terça-feira, 30 de setembro de 2014

Convivência de gerações



1. Inclusão das gerações

No dia 28 de setembro o Papa Francisco convidou os avós a estar com ele, para celebrar o dia a eles dedicado, dizendo que também se incluia no seu número. Entre os convidados estava o Papa emérito, Bento XVI, a quem o Papa saudou com muito carinho, dizendo que sentia a sua presença no Vaticano como tendo em casa o avô sábio. Foi sobretudo emocionante o testemunho de dois idosos do Iraque, contando a brutalidade da guerra, o assassínio da família e a perda de todos os seus bens.




Foi mais um gesto do Papa Francisco, alertando para o valor e a dignidade da pessoa idosa, hoje muitas vezes tratada como algo descartável, esquecida pelos familiares mais novos nos hospitais, nas casas e nos lares, que devem ser casas e não prisões. Assim se perde a memória e as raízes da nossa história e se hipoteca o futuro da sociedade.

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sábado, 27 de setembro de 2014

Caridade e Missão (*)

27 de Setembro - S. Vicente de Paulo

“Que aquele que ama a Deus ame também ao seu irmão” (1Jo. 4, 21). Com estas palavras do Apóstolo João, desejo unir-me, pelo pensamento e pela oração, a toda a Família Vicentina, em acção de graças, pelo dom de S. Vicente de Paulo. Estas palavras do apóstolo foram ilustradas, de maneira luminosa, pela existência dos vossos Fundadores (Vicente de Paulo e Luísa de Marillac).
E foi assim, porque eles acreditaram no amor, e por isso, colocaram-se ao serviço de seus irmãos e irmãs. Que esta mesma fé seja luz e força no serviço dos mais abandonados e dos mais simples da nossa sociedade, geralmente desprezados em sua situação.
Procurando viver sob o signo da “Caridade e Missão”, quereis com toda a justeza assinalar aquilo que está no coração da herança que recebestes. Como deixei escrito na minha primeira encíclica, as figuras como Vicente de Paulo e Luísa de Marillac “continuam a ser modelos insignes de caridade social para todos os homens de boa vontade. Os santos são verdadeiros portadores de Deus na história, porque são homens e mulheres de fé, esperança e amor” (Deus caritas est, 40).

Por isso, eu vos exorto a que sejais audazes, no meio dos homens e mulheres do nosso tempo, para que os vossos compromissos em favor da pessoa humana sejam de facto manifestações do amor de Deus e não simples expressão de humanismo ou de filantropia.
A intuição de Vicente de Paulo em encontrar colaboradores nos sacerdotes, nas pessoas consagradas e nos leigos é um bem precioso que a Família Vicentina se compromete, a título justo, a desenvolver, para um melhor desempenho da missão da Igreja.
Desta maneira, vós sereis sempre muito eficazes, para que o Evangelho seja anunciado a todos e para que todo o homem possa reencontrar a sua dignidade de filho de Deus, no âmbito dum mundo unido e solidário. Que Deus vos ajude a permanecer sempre fiéis à herança que recebestes e a vivê-la com fé e generosidade!
Confio-vos à intercessão de S. Vicente de Paulo, de Santa Luísa de Marillac e de todos os santos e bem-aventurados de toda a Família Vicentina. Envio-vos, com todo o coração, uma afectuosa bênção apostólica.
Vaticano, 14 de Junho de 2010
(Bento XVI, papa)





(*) – Texto enviado pelo Papa-emérito, Bento XVI, ao Superior Geral da Congregação da Missão, por ocasião dos 350 anos da morte de S. Vicente de Paulo e de Sta Luís de Marillac)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Coesão na diversidade



1. Convivência na diferença

A diferença incomoda muita gente. Ao longo da história da humanidade tem havido muitas guerras e discórdias por causa das diferenças entre pessoas, raças, cores, sistemas políticos e ideológicos, religiões, etc., para não mencionar a ambição do poder, do domínio e do ter.

No domingo passado o Papa Francisco visitou um pequeno país onde prima a diferença em todos os sentidos, mas as pessoas vivem em paz, procuram o consenso em vista do bem comum. Estou-me a referir à Albânia, um país pequeno, com a superfície do Alentejo, mas montanhoso, onde católicos, muçulmanos, ortodoxos e ateus convivem pacíficamente.



