 meticais), perfazem a quantia de 130.000,00 meticais. Com esse montante foram comprados os seguintes produtos: 900 pães (67,50€), 20 panelas (150,00€), sementes (500,00€), 500 estacas (1.250,00€), 20 cobertores (600,00€), enxadas e catanas (375,00€), milho e feijão (250,00€) e combustível (57,50€).


Digamos, francamente, que tem sido oportuna a mão missionária da Igreja, presente naquela condição de pobreza, afirmando-se como sinal de esperança divina para o pobre! Que Deus vos pague e que fortaleça a Diocese de Beja. Sem mais de momento, com maior estima e consideração, e em união de oração, subscrevo-me humildemente.

                                       P. Fernando Abel Mucavele, CM,
Vice-Visitador de Moçambique

quinta-feira, 12 de junho de 2014

ORAÇÃO PELA PAZ



Senhor Deus de Paz, escutai a nossa súplica! Tentámos tantas vezes e durante tantos anosresolver os nossos conflitos com as nossas forças e também com as nossas armas; tantos momentos de hostilidade e escuridão; tanto sangue derramado; tantas vidas despedaçadas; tantas esperanças sepultadas... Mas os nossos esforços foram em vão. Agora, Senhor, ajudai-nos Vós! Dai-nos Vós a paz, ensinai-nos Vós a paz, guiai-nos Vós para a paz. Abri os nossos olhos e os nossos corações e dai-nos a coragem de dizer: «nunca mais a guerra»; «com a guerra, tudo fica destruído»! Infundi em nós a coragem de realizar gestos concretos para construir a paz. Senhor, Deus de Abraão e dos Profetas, Deus Amor que nos criastes e chamais a viver como irmãos, dai-nos a força para sermos cada dia artesãos da paz; dai-nos a capacidade de olhar com benevolência todos os irmãos que encontramos no nosso caminho.
Tornai-nos disponíveis para ouvir o grito dos nossos cidadãos que nos pedem para transformar as nossas armas em instrumentos de paz, os nossos medos em confiança e as nossas tensões em perdão. Mantende acesa em nós a chama da esperança para efectuar, com paciente perseverança, opções de diálogo e reconciliação, para que vença finalmente a paz. E que do coração de todo o homem sejam banidas estas palavras: divisão, ódio, guerra! Senhor, desarmai a língua e as mãos, renovai os corações e as mentes, para que a palavra que nos faz encontrar seja sempre "irmão", e o estilo da nossa vida se torne: Shalom, paz, salam! Amen.»

Shimon Peres,
Mahmoud Abbas,
papa Francisco
e patriarca Bartolomeu


Vaticano, 8.6.2014.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Partilha Missionária (1)


“É dando que se recebe!”

Na sua mensagem para a Quaresma do ano passado, D. António Vitalino, anunciou a proposta do Conselho Presbiteral da diocese de Beja sobre o destino a dar às Renúncias quaresmais desse ano. O montante recebido seria dividido em três partes iguais, sendo uma delas enviada para Moçambique, para as zonas afectadas pelas enormes cheias que levaram a destruição a muitas povoações.



A Congregação da Missão e as Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo, foram os intermediários pelos quais chegou às populações atingidas o produto da Renúncia Quaresmal de 2013. O terço do montante recebido, no valor de 6.508,64€ (seis mil quinhentos e oito euros e sessenta e quatro cêntimos) foi entregue, em partes iguais, aos responsáveis pelas duas Comunidades religiosas, Irmã Ester Lucas, das Filhas da Caridade e P. Fernando Mucavele, dos Padres Vicentinos, respectivamente.
Aplicadas as verbas em favor das populações vítimas destas graves cheias, os mesmos responsáveis, agradecem a D. António Vitalino e à Diocese de Beja e prestam contas do modo como aplicaram a nossa partilha.
Como diz o apóstolo: ”Há mais alegria em dar do que em receber”. A nossa partilha foi ao encontro do irmão que sofre com as agruras das intempéries. Que Deus os (nos) proteja e que haja sempre mãos amigas disponíveis para ajudar e para partilhar!
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja




