No passado fim-de-semana todos os caminhos foram dar a Fátima. Foram três dias fortes, muito diversificados e bastante concorridos.
1 – Reunião dos Directores diocesanos dos Secretariados das Missões.
Os responsáveis pelas Obras Missionárias Pontifícias (OMP) convocaram os directores diocesanos da animação missionária para permuta de experiências, de modo particular, sobre o Mês de Outubro Missionário (Obra da Propagação da Fé) e da Obra da Infância Missionária. Foram apresentados os materiais produzidos para estes dois momentos de oração, reflexão e partilha. Há iniciativas muito belas e desafiantes e também há vontade de fazer mais e melhor, abrangendo todas as dioceses do continente e ilhas.
Trocaram-se impressões sobre as Jornadas Missionárias, a Peregrinação da Missão, o levantamento dos missionários de cada diocese a trabalhar em território de Missão. Falou-se ainda da criação dos Centros Missionários Diocesanos (CDM) bem como dos Grupos Missionários Paroquiais (GMP) de modo a dar cumprimento à Carta dos Bispos “Para um Rosto Missionário da Igreja em Portugal”.
2 – XVI Jornada Missionária Nacional e II Jornada Nacional da Pastoral Juvenil
Pela primeira vez, a programação da Jornada Missionária foi em conjunto com a Pastoral Juvenil. Sabendo-se do grande crescimento da resposta jovem ao voluntariado missionário e na sequência da Jornada Mundial da Juventude, sua temática e envolvência, os responsáveis destes dois organismos, num rasgo de comunhão e de complementaridade, decidiram arriscar este modo de viver a Jornada. Foi uma aposta conseguida.
As quatro centenas de participantes, a linguagem e a animação, as questões explanadas e reflectidas, os testemunhos dados, mostraram que é possível caminhar juntos e viver a Missão, em sintonia de propostas e respostas. O programa variado, rico e bem orquestrado, agradou a todos. Esta constatação verificou-se na vivência dos três dias e levou os responsáveis a anunciar iniciativa idêntica no próximo ano.
“Missão @dgentes: Ide e anunciai” foi o tema geral. O Evangelho é o de sempre e para todos. O nosso tempo e as novas questões exigem métodos e linguagens diferentes e um ardor missionário mais audaz e mais interpelativo. O testemunho, a fidelidade e a humildade, são os melhores meios e modos para viver a Missão. A docilidade ao Espírito Santo e a vivência do mandato “Como Eu vos fiz, fazei vós também” são a melhor escola para aprender a ser missionário.
3 – Família Vicentina celebra os 200 anos de Ozanam
Vindos do norte e do sul, do interior e do litoral, membros dos vários Ramos da Família Vicentina rumaram a Fátima para celebrar a Caridade, tendo como modelo e protector, Frederico Ozanam. Perto de um milhar de pessoas, de todas as idades, leigos e consagrados, foram apreendendo, a partir das várias encenações e reflexões que foram apresentadas no palco do auditório do Centro Pastoral Paulo VI, a vida, o testemunho e a audácia de Ozanam e seus companheiros. O seu pensamento, sintetizado em pequenas e eloquentes frases, tais como: “vamos reunir o mundo numa rede de caridade”, ou “é tempo de unirmos à palavra a acção e de demonstrarmos em obras a vitalidade de nossa fé", ou ainda, “vamos aos pobres, socorrendo o nosso próximo, como fazia Jesus Cristo, colocando a nossa Fé sob a protecção da Caridade", expressam bem o amor que ele sentia pelos pobres, amor que incutiu aos que o rodeavam e que hoje, mais do que nunca, continua a ser um desafio permanente a exigir respostas concretas, não só à SSVP – Conferências vicentinas, mas a todos os que bebem de S. Vicente de Paulo a mística da Caridade e da Missão.
4 – Peregrinação do Apostolado da Oração
Centenas de estandartes anunciavam algo de importante: a peregrinação nacional do Apostolado da Oração. A figura do Coração de Jesus aparecia em todos estes sinais e uniam-se à grande estátua que está no centro do recinto da Cova da Iria. O acontecimento ia muito mais para além de estandartes e estátua pois significava o grande Amor de Cristo pela humanidade e também a oração de muitas e muitos, a qual é a grande “arma do apostolado”. Ir à fonte de onde brota o Amor é uma força vital para a Missão. Centros ou núcleos das terras mais pequenas ou maiores estavam ali para sentir o palpitar do Coração de Jesus e estar em comunhão com Ele. O oferecimento das obras de cada dia e a união com as intenções do Santo Padre são uma força que une corações e sentimentos e ajuda a ver a vida e o mundo com um novo olhar.
Neste grande encontro, aconteceu uma reunião com os directores nacionais do Movimento do Apostolado da Oração de quase todos os países da Europa, também ela, sinal de comunhão entre os povos.
5 – Envio em Missão
Está em pensamento, e começa a dar os primeiros passos, a Peregrinação da Missão. A Missão é a de Jesus Cristo: é de ontem, de hoje e de sempre.
Missão ad gentes ou Missão Popular, animadas e vividas pelos vários carismas de congregações e institutos religiosos, promovidas e apoiadas pelas dioceses, paróquias ou grupos, tudo é anúncio de Jesus Cristo, o único Salvador.
Este ano, na grande celebração internacional, a exemplo do ano anterior, para além do presidente da assembleia celebrativa pertencer á Comissão Episcopal da Missão, Nova Evangelização e Ecumenismo e de serem lidas as conclusões da Jornada Missionária, também houve o envio de Missionários: para a Missão ad gentes e para a Missão Popular. Após a imposição da cruz da Missão, de forma espontânea, a assembleia brindou os enviados com uma salva de palmas. Alguém comentava este gesto inédito: “É necessário que as multidões percebam o que é dar-se, partir, ser testemunha!”.
Um fim-de-semana cheio de acontecimentos e momentos felizes. A diocese de Beja esteve presente em todos estes momentos. Daqui e dali, todos vieram e partiram. A alegria, o encontro, a partilha, a oração, a paixão pela missão e pela caridade, deram ânimo e força a todos os que, junto da Mãe e como Ela, quiseram abrir o coração a Deus para que Ele continue a fazer maravilhas na vida de todos e de cada um.
P. Agostinho Sousa, CM
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