No mesmo dia realizou-se um referendo na Escócia sobre a independência ou não em relação ao Reino Unido. E na Catalunha continua acesa a discussão sobre a sua separação da Espanha, na Madeira há vozes de maior autonomia em relação ao Continente, para não falar dos horrores perpetrados pelos que querem construir um estado islâmico, só de fiéis do Islão.

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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Jornadas Missionárias e III Jornadas Nacionais da Pastoral Juvenil


 Família, um projecto” foi o tema das Jornadas nacionais, missionárias e juvenis, promovidas pelas Obras Missionárias Pontifícias e pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, que decorreram no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, nos dias 20 e 21 de Setembro de 2014, com a presença de cerca de trezentos participantes, provenientes de várias Dioceses, de Institutos de Vida Consagrada e de muitos Grupos de Leigos que se dedicam à Missão.
Na senda dos importantes acontecimentos da vida da Igreja dos próximos tempos – Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos “Desafios pastorais sobre a Família no contexto da evangelização”, Assembleia Ordinária dos Bispos, em Roma, e Encontro das Famílias, em Filadélfia – fomos chamados a fazer um caminho de discernimento para procurar encontrar os meios pastorais que ajudem as famílias a enfrentar os desafios actuais com a luz e a força do Evangelho. A opção pela família nestas Jornadas tornou-se oportuna, urgente e desafiadora porque levou a um contínuo esforço de repensar a realidade da família de hoje em ordem a uma valorização, para que esta viva como proposta activa e modelo a seguir o amor doação, total e sem limites, Jesus Cristo.


Família, lugar por excelência da Missão
No dizer do papa Francisco “as famílias constituem o primeiro lugar onde nos formamos como pessoas e, ao mesmo tempo, são os ‘tijolos’ para a construção da sociedade”. Assim, a família é escola insubstituível de afectos, valores e virtudes humanas e sociais, é ponto de partida e de convergência para a transformação e promoção da sociedade na dinâmica dos tempos. A família é o lugar por excelência da Missão, pois nela se faz o primeiro anúncio do Evangelho, se aprende a abertura ao outro, se descobre que somos irmãos e irmãs, que vivemos num mundo criado por Deus, a Família, por excelência.
Nestas Jornadas, com um leque alargado de palestrantes versando áreas diversas e transversais, longe de se ter em mente apontar respostas, pretendeu-se levantar questões que se colocam à família hoje nos vários campos da psicologia, da educação, da comunicação e da teologia, mergulhando numa reflexão sobre a Pastoral Familiar no contexto da evangelização; como enfrentar situações difíceis: uniões de facto, recasados; jovens e namoro-descoberta vocacional; família e voluntariado missionário; abertura à vida-natalidade, fecundidade, trabalho; desafios sociais e políticas familiares, sem esquecer o Evangelho e a missão da família.
Ao desencanto que nos pode assaltar quando constatamos o baixíssimo índice de fecundidade e o tão acentuado envelhecimento da população do nosso país, contrapomos a esperança que nasce quer do desejo de tantos em inverter tais situações quer da consciência política de alguns em pôr fim a medidas desconexas e sinais contraditórios e envolver muitos em novas opções de promoção da vida.

Conclusões
Para que a “Família se torne aquilo que é” na expressão feliz de S. João Paulo II, pede-se à família que seja santuário de vida pois esta é a única dádiva que renova o mundo; que descubra e valorize no seu todo e em cada um dos seus membros as 7 maravilhas do mundo: ver, ouvir, tocar, provar, sentir, rir e amar; que seja criativa como o Pai é Criador; que cumpra a sua missão educativa, no ser, no agir e na coerência do testemunho; que seja plataforma que cria relações verdadeiras e afectos honestos; que se abra ao bem comum, em comunidade e em corresponsabilidade; que seja lugar de amor e de alegria e guardiã da dignidade humana e da esperança do amanhã.
Aos servidores do bem comum e responsáveis pelas decisões socais e políticas exige-se que sejam amigos da família, que apostem na renovação das gerações, que promovam a valorização das pessoas e lhes ofereçam os meios para o crescimento e o desenvolvimento saudável e sustentável, no trabalho, na educação e na segurança e que permitam boas perspectivas de futuro.
Á Igreja pede-se que seja mãe, que esteja atenta, que abra os braços, que vá ao encontro e ajude as famílias a vencer as dificuldades para que vivam o projecto de Deus; que proporcione o encontro das pessoas e se torne fonte de vida para as famílias, para que sejam elas as protagonistas da evangelização para outras famílias.