Gratidão

Necessidades de famílias das crianças que frequentam a nossa Escola
                              
Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo
Av. 5 de Fevereiro, 440 - Matola ´B` - Moçambique

Matola, 20 de Maio 2014
 D. António Vitalino Dantas
Casa Episcopal - Rua Manuel I - nº 1 - Beja

Ex. cia Reverendíssima

É com gratidão que lhe escrevo estas breves linhas para agradecer em nosso nome e em nome dos beneficiários o valor que nos foi enviado para socorrer os mais atingidos pelas enchentes do rio Limpopo.
O valor que nos chegou, graças à mediação do Pe. Luciano Ferreira, foi usado na mitigação das necessidades de famílias das crianças que frequentam a nossa Escola Completa de Manjangue, no distrito de Chókwe.

Forma ajudadas 25 crianças à razão de 100 euros para cada família. Foram ajudadas na aquisição de material escolar, fardamento, e reforço alimentar oferecido na escola, porque as famílias ainda não se recuperaram completamente das enchentes, que tudo destruíram.
As fotos que colocamos aqui permitem ver de alguma maneira a alegria destas crianças e de suas famílias. Em nome delas, a nossa gratidão e a certeza de nossa prece pelas vossas intenções e necessidades.
Ir. Ester Lucas, Filha da Caridade


Construir a Paz



1. Construir pontes




No dia 6 de Junho reuniram-se muitos Chefes de Estado a nível mundial na Normandia, França, para comemorar o 70º aniversário do famoso dia D, em que as tropas dos aliados contra as tropas do nacional socialismo de Hitler desembarcaram nessa parte da Europa, começando aí o início do fim da segunda guerra mundial, mas à custa de milhares de mortos, de ambas as partes. Foi um dia histórico para a construção duma Europa democrática e livre, mas à custa de muitas vidas. Nunca agradeceremos suficientemente essas vidas que possibilitaram a paz para nós.

Mas a história não se faz apenas de memória do passado. É preciso lançar fundamentos e construir pontes em ordem a um futuro de paz, de progresso e de harmonia entre todos os países e pessoas. Sob os escombros da segunda guerra mundial, três grandes homens começaram a lançar essas bases sólidas: Adenauer, da Alemanha, De Gaspari, da Itália e Schuman, luxemburguês radicado na França. Foi este último que lançou a ideia da união europeia a partir do controle da produção do carvão e do aço, para evitar a construção de armas de guerra. Rapidamente aderiram vários países do centro da Europa e hoje são já 28. A ideia fundamental foi a construção de uma Europa de paz, para que nunca mais fosse pela guerra fratricida a solução dos problemas entre os países.

Depois de mais de 60 anos após a assinatura do primeiro tratado em Paris, em Abril de 1952, muitos avanços e recuos se têm feito, muitos tratados celebrados e assinados! Permanecem muitas interrogações para se conseguir a coesão social entre todos os 28 países que agora formam a União Europeia. As últimas eleições para o Parlamento Europeu, a 25 de Maio, vieram demonstrar a debilidade da construção da Europa por parte dos políticos e dos povos. Os candidatos olharam mais para si mesmos e os seus partidos, que para o bem comum da paz, do progresso, da protecção dos mais fracos, da coesão e integração de todos num projeto com futuro de esperança para todos. Os cidadãos eleitores mostraram desinteresse ao abster-se de votar.

Como podemos assim construir a União Europeia? Sem o envolvimento de todos e sem raizes mais sólidas e profundas que os sistemas económicos e financeiros, não será possível. Também as Igrejas e sobretudo os cristãos precisam de se empenhar mais por uma Europa mais segura, melhor, acolhedora e integradora de todos, na base do respeito pela dignidade humana.

2. Contributo da Igreja pela paz

A construção de uma sociedade coesa, feliz, em paz e harmonia entre si e os países vizinhos e também entre os povos dos vários continentes depende de muitos factores e iniciativas. Mencionarei apenas alguns, ao alcance de todos e mais de acordo com as possibilidades e a missão da Igreja.


