Mensagem à Diocese de Beja
Caríssimos irmãos e irmãs, filhos e filhas no Senhor

Saúdo, antes de mais, os sacerdotes e os diáconos, meus colaboradores mais próximos, e os religiosos e religiosas que vivem e trabalham na diocese, enriquecendo-a com a diversidade dos seus carismas. Dirijo também a minha saudação a todos e a cada um dos católicos praticantes e não praticantes, às famílias, às crianças, aos jovens, aos idosos, aos doentes e, sobretudo, às pessoas que vivem sós e isoladas: desejo ser para todos vós a presença amiga do nosso Bom Pastor, Jesus Cristo, que nos ama com o mesmo amor divino que recebe do Pai.
Saúdo ainda as Autoridades Civis e Militares, as Forças de Segurança e as Autoridades Académicas dos concelhos do Distrito de Beja e dos concelhos de Santiago do Cacém, Sines e Grândola, do Distrito de Setúbal, que integram a diocese de Beja. Porque servimos as mesmas populações, conto com a ajuda de todos e a todos ofereço também a minha colaboração, dentro daquilo que é normal esperar de um bispo da Igreja Católica.
Àqueles que me perguntam quais são os meus projetos, apenas posso responder que venho para edificar convosco a comunhão eclesial, a Igreja, por meio da evangelização, da liturgia e da ação pastoral. Nesta hora de grandes mudanças, todos sentimos a urgência de uma evangelização básica que, em vez de procurar remendar o tecido eclesial quase desfeito que herdámos dos tempos da cristandade, proporcione aquela renovação profunda preconizada e preparada pelo Vaticano II, pela qual os últimos Papas têm pugnado, e que tanto nos tem sido recomendada por eles.
A única riqueza que vos trago e vos quero dar abundantemente é o Evangelho de Jesus Cristo Filho de Deus e da Virgem Maria, desprezado e morto na Cruz, ressuscitado e glorificado à direita do Pai para interceder por nós e nos dar o Espírito Santo. Quando há dois anos cheguei a Beja desejei, e ainda agora continuo a desejar, não ter no meio de vós outra sabedoria a não ser Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. (1Cor2,2) Eu acredito no Evangelho e sei que o futuro da humanidade está esboçado no Sermão da Montanha que o resume. Como São Paulo, também eu quero afirmar perante vós neste momento, com a firmeza de que sou capaz, que não me envergonho do Evangelho (Rm 1, 16). Tenho experiência de que nele se manifesta o poder de Deus que conduz da fé para a fé(Rm 1, 17), de uma fé infantil, muito ao nível da religiosidade natural, para aquela fé adulta que frutifica pela caridade (Gal 5, 6), fé que se cultiva e testemunha na comunhão da Igreja.

Vamos dar continuidade ao trabalho do Senhor D. António Vitalino, procurando traduzir na vida da diocese as proposições do Sínodo Diocesano recentemente celebrado. Vamos também preparar-nos para comemorar festivamente em 2020, com a ajuda do Senhor, os 250 anos da restauração da diocese. Quanto ao mais, vamos trabalhar humildemente na consolidação dos fundamentos do edifício eclesial que o Senhor quer levantar connosco para podermos enfrentar as grandes tempestades que se desenham no horizonte deste século XXI.
Acredito que não nos faltará a ajuda do Senhor, porque ao longo da minha vida sempre experimentei e confirmei que Ele é fiel e acompanha, por meio do seu Espírito, aqueles que envia.
Confio o meu ministério à frente desta diocese a Nossa Senhora, de cujas aparições em Fátima vamos celebrar o centenário, a São José, padroeiro da nossa diocese, a São João XXIII e a São João Paulo II, que tomei como protetores no dia da minha ordenação episcopal, e ao mártir pacense São Sisenando. Conto com a vossa colaboração e oração para poder apascentar-vos com aquele amor e sabedoria que tornarão suave o jugo que hoje é colocado sobre os meus ombros. Acreditai que é grande o lugar que tendes no meu coração de pastor.
O Senhor vos abençoe!
Beja, 3 de Novembro de 2016
+ João Marcos
Bispo da Diocese de Beja
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