Todos para todos

A família, como célula e um bem precioso é um projecto intentado, onde todos, como arquitectos e empreiteiros, num trabalho sempre inacabado e sempre desafiador a exigir responsabilidade, serenidade e mestria. Por vezes, esta obra de arte que é a família, é realizada no meio duma sociedade tantas vezes indiferente ou adversa ao que pensamos e queremos. Sempre, e agora mais do que nunca, em família e como família, onde todos são para todos, temos de caminhar juntos, sendo testemunhas fortes e credíveis, portadores de luz e esperança. As próximas Jornadas serão em Fátima nos dias 19 e 20 de Setembro de 2015.



Envio em Missão
Na Eucaristia internacional, presidida por D. José Traquina, foram enviados cinco missionários. Dois irão para as Missões “Ad Gentes” e três, para as Missões Populares. Estes e todos nós, à luz da mensagem do Evangelho do 25º domingo comum, somos chamados a ser trabalhadores da Vinha do Senhor. Ele convida, Ele continua a chamar a qualquer hora do dia, Ele envia em Missão: “Vinde vós também para a minha Vinha!” “Ide e fazei meus discípulos!”. “Eu estarei sempre convosco!”


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Inclusão dos frágeis


1. Dimensão social da evangelização

Na semana passada tiveram lugar em Fátima as Jornadas anuais da Pastoral Social, desta vez sob o tema da dimensão social da evangelização, aprofundando e descrevendo concretizações do quarto capítulo da Exortação Apostólica Alegria do Evangelho, que tem por título esse preciso tema. Foram comunicações interessantes, que nos colocaram muitas interrogações sobre a qualidade da nossa fé e apostolado. Mas creio que estes números do documento papal tocam os fundamentos da missão da Igreja, porque nos apresentam a originalidade da vida de Cristo e do seu Evangelho.
 
Na Sinagoga de Nazaré Jesus apresentou a missão do Messias, que era Ele próprio, repetindo a profecia de Isaías: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor.»(Lc 4, 18-19).

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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Reconciliar e perdoar



1. Sentinelas da paz

Semanas atrás o Papa Francisco visitou duas regiões do planeta que desde há muitos anos vivem em permanente tensão, onde, de vez em quando, rebenta um conflito armado e há corte de relações. Refiro-me ao Médio Oriente, sobretudo Israel e Palestina e Extremo Oriente, a Coreia. Essas visitas, repletas de belos discursos e gestos simbólicos parecem ter sido inúteis. O Papa rotulou a situação mundial de início de uma guerra mundial aos pedaços. Para quem viveu os horrores da segunda guerra mundial e sofreu as suas terríveis consequências, deveria tentar tudo para que isso não se tornasse verdade.

Na missa deste último domingo as leituras bíblicas lembraram a missão dos cristãos e da Igreja a este respeito. O profeta Ezequiel dizia que devemos ser sentinelas que advertem os pecadores e transgressores da ordem, pois se não o fizermos somos corresponsáveis pelo mal que acontece e chamados a sofrer também o castigo.

Ao meditar este trecho bíblico, adveio-me o pensamento da inutilidade de tantas esforços e tentativas da Igreja e das organizações internacionais para estabelecer a paz entre os povos e dentro de alguns países profundamente divididos e envolvidos em guerras civis. Será que vamos às causas dos conflitos? Serão inúteis todos os esforços?

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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O NOSSO TESTEMUNHO MISSIONÁRIO


Um ROSTO, em Deixa-o-Resto, deixa um rasto!”
O tempo não pára mas as vivências deixam marcas. Foi o que nos aconteceu há pouco tempo. Por isso, queremos partilhar o que foi a nossa experiência missionária no Grupo Diocesano “ONDJOYETU” da diocese de Leiria-Fátima, no início do passado mês de Agosto.