Começo por uma iniciativa em que acabo de participar, representando a Conferência Episcopal de Portugal. Foi oKatholikentag, um encontro bienal dos católicos alemães, em que, durante vários dias, à volta da festa da Ascensão, se canta, se fazem exposições de arte, se discute sobre diversos temas, se dialoga, reza e celebra. São mais de mil encontros. Foi o 99ºKatholikentag, desta vez em Ratisbona, cidade património mundial, onde leccionou Josef Ratzinger, agora Papa emérito e onde a diocese de Beja participou numa exposição de arte mariana, em 1999.

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domingo, 8 de junho de 2014

Invoção pela Paz - 8 de Junho

Hoje todos os caminhos vão dar a Roma.

Ali, pelas 18h00 de Lisboa, por convite do Papa Francisco, se faz a “INVOCAÇÃO PELA PAZ” conforme se pode ver e ler





Convido-vos a estarmos unidos em oração com o Santo Padre, o Papa Francisco, reunido com os Presidentes Shimon Peres e Mahmoud Abbas, e com eles rezarmos pela paz.


Transcrevo parte do convite que ele faz a todos os católicos e a todos os que procuram a paz:

"...no passado domingo 25 de Maio, durante a minha peregrinação à Terra Santa, convidei os Presidentes Shimon Peres e Mahmoud Abbas a elevar comigo uma intensa súplica, invocando a Deus o dom da paz, e ofereci-lhes a minha casa para albergar um encontro de oração.



Se Deus quiser, esse momento vai realizar-se na tarde de domingo 8
de Junho, Solenidade do Pentecostes, e nele tomará também parte Sua
Santidade Bartolomeu, Patriarca de Constantinopla, com o qual tive a
alegria de partilhar a peregrinação a Jerusalém.

É meu desejo que este momento envolva todos os fiéis, a fim de que seja mais intensa a oração dirigida a Deus e seja finalmente concedida à Terra de Jesus aquela paz que os anjos anunciaram no seu nascimento.

Peço-lhe, pois, que transmita (...) o pedido de convidar os Bispos, os religiosos e todos os fiéis leigos a participarem espiritualmente nesta invocação.

Também todos os homens e mulheres de boa vontade se lhe poderão unir no íntimo dos seus corações. Deste modo a invocação pela paz,

que se elevará junto ao Túmulo de Pedro, se estenderá a todos os confins da terra. Confiamos que, assim, se possa cumprir a promessa do Senhor: «Se dois de entre vós se unirem, na terra, para pedirem qualquer coisa, obtê-la-ão de Meu Pai que está nos céus.» (Mt 18,19)

terça-feira, 3 de junho de 2014

ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA


A Missão Congrega e Dinamiza

A Missão Popular aconteceu em Sta Luzia e em S. Martinho das Amoreiras de 16 de Maio a 1 de Junho. As comunidades de Amoreiras-Gare e de Aldeia das Amoreiras também viveram este tempo de evangelização, bem como o pequeno e longínquo Monte de Corte Malhão que foi abrangido por acções da Missão (visita às famílias e Procissão de Velas, com reflexão e de oração).

São duas paróquias com uma população muito reduzida (Sta Luzia, +- 500 hab. e S. Martinho das Amoreiras, +-1.000). A idade pesa bastante e as distâncias entre as aldeias são consideráveis e os meios de transporte não abundam.
A imagem da Senhora das Missões, que ficara na paróquia de Colos, percorreu todas as localidades e arrastou atrás de si um número considerável de pessoas que, em caravana automóvel, fizeram questão de a acompanhar até à comunidade que acolhia, por uns dias, a Virgem Maria. Sendo o mês de Maio, em todos os lugares se rezou e solenizou o terço (prática que acontece, todos os anos, em cada comunidade) e fez-se uma Procissão de Velas, pelas ruas principais de cada aldeia.

Louvor da Manhã e Visitas às Famílias
Todas as manhãs, um grupo considerável de pessoas, juntou-se à Equipa Missionária, rezou Laudes e fez adoração ao Santíssimo Sacramento. Em todos os lugares, um grupo de visitadores, com os missionários, percorreu todas as ruas e lugares, mesmo os  mais distantes, entrou em cada casa, rezou com os seus moradores e implorou a bênção do Alto para a habitação e para a família residente. Foi uma acção muito linda e muito importante!
Houve bastantes idosos e pessoas doentes que aceitaram o Sacramento da Unção dos Doentes, mas o ponto alto destes encontros deu-se nos Lares de Sta Luzia e de S. Martinho das Amoreiras. A Imagem esteve presente nas duas Instituições. Direcções, técnicas e pessoal auxiliar empenharam-se de forma singular para proporcionar bom ambiente para as celebrações. Num e noutro local, houve gente do exterior que quis participar nestes momentos de festa e de graça.

