Testemunho: A minha primeira Missão Popular
Sou o José Neves, tenho sessenta e seis anos, sou casado com a Deomélia. Temos duas filhas e duas netas. Fazemos parte da Paróquia de Santiago do Cacém.
Até há algum tempo atrás, eu era daqueles que dizia: “eu cá tenho a minha fé”. Ia à igreja quando necessitava, mas mais nada.
No ano de dois mil, através do Padre João Maria, o Senhor convidou-me para O conhecer melhor, através de um Cursilho de Cristandade. Nesse Cursilho, tive oportunidade de verificar que, afinal, eu não tinha fé nenhuma. O que eu tinha não era fé porque a fé sem oração e sem obra é morta.
Foi uma oportunidade extraordinária para conhecer o Deus vivo, o Deus de Amor que, ao longo da minha vida, tinha caminhado ao meu lado sem eu dar por isso.
Como o carisma do MCC é fermentar ambientes, ao ser convidado pelo Padre Agostinho para uma Missão Popular, não podia dizer que não. A Missão era em Longomel, no concelho de Ponte de Sor, na diocese de Portalegre-Castelo Branco e estava programada para a última quinzena de Maio, mais concretamente de dezoito desse mês a dois de Junho.
Enquanto o Padre Agostinho, a Adelaide e a Henriqueta, os três membros que comigo formavam a equipa missionária, chegaram no sábado dia dezoito, por motivos pessoais, só integrei a equipa no dia dezanove, domingo, dia do envio. Cheguei ao fim da tarde, cansado depois de uma longa viagem de três horas, com uma grande expectativa e algum receio.
A Missão foi para mim aquilo que eu idealizei ao longo do tempo de preparação e viagem? Não! A Missão foi muito mais do que eu podia imaginar.
Formaram-se nove comunidades de pessoas interessadas em discutir e aprofundar o Evangelho, com as quais tive oportunidade de conviver ao longo destes quinze dias do tempo de Missão e tenho uma certeza: Recebi muito mais do que aquilo que dei.
Tive oportunidade de ver a dedicação, partilha, entreajuda, simplicidade e amor que os habitantes dos lugares que frequentámos punham em tudo o que faziam. Nas comunidades havia alegria, entusiasmo e vontade de conhecer melhor Jesus Cristo. A partilha expressa na Comunidade das comunidades presidida pelo Bispo D. Antonino, de Portalegre-Castelo Branco, foi reveladora de abertura aos outros, de encontro com Deus e de resposta aos desafios lançados pelo Sínodo diocesano que está a decorrer.
As celebrações da segunda semana que decorreram em quatro lugares distintos envolveram as comunidades, desde a preparação dos cenários alusivos ao tema até à vivência da mensagem que se queria transmitir a partir dos temas da Missão. A forma como foram preparados e vividos foi um hino à beleza e à interiorização.
Com a preciosa ajuda dos elementos da equipa missionária e a colaboração da população, nesta minha primeira missão popular, parto feliz, transportando no coração as gentes destes lugares e muito mais rico, levando na bagagem muito amor para compartilhar noutras missões, se para tal for convocado. Também levo o desafio de partilhar nos ambientes que frequento o quão gratificante é estar em missão, para falar de Jesus Cristo com comunidades que vimos pela primeira vez. Mas, quando falamos de Cristo as portas abrem-se e o verdadeiro amor humilde e desinteressado acontece.
José Neves,
Santiago do Cacém
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