quarta-feira, 26 de junho de 2013

‘O essencial é invisível aos olhos’




O festival “Terras Sem Sombra”, da diocese de Beja, vai prosseguir no próximo sábado em Grândola com um musical para crianças, adaptado da obra “O principezinho”, de Antoine de Saint-Exupéry.


Em comunicado enviado à Agência Ecclesia, a organização do certame adianta que a obra, composta por Victor Palma, vai ter como “actores e figurantes” os alunos das escolas de Melides, Carvalhal e Comporta (Alcácer do Sal), com idades compreendidas entre os 3 e os 10 anos. Desde o início do ano lectivo, centenas de crianças daquelas três freguesias estiveram envolvidas num “projeto-piloto” integrado na 9.ª Edição do Festival que, para além de querer despertar os mais novos para a arte e da música, também procurou sensibilizá-los para a importância do respeito pela natureza.

José António Falcão, director geral do certame, sublinha que além da preservação da biodiversidade alentejana, uma das grandes apostas do Terras Sem Sombra desde que foi criado em 2003, o objectivo passa também por “garantir o acesso de muitas crianças à cultura e, particularmente, à música”. Neste caso, o meio escolhido foi uma adaptação da obra de Antoine de Saint-Exupéry, publicada há 70 anos. “Tal como a história do Principezinho, um menino que vive sozinho com a sua rosa no asteróide B612, nos deixa a mensagem de que ‘o essencial é invisível aos olhos’, também nós, através deste projecto, pretendemos demonstrar às crianças e à população local, que a cultura e o ambiente são fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade”, salienta o compositor Victor Palma.

A apresentação do musical, que será dirigido pelo maestro Nuno Lopes do Teatro Nacional de São Carlos, está marcada para as 21h30 no recinto de feiras do Carvalhal, na freguesia de Grândola. Com coreografia de Maria Luísa Carles, da Companhia Nacional de Bailado, o espetáculo contará ainda com as vozes do Coro Juvenil de Lisboa.

Beja, 25 Junho 2013 (Ecclesia)
D.R. - JCP

terça-feira, 25 de junho de 2013

Cimentar a esperança




1. A doutrina social da Igreja e a crise

De 17 a 19 de Junho os bispos portugueses reuniram-se em Fátima, para escutar especialistas da economia, da política, do mundo do trabalho e da doutrina social da Igreja, para compreender melhor as razões da presente crise económica e social e analisar até que ponto podemos contribuir para ajudar a encaminhar soluções sólidas. Alguns intervenientes desafiaram os participantes, bispos e vigários gerais das dioceses, a serem artífices da esperança do povo português, muito desiludido com os políticos.


Embora sendo muito sensível a esta tarefa, continuo muito perplexo sobre o modo como poderemos ajudar a levantar a esperança e a auto-estima do nosso povo, tendo em conta que a grande maioria já não frequenta as nossas igrejas para nos escutar e os meios de comunicação baralham as nossas ideias com contravalores e contra testemunhos, de modo a dificultar a compreensão das razões da nossa esperança. Apesar disso atrevo-me a continuar a escrever estas breves notas, na expectativa de ajudar alguns leitores e ouvintes.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Participar na construção do bem comum


1. Direitos e deveres, receber e participar

Celebrámos o Dia de Portugal, um modo de afirmar a nossa identidade nacional, mas parece que continuamos muito divididos, pelas mais diversas razões. Cada um e cada grupo luta pelos seus interesses corporativos, sem atenção aos seus concidadãos, sobretudo àqueles que não conseguem defender-se.


A democracia e a liberdade das pessoas necessitam de diálogo permanente, de modo a conjugar-se o melhor possível direitos e deveres, indivíduo, pessoa e sociedade, o bem pessoal e o bem comum, direito à propriedade e função social dos bens. Por isso o sistema democrático carece de contínuo aperfeiçoamento, para que nenhum cidadão se sinta lesado na sua dignidade ou diminuído nas suas potencialidades de participação na construção do bem social. Por motivos vários nunca como agora senti a importância de um dos princípios da doutrina social da Igreja: o da subsidiariedade, ou seja, o direito e o dever das pessoas, a família e organizações sociais intermédias participarem na construção do bem comum, em todas as áreas e dimensões, e de o Estado criar as melhores condições para que os cidadãos possam exercer esse direito e dever de participação, sem cair no centralismo do Estado.