Quem somos e porque participámos
Começamos por nos apresentar: Somos a Maria do Rosário e o Zé Marrazes, casados catolicamente, já lá vão 35 anos. Temos um filho, um neto e um outro neto, a caminho. Vivemos na Paróquia da Marinha Grande, diocese de Leiria-Fátima. Pertencemos, desde há seis meses, ao Grupo Missionário Ondjoyetu e somos do Movimento dos Cursilhos de Cristandade há quatro anos.
Na nossa paróquia, acompanhamos semanalmente uma das Irmãs da Congregação das Filhas de Santa Maria de Guadalupe (de origem mexicana) a levar a comunhão aos doentes e participamos na visita aos idosos no Lar da Marinha Grande.
Quando surgiu o convite para irmos em missão para o Alentejo, exclamámos: “Mas nós não sabemos nada, será que temos algo para dar?” Responderam-nos que sim, que todos temos algo para dar e aceitámos o desafio da missão.
Fizemos a formação, aprendemos as regras do bom missionário, e, com ajuda do Espírito Santo, lá fomos caminhando com o Grupo que ia integrar a equipa, aprendendo a teoria e preparando-nos para a prática.

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sábado, 6 de setembro de 2014

JORNADAS MISSIONÁRIAS 2014



Família, um projecto…”

Nos dias 20 e 21 de Setembro em Fátima, juntamente com a Pastoral Juvenil, realizam-se as Jornadas Missionárias com o tema “Família, um projecto…”


Um tema que é de grande actualidade quer social quer eclesiológico, uma vez que o papa Francisco colocou a Família no centro das suas preocupações, com um sínodo extraordinário em Outubro de 2014 e um sínodo ordinário em 2015.

Podemos perguntar: “Mas este tema tem a ver com a Missão?”. Penso que tudo o que é humano diz respeito à Missão, como diz respeito à Igreja. O próprio Jesus viveu numa família. Aí cresceu, aprendeu a amar, a andar, a falar, a rezar… A própria Missão nasce de Deus Família, encarna-se numa família biológica, cultural, religiosa. Não é missão da Igreja fazer da humanidade uma família? É por isso que a família é sempre um projecto em todas as suas vertentes e componentes.

Estas Jornadas, estou em crer, abordam a família nas suas diversas componentes e descobriremos que deveremos estar nas famílias com benevolência, apoiando os seus desejos de viverem melhor, de ser comunidades de fé, de partilha, de respeito, de atenção, de crescimento e de solidariedade. E ao mesmo tempo, alertar para tudo o que faz definhar: a violência, o ciúme e a inveja, a mentira.

Uma família é o lugar do diálogo. Graças à palavra a criança aprende a dar nome ao mundo, e a exprimir os seus sentimentos: o seu amor e os seus medos, a sua confiança, os seus desejos e as suas inumeráveis questões. É aí que conhece a relação entre o amor e a verdade, o perdão e a solidariedade, o “eu” o “nós” e os “outros.

Se as famílias são frágeis por definição, elas são ao mesmo tempo esse lugar único onde sempre se pode manifestar o milagre de amar de novo, amar ainda mais, para além das incompreensões, sofrimentos, desilusões. Amar e sentir-se amado. É que o amor de Deus faz que da sua própria família nos abramos a uma nova família: à família da sociedade, à família da Igreja, à família do mundo. E isto é Missão!

Inscreve-te e participa! As Jornadas também têm necessidade do teu ponto de vista e do teu contributo para anunciar novamente a beleza da família cristã.

P. António Lopes, SVD
Director Nacional OMP

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Recomeçar sem desvarios


1. Verão sem calor

Muita gente gosta do habitual calor de verão, porque se refresca nas águas do mar e dos rios, não tendo de sofrer o suor das ruas do interior, nas ocupações e trabalhos do dia a dia. Pois este ano aconteceu o contrário. Muita gente não aguentou o vento frio e regressou a casa antes do termo das férias. As nossas aldeias puderam celebrar as suas festas com maior participação das suas gentes



Os políticos e comentadores deram-nos algum descanso mental e as televisões andaram de terra em terra, em múltiplos festivais e concursos, dando quase a impressão que a crise e os problemas tinham chegado ao fim. Mas isso foi só aparência.

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