Comunidades, Palavra, Família e Igreja


Em quatro noites, nas quatro igrejas (Sta Luzia, Amoreiras-Gare, S. Martinho das Amoreiras e Aldeia das Amoreiras), viveram-se celebrações temáticas: Encontro de Comunidades, a Palavra, a Família e a Igreja. Em Sta Luzia formaram-se duas comunidades (Pedras vivas e Um só coração e uma só alma) e em Amoreiras-Gare, constituíram-se outras duas assembleias (Pedras vivas e Crer para Ver). Umas e outras reuniram-se três vezes e, nas celebrações, estiveram presentes e animaram-nas com a leitura da Palavra, com sinais e gestos. Foram celebrações muito vividas e participadas: as pessoas queriam mais e tinham dificuldade em regressar as suas casas.
As poucas crianças que há nestas localidades também tiveram o seu momento: em Sta Luzia, na hora da catequese (frequentam a escola em Garvão) e as de S. Martinho, na Escola. Mesmo poucas, mostraram-se interessadas e capazes de, com a ajuda e estímulo dos adultos, participar mais activamente na vida da Comunidade.
Como já foi notícia, o dia arciprestal dedicado à Palavra, além de proporcionar o encontro com a Bíblia Sagrada, envolveu muitas pessoas que se disponibilizaram para acolher, para partilhar, para servir.



Celebração e Encerramento
O ano pastoral vai caminhando para a recta final. As seis paróquias confiadas ao cuidado pastoral da Comunidade dos Milicianos de Cristo, embora em etapas diferentes, estão a fazer a experiência da Missão. O mês de Maio terminou.
Apoiados nestas razões, e para criar espírito de comunhão e de participação entre as várias comunidades, programou-se uma celebração de encerramento da Missão em S. Martinho das Amoreiras. Todas as comunidades foram desafiadas a participar. Uma vez rezaram o terço durante o mês de Maio, todas elas foram convidadas a trazer a imagem de Nossa Senhora de Fátima. Responderam ao apelo. Desde as comunidades mais distantes até à comunidade anfitriã, todas trouxeram a imagem das suas Igrejas que se juntaram à imagem da Senhora das Missões. Ninguém faltou: Fornalhas Velhas, Vale de Santiago, Bicos, Foros da Caiada, Colos, Relíquias, Santa Luzia, S. Martinho das Amoreiras, Amoreiras-Gare e Aldeia das Amoreiras.
A sede da Associação Cultural e Desportiva de S. Martinho das Amoreiras acolheu a celebração e preparou-se, com dignidade e beleza, para acolher as centenas de pessoas que quiseram viver este momento de fé e de festa. Antes da Eucaristia rezou-se o Terço. Foi um Terço Vivo, muito participado pelas dez comunidades.
O momento alto, chegou: a Eucaristia de Encerramento da Missão, a Festa das Comunidades. Toda a liturgia da Solenidade da Ascensão do Senhor era apropriada ao momento: os textos, os cânticos, a participação, o envolvimento, tudo deu solenidade e vida à celebração.
No final da Eucaristia, fez-se uma homenagem à Mãe de Deus, Senhora da Evangelização, ao ser rezada a oração que o Papa Francisco compôs e colocou no final da Exortação Apostólica ‘Evangelii Gaudium’.
O encontro deste dia inesquecível terminou com um momento de convívio à volta das mesas, onde não faltavam as especialidades e doçarias locais. Depois da mesa da Palavra e da Eucaristia, a mesa da fraternidade e da partilha, completou a festa e fez cantar:“Todos os crentes viviam unidos” ou “Oh como é bom e agradável,viver juntos em harmonia”.


P. Agostinho Sousa, CDM/Beja