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terça-feira, 18 de junho de 2013

Dia Missionário Diocesano



Já tem dia e lugar. Será em Grândola, dia 19 de Outubro, no sábado anterior ao Dia Mundial das Missões. É dia diocesano. Tal significa que é de todos e para todos.
Para que seja um dia vivido por todos, os departamentos e secretariados diocesanos, os movimentos e grupos espalhados pela Diocese foram convocados pelo Centro Diocesano Missionário para um encontro que se realizou no passado dia catorze, no Seminário de Beja. Conscientes da dificuldade que existia de que muitos não poderiam participar naquele dia e aquela hora, mesmo assim, o encontro contou com a presença do Departamento Juvenil, que representou o Departamento da Catequese, do Secretariado da Educação Cristã, de representantes dos Cursos de Cristandade, da Mensagem de Fátima e da Legião de Maria, da presidente da Cáritas Diocesana, dos Irmãs Espiritanas e do Bom Pastor e do Grupo missionário paroquial de Colos e Santa Luzia.


Foi distribuída aos presentes a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões. Foi feita uma pequena meditação sobre esta primeira Mensagem do novo papa, tendo-se realçado, entre outras, a seguinte afirmação: “ O impulso missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade”.
Foi apresentada uma proposta com os objectivos para a vivência do Dia Missionário diocesano: partilhar experiências missionárias, criar espaço e tempo de aprendizagem de dinâmicas missionárias, envolver as paróquias que tiveram missão recentemente; dar a palavra aos jovens; fortificar a vontade de ser missionário em todos os ambientes e rezar com alegria.
Entre as actividades, foram propostas, um acolhimento com dinâmica de apresentação, um tempo de oração matutina, um encontro temático (Pedagogia da evangelização nos tempos que correm, a linguagem e a Mensagem, a Fé no dia a dia), atelier’s, com inscrição (testemunhos, dinâmicas: formar e organizar a missão ou grupos missionários; Jovens: partilha de experiências, incentivos, ir mais além) e, tempo de oração/Eucaristia. Poderão ser feitas exposições de trabalhos da Missão (cartazes e fotografias das missões), feira do livro para as Missões, mesa das Congregações e Institutos, com informação e propostas.



Trocaram-se impressões, deram-se sugestões, abriram-se caminhos. Em nome pessoal e de quem eram representantes, para além de saudarem a iniciativa, os presentes irão animar os seus grupos e sectores e quem deles depende para a participação e vivência deste dia. Foi sugerido como lema deste encontro diocesano, aquele que foi usado há algum tempo, para o dia das Missões: “Tudo, todos e sempre em Missão”.
Das catequeses às escolas, dos grupos de jovens aos movimentos de leigos, das paróquias às comunidades religiosas, todos estão convocados para o Dia Missionário diocesano.
A próxima reunião de preparação (em Beja ou em Grândola) ficou marcada para 7 de Setembro, às 15h00. Contamos com todos. Esperamos por todos!

Celebrar a fé na comunhão de culturas


Pelo segundo ano consecutivo, no passado domingo, a comunidade de Santiago do Cacém, acolheu os irmãos que vieram de Lisboa, provenientes do Bairro 6 de Maio – Venda Nova e que, semana a semana, vão fazendo a sua caminhada missionária. Desde finais dos anos noventa do século passado, apoiados pelas Irmãs Dominicanas do Rosário e por missionários de várias congregações e institutos, entre os quais, a Congregação da Missão, esta comunidade de gente proveniente de países lusófonos de África, ao seu jeito e ritmo, vivem uma Missão contínua. Todos os anos, como sinal de testemunho e de convívio, visitam outras comunidades irmãs. Eram cerca de cem pessoas, de todas as idades.

