Mais uma grande lição de catequese, ao vivo. No contexto da Missão Popular, a vila de Colos engalanou-se para viver a Procissão do Senhor dos Passos. Todas as entidades, a começar pela Junta de Freguesia, se mobilizaram para dar brilho e beleza a esta tradição que ilustra, de forma expressiva, os últimos momentos da vida de Cristo.
As ruas foram enfeitadas, os quadros simbólicos foram colocados em locais apropriados e muitas das portas foram ornamentadas com palmeiras. Na igreja matriz, os andores e as outras alfaias próprias para esta quadra, estavam prontos para o momento solene. Um tríduo de preparação foi a proposta feita, dando a todos, a oportunidade de um encontro com o Senhor da Cruz, com a Mãe da Compaixão e com o Sacramento do Perdão.
O domingo chegou e o tempo parecia preparar-se para o acontecimento. A Eucaristia, ponto alto das celebrações, foi animada pelo coro litúrgico da Paróquia de Grândola, que lhe deu maior solenidade e dignidade. À hora marcada, saiu a Procissão. A Banda de Música do Cercal dava os primeiros acordes, chamando à interioridade e à reflexão.
Além vai Jesus, que lhe queres tu?
Pelo pregador, foi dado o tom da caminhada: “Os Passos do Senhor e os nossos passos de hoje”. Em passo lento, chegou-se ao primeiro quadro, depois, ao segundo e, logo de seguida, ao terceiro. A Verónica convidava à disponibilidade interior e, nos vários quadros, foi feita uma meditação alusiva. O andor do Senhor, transportado pelos homens solteiros, avançava e, na praça central, deu-se o Encontro. A Mãe Dolorosa aproximou-se. Eram os homens casados, a carregar o andor. Frente a frente, Mãe e Filho. O silêncio falava. E as palavras proferidas eram acolhidas com comoção. Era o Encontro do “Filho condenado” com a “Mãe das dores”.
Lentamente, a Banda de Música, proponha melodias alusivas que enchiam a alma. E era a subida. Não a do Calvário, mas uma subida íngreme até ao cruzeiro, junto à igreja. Uma nova pausa e mais uma reflexão: “O calvário de esperança”.
Quero ir com Ele, que Ele leva a Cruz
Mais uma vez, e agora lado a lado, as imagens da Mãe e do Filho. Momentos de silêncio e de interiorização. Por fim, aconteceu a entrada na Igreja Matriz. Todos, contemplando a cruz que surge no alto do altar-mor, escutam as palavras e o canto da Verónica e criam espaço interior para escutar a última reflexão: “Toda a nossa glória está na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
O silêncio imperou. Foram feitos agradecimentos a entidades, pessoas e grupos. Invocou-se a bênção do Senhor para todos. Todos ficaram gratos a Deus pelo grande amor que oferece a toda a humanidade e rezaram um poema de A. Herculano, intitulado “Que reine para sempre a Cruz”!
A Missão passou por estes caminhos, no esforço feito, no envolvimento de pessoas e meios, na programação cuidada e atenta. Um único objectivo norteou a disponibilidade e o compromisso das pessoas: tudo fazer por amor a Cristo que deu a vida pela humanidade inteira. Muitos foram os que, ao longo de quase duas horas, acompanharam os passos de Jesus e se deixaram tocar pela Sua Palavra.
Neste último domingo, em Colos, a Missão esteve bem presente na rua! O Senhor da Cruz, passou pelos caminhos, bateu à porta, entrou na vida de tanta gente e quis ficar no coração de todos.
P. Agostinho Sousa, CM
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