sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Bento XVI pretende Igreja mais missionária



Mensagem papal recorda estímulo dado pelo Concílio Vaticano II e convida a superar «crise de fé» na humanidade

Bento XVI deseja que atenção dedicada às missões, em Outubro, promova uma maior dinâmica de evangelização da Igreja Católica, num momento em que aumenta o número dos que não conhecem a mensagem cristã.

Na mensagem para o Dia Mundial das Missões, que a Igreja Católica vai celebrar a 21 deste mês, o Papa fala numa “crise de fé, não só no mundo ocidental, mas em grande parte da humanidade”. “É preciso renovar o entusiasmo de comunicar a fé, para promover uma nova evangelização das comunidades e dos países de antiga tradição cristã, que estão a perder a referência a Deus, de forma a redescobrir a alegria de crer”, sustenta.

Este esforço, destaca o texto, transforma-se em “intervenção de ajuda ao próximo, justiça com os mais pobres, possibilidade de instrução nas aldeias mais dispersas, assistência médica em lugares remotos, emancipação da miséria, reabilitação dos que estão marginalizados, apoio ao desenvolvimento dos povos, superação das divisões étnicas e respeito pela vida em todas as suas fases”.

Bento XVI aponta como meta que “o Evangelho chegue até aos confins extremos da terra”, frisando que o anúncio da mensagem cristã “deve envolver toda a atividade da Igreja”.
“Temos necessidade de retomar o mesmo fervor apostólico das primeiras comunidades cristãs que, pequenas e indefesas, foram capazes de difundir o Evangelho, com o anúncio e o testemunho, em todo o mundo então conhecido”, assinala.

O documento recorda o decreto ‘Ad gentes’ (Vaticano II), o início do Ano da Fé e a realização de um Sínodo dos Bispos sobre o tema da nova evangelização, elementos que, segundo o Papa, servem para “reafirmar a vontade da Igreja em empenhar-se com maior coragem e ardor na missão”. Para Bento XVI, o Concílio Vaticano II (1962-1965) foi “um sinal luminoso da universalidade da Igreja”, promovendo uma visão missionária do catolicismo que se desenvolveu desde então. “Isto exige que se adequem constantemente estilos de vida, planos pastorais e organizações diocesanas a esta dimensão fundamental do ser Igreja, especialmente no nosso mundo em constante mudança”, pode ler-se.

O Papa diz que os católicos devem “estar atentos aos que estão longe, aos que ainda não conhecem Cristo”. “Muitos sacerdotes, religiosos e religiosas de todas as partes do mundo, numerosos leigos e mesmo famílias inteiras deixam o seu próprio país, as suas comunidades locais e partem para outras Igrejas para testemunhar e anunciar o nome de Cristo”, constata.
Bento XVI considera que essa decisão é uma “expressão de profunda comunhão, partilha e caridade”, agradecendo ainda a atividade das Obras Missionárias Pontifícias, que promove a cooperação entre as dioceses de todo o mundo.
OC - Cidade do Vaticano, Out 2012 (Ecclesia)
A Mensagem na íntegra - Aqui

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