O ponto alto deste encontro foi a celebração da Eucaristia, celebrada na Igreja Matriz (Igreja do Castelo), presidida pelo P. Manuel Nóbrega, vicentino, e concelebrada pelos padres Pedro e Agostinho. De várias raças, países, línguas e culturas, todos vieram adorar o mesmo Senhor, celebrar a mesma fé. A animação da Eucaristia foi feita conjuntamente pela Juventude Mariana Vicentina, pelos Escuteiros e pelas gentes de raça africana. O ritmo, a dança, a alegria, os símbolos e os gestos emprestaram beleza e interioridade à celebração.
Acresce dizer que, nesta celebração, o nono ano da catequese, o grupo das Bem-aventuranças, fez o seu compromisso.
A simbologia da Barca, no início, a entronização da Palavra ao jeito africano, o ofertório do pão e o envio foram momentos muito ricos. Momento único, foi o da elevação do Corpo e Sangue do Senhor, a aclamação do Mistério da Fé. A sonoridade do canto, a leveza dos gestos e a atitude interior de quem o fez, encheu o coração e a alma. Foi momento que dificilmente se esquecerá!
O envio, de novo trouxe a imagem da barca, a partilha do pão e o apelo à vivência da fé, em gestos de compromisso, de acolhimento e de comunhão fraterna. A festa, a alegria, o sorriso, era coisa que se via no rosto das pessoas.
O convívio continuou no parque do Rio da Figueira, zona fresca e ampla, onde houve partilha de farnéis e de ritmos. Quase à hora da despedida, e porque os afazeres pastorais não lhe permitiram a presidência da Eucaristia, D. António Vitalino, foi cumprimentar, naquele local, o grupo de irmãos que veio até nós. Além de um gesto simpático, foi um gesto de pastor, de irmão, de amigo.

P. Agostinho Sousa
CDM/Beja

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Ser Missionária Leiga



Uma das características da Missão renovada é a participação de missionários leigos. Nos últimos 20 anos muitos foram aqueles e aquelas que, por mais de uma vez, fizeram parte de equipas missionárias. Alguns desses missionários, só a doença ou a idade, impediram com que continuassem a “ir em missão”. Continuem em missão permanente, com a sua oração, as suas dores, a sua entrega total.

Este ano, fizeram-se várias Missões. Uma das missionárias, em Maio último, fez a sua 12ª Missão Popular. Numa pequena entrevista, quisemos saber quem é a missionária leiga e como descobriu a sua vocação missionária.

Missão Popular Vicentina (MPV) – Para a página das Missões Populares Vicentinas trace um pequeno retrato de quem é e do seu curriculum vitae?
Henriqueta Varela (HV) – Sou a Maria Henriqueta Vieira da Luz Varela, natural da Ponta do Sol, Ilha da Madeira. Com 20 anos saí da ilha e vim viver para Lisboa. Arranjei um emprego na Segurança Social. Fui trabalhadora estudante, tirei um curso e fui trabalhar para a antiga Mitra, hoje, Lar da terceira idade. Reformei-me. Com bastante tempo disponível, inscrevi-me no Voluntariado e nas Missões Populares.


quinta-feira, 13 de junho de 2013

FESTIVAL JOTA - 2013



No ano da Fé, e inserido no seu espírito, a organização pretende que seja uma Aventura de Nova Evangelização. Por isso ao título habitual, “O Rumo certo é aqui”, a organização juntou “Na Aventura da Fé”. Quer ainda que seja mais uma oportunidade para os jovens que não podem participar nas JMJ de vivenciar em Igreja a Fé e a alegria de ser cristão. Aliás, as datas, que constituem as vésperas das JMJ, foram escolhidas como forma de proporcionar que as Jornadas Mundiais da Juventude sejam nessa semana vividas com um espírito diferente.
Este encontro juvenil, com um programa muito diversificado e atraente realiza-se nos dias 19, 20 e 21 de Julho, em Paul (a 20 minutos da Covilhã e da A23), em plena Serra da Estrela, no Santuário de Nossa Senhora das Dores.

Organização

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Jovens mudaram concepção das missões na Igreja


Os jovens estão a mudar a forma como a sociedade olha para as missões e a acção da Igreja Católica em Portugal, defende Ana Patrícia Fonseca, da Rede de Voluntariado Missionário que congrega cerca de 60 entidades.

“Há 50 anos quando falávamos de pessoas missionárias falávamos de padres ou irmãs religiosas que viviam grande parte do seu tempo em missões, sobretudo em África. Hoje pela expressão que este movimento missionário tem, podemos pensar nos leigos”, afirma, numa entrevista à Agência ECCLESIA, no contexto das celebrações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.


A responsável da Fundação Fé e Cooperação (FEC) admite um crescimento sustentável uma vez que “5.000 pessoas já fizeram missões fora mas milhares de outros participaram na formação”, criando assim um dinamismo missionário em Portugal. “Os jovens têm vontade, movem-se por ideais e por isso são capazes de transformar o seu mundo. Nas missões não é diferente”, explica Ana Patrícia Fonseca, mostrando o desejo de “assumirem a sua vocação de baptizados” e uma “Igreja jovem e para os jovens”.

Com o Ano Europeu do Voluntariado e da Cidadania Activa, em 2011, estas acções gratuitas e desinteressadas ganharam um “forte impulso”, mas a responsável pela Rede de Voluntariado Missionário alerta para uma dinâmica que se pode tornar “perversa”. Mais do que promover as acções, a FEC está atenta ao “silêncio com que o voluntariado missionário as realiza”, num cuidado para não “tornar na pessoa um herói” e para “respeitar as comunidades locais”.

“Essa massificação do voluntariado pode ter efeitos perversos”, por isso “importa preparar bem os voluntários que partem para respeitar o ritmo e a cultura” dos locais onde as missões se realizam. No regresso, o voluntário tem “uma rede de amigos, a família, mais ou menos próximos com quem partilham a sua experiência”, numa lógica de contágio e potenciação da dinâmica mas de “equilíbrio na visibilidade e discrição”.

Numa altura de “forte crise, em que o desemprego e o tempo livre levam as pessoas a voluntariar-se para alguma ação” compete ao Estado “proteger voluntários e comunidades” para não permitir “instrumentalizar ovoluntariado”.

“Neste tempo que vivemos de forte crise corremos o risco de instrumentalizar o voluntariado, ao ponto de o voluntariado ser uma coisa onde cabe tudo, inclusive a substituição de postos de trabalho e isso é preciso acautelar, tanto por parte do Estado como de quem acolhe e envia os voluntários”, assinala Ana Patrícia Fonseca, que apela a um “trabalho sério” na formação de quem parte, tanto por parte do Estado como das entidades missionárias para “servir melhor quem está do outro lado”.

Ecclesia - LS - FEC |
Lisboa, 10 Junho 2013


segunda-feira, 10 de junho de 2013

Dia de Portugal e o bem comum


1.   Restaurar a confiança e a auto-estima

Nas breves notas das últimas semanas tenho estado a reflectir sobre alguns valores e princípios que devem orientar a nossa vida social e política em ordem à construção do bem comum, não apenas do nosso país, mas do mundo global em que vivemos.

Por motivo do 10 de Junho, Dia de Portugal, das Comunidades e de Luís de Camões, achei por bem incluir este evento como contributo para a afirmação colectiva do nosso povo em ordem ao desenvolvimento do nosso lugar no mundo dos povos e das nações. Na multiplicidade dos ângulos de visão, resolvi fazê-lo a partir da perspectiva das nossas comunidades espalhadas pelo mundo, que constituem mais de um terço dos portugueses na actualidade, sem contarmos os luso-descendentes.



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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Reunião da Comissão sinodal



A Comissão sinodal reuniu, em Beja, no dia três de Junho. Tomou conhecimento dos resultados do inquérito feito aos sinodais sobre o trabalho dos grupos sinodais no dia da Assembleia sinodal realizada no do um de Maio.
No âmbito de um Sínodo que quer ir além das fronteiras da Igreja visível, consciente e comprometida com o seu Senhor, projectou um encontro com os responsáveis das instituições que se ocupam do social nos limites da diocese.
Apreciou quatro propostas de Oração das crianças sobre o Sínodo, tendo aprovado a que se apresenta a seguir.
Também aprovou duas invocações pelo Sínodo, destinadas à Oração dos fiéis. Abalizou a realização do Dia Diocesano nos moldes tradicionais e marcou a Assembleia sinodal para o dia nove de Novembro.


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Testemunho: A minha primeira Missão Popular

Testemunho: A minha primeira Missão Popular

Sou o José Neves, tenho sessenta e seis anos, sou casado com a Deomélia. Temos duas filhas e duas netas. Fazemos parte da Paróquia de Santiago do Cacém.
Até há algum tempo atrás, eu era daqueles que dizia: “eu cá tenho a minha fé”. Ia à igreja quando necessitava, mas mais nada.
No ano de dois mil, através do Padre João Maria, o Senhor convidou-me para O conhecer melhor, através de um Cursilho de Cristandade. Nesse Cursilho, tive oportunidade de verificar que, afinal, eu não tinha fé nenhuma. O que eu tinha não era fé porque a fé sem oração e sem obra é morta.

Foi uma oportunidade extraordinária para conhecer o Deus vivo, o Deus de Amor que, ao longo da minha vida, tinha caminhado ao meu lado sem eu dar por isso.
Como o carisma do MCC é fermentar ambientes, ao ser convidado pelo Padre Agostinho para uma Missão Popular, não podia dizer que não. A Missão era em Longomel, no concelho de Ponte de Sor, na diocese de Portalegre-Castelo Branco e estava programada para a última quinzena de Maio, mais concretamente de dezoito desse mês a dois de Junho.
Enquanto o Padre Agostinho, a Adelaide e a Henriqueta, os três membros que comigo formavam a equipa missionária, chegaram no sábado dia dezoito, por motivos pessoais, só integrei a equipa no dia dezanove, domingo, dia do envio. Cheguei ao fim da tarde, cansado depois de uma longa viagem de três horas, com uma grande expectativa e algum receio.
A Missão foi para mim aquilo que eu idealizei ao longo do tempo de preparação e viagem? Não! A Missão foi muito mais do que eu podia imaginar.
Formaram-se nove comunidades de pessoas interessadas em discutir e aprofundar o Evangelho, com as quais tive oportunidade de conviver ao longo destes quinze dias do tempo de Missão e tenho uma certeza: Recebi muito mais do que aquilo que dei.
Tive oportunidade de ver a dedicação, partilha, entreajuda, simplicidade e amor que os habitantes dos lugares que frequentámos punham em tudo o que faziam. Nas comunidades havia alegria, entusiasmo e vontade de conhecer melhor Jesus Cristo. A partilha expressa na Comunidade das comunidades presidida pelo Bispo D. Antonino, de Portalegre-Castelo Branco, foi reveladora de abertura aos outros, de encontro com Deus e de resposta aos desafios lançados pelo Sínodo diocesano que está a decorrer.
As celebrações da segunda semana que decorreram em quatro lugares distintos envolveram as comunidades, desde a preparação dos cenários alusivos ao tema até à vivência da mensagem que se queria transmitir a partir dos temas da Missão. A forma como foram preparados e vividos foi um hino à beleza e à interiorização.

Com a preciosa ajuda dos elementos da equipa missionária e a colaboração da população, nesta minha primeira missão popular, parto feliz, transportando no coração as gentes destes lugares e muito mais rico, levando na bagagem muito amor para compartilhar noutras missões, se para tal for convocado. Também levo o desafio de partilhar nos ambientes que frequento o quão gratificante é estar em missão, para falar de Jesus Cristo com comunidades que vimos pela primeira vez. Mas, quando falamos de Cristo as portas abrem-se e o verdadeiro amor humilde e desinteressado acontece.

José Neves,
Santiago do Cacém


terça-feira, 4 de junho de 2013

Contributo para a construção do bem comum


Pão para o corpo e para o espírito

Dai-lhes vós de comer, assim desafiou Jesus os seus discípulos, preocupados com a multidão que tinha vindo ouvi-Lo, desanimada com as autoridades civis e religiosas do seu tempo e que se assemelhava a um rebanho sem pastor. Este mesmo desafio nos fez Jesus, ao celebrarmos a solenidade do Corpo de Deus, este ano pela primeira vez a um domingo e não na quinta-feira a seguir ao domingo da Santíssima Trindade, por causa das medidas de austeridade, sem fim e solução à vista, apesar dos sacrifícios feitos por tantas famílias que ficaram sem trabalho remunerado ou sem clientes para os seus pequenos comércios familiares.

E qual é a nossa resposta? Talvez muito semelhante à dos apóstolos: não temos senão cinco pães e dois peixes. Onde iremos nós arranjar dinheiro para alimentar tanta gente esfomeada? Não temos nenhuma fortuna, não cobramos impostos, não temos empresas produtivas e com mercado, para poder remunerar tanta gente sem trabalho, desanimada e à deriva, como a multidão do evangelho.

Qual é a resposta de Jesus? Dizei às pessoas para ficar, já que fizeram tão grande esforço para vir até aqui, para me ouvir e confiar os seus doentes e preocupações. Trazei-me os cindo pães e os dois peixes. Jesus tomou os pães e os peixes, levantou os olhos para o céu, para Deus seu Pai, abençoou-os, deu graças e mandou reparti-los. E qual não foi o espanto dos apóstolos e da multidão, quando todos comeram, ficaram saciados e ainda sobrou. Jesus mandou recolher as sobras, para não se estragarem, para não haver desperdícios.

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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Animação Missionária



Com o mês de Maio passado e as festas da catequese já celebradas, as paróquias e comunidades, começam a celebrar as festas dos padroeiros. O ano pastoral caminha para o fim e para um tempo de descanso. Nesse período, há um Sínodo em movimento e há um ou outro momento que desperta e mexe com algumas comunidades: A Jornada Mundial da Juventude, no Brasil, e as férias missionárias de Grupos de voluntários ou de cariz religioso são alguns desses momentos em que há actividades concretas para lugares e pessoas concretas.
O Departamento Diocesano da Juventude tem calendarizado um tempo missionário para Almograve-Odemira e um Grupo da Missão, de Santiago do Cacém, em colaboração com o Grupo Ondjoyetu, de Leira, vai promover uma experiência missionária em S. Francisco da Serra. Outros grupos de jovens fazem planos, recolhem fundos, idealizam um programa e partem das suas terras e vão em Missão. É uma experiência de dádiva e partilha que enriquece e leva a um encontro connosco e com aqueles a quem se é enviado.


Missões Populares e seus agentes
Se o tempo de férias é propício para esta vivência missionária, durante este ano pastoral, Ano da Fé, houve comunidades que tiveram a experiência de Missão (Cavaleiro e Fataca – S. Teotónio, Vila Nova de Santo André, Odemira, S. João de Negrilhos e Vale de Água). Outras paróquias e comunidades tal como Brejão (S. Teotónio), Sines e Porto Covo já se preparam para, no início do próximo ano pastoral, viverem a Missão. Santa Clara a Velha, Saboia e Colos, são outras que se preparam para receber o anúncio deste tempo forte de evangelização.
Durante este ano houve cinco encontros de Formação de animadores. Mais de uma centena de pessoas participaram nestes dias de sensibilização missionária e de despertar para participar em alguma missão. Este é um desafio do nosso Bispo que quer que leigos, religiosos e religiosas, sacerdotes e diáconos participem de forma activa na preparação e vivência da missão quer na sua preparação, quer no tempo de pós-missão.
Houve membros de comunidades religiosas femininas da Diocese que já participaram na Missão Popular (Espiritanas, do Bom Pastor, Carmelitas Missionárias). Em algumas paróquias, as comunidades residentes também deram o seu contributo nesta acção de evangelização (Franciscanas Missionárias-Sto André, Oblatas-Odemira e Doroteias-Montes Velhos). Um diácono permanente e sua esposa (S. Teotónio) e o P. Abílio Raposo tomaram a peito esta matriz missionária da Igreja, na sua paróquia e fora dela. Aqui há um grupo missionário paroquial.
A nível de leigos, a Joaquina (Sta Luzia) e o José Neves (Santiago do Cacém) são dois exemplos de alguém que parte em Missão e torna visível este modo de viver o Evangelho. O seu exemplo pode abrir portas para outros leigos se deixarem tocar por este apelo e desafio. O testemunho do José Neves, da sua vivência na Missão de Longomel (Ponte de Sor), além de ser partilha e conhecimento tem por finalidade inquietar ou desinquietar alguns ou algumas pessoas para o campo da Missão.
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja