terça-feira, 15 de novembro de 2016

Diocese disse «obrigado» a D. António Vitalino

Celebração de despedida reuniu colaboradores das várias paróquias

O bispo emérito de Beja, D. António Vitalino, teve uma despedida “calorosa”, este domingo, naquela cidade do Alentejo, com a presença de colaboradores das várias paróquias daquele território. Na festa, que coincidiu com o encerramento da porta jubilar da misericórdia, D. António Vitalino confessou-se emocionado à Agência ECCLESIA com o “carinho dispensado” e, “embora vá residir para a comunidade carmelita, em Fátima” deixou uma certeza: “Sempre que precisarem de mim, estarei disponível”.


Durante a sessão, pincelada com testemunhos e obras musicais, o povo alentejano agradeceu o trabalho realizado pelo antecessor de D. João Marcos. Para o vigário-geral da Diocese de Beja, padre António Domingos Pereira, o bispo emérito de Beja foi, essencialmente, “um organizador” e, atualmente, “a diocese pode construir coisas muito interessantes”.

A preocupação “grande com aqueles que estão mais distantes” é outra característica apontada pelo vigário geral, sem esquecer os “mais desfavorecidos e pobres no conhecimento das coisas de Deus”. A “persistência” do bispo emérito de Beja é outra faceta divulgada pelo padre António Domingos Pereira, que é vigário-geral desta diocese desde o ano 2000.

 

O sacerdote falou de um “pastor simples”, que se sentia bem “no meio do povo”, algo que cativou “muita gente”. Uma “presença amiga, discreta e simples” é a imagem que D. António Vitalino deixa na Diocese de Beja, frisou o vigário-geral.

D. João Marcos sucedeu no último dia 3 de novembro a D. António Vitalino como bispo da Diocese de Beja, após o Papa ter aceitado a renúncia deste último, que completou 75 anos de idade. O novo bispo de Beja tinha sido nomeado por Francisco como coadjutor da diocese alentejana a 10 de outubro de 2014, com direito de sucessão.


Novo bispo já se sente «alentejano»

D. João Marcos presidiu ao encerramento da porta jubilar da misericórdia

D. João Marcos disse à Agência ECCLESIA que se sentiu “acolhido de forma calorosa” na primeira celebração, como bispo diocesano de Beja, este domingo, na Sé, que coincidiu com o encerramento da porta jubilar da misericórdia e com a despedida de D. António Vitalino. Os praticantes no Alentejo “não são muitos, mas são calorosos” e são “pessoas provadas” porque o “meio é adverso”, sublinhou D. João Marcos. O bispo atual sente-se “bem acolhido” naquilo que diz e “nos gestos” que tem, e considera que os cristãos de Beja o “fortalecem” e sustentam”.

Em relação ao legado que seu antecessor deixa, D. João Marcos sublinha que D. António Vitalino era “muito acarinhado” na diocese e, na homenagem de despedida, este domingo, “não houve nenhuma paróquia que não quisesse participar na prenda oferecida”.


“Ele deixa a fasquia muito alta” porque “teve uma dedicação sem limites” e “uma capacidade de trabalho impressionante”, afirmou D. João Marcos. O bispo de Beja trabalhou, durante dois anos, como coadjutor de D. António Vitalino e considera que este período “foi uma escola ótima”.

Nascido na região da Beira, D. João Marcos já se “sente alentejano com os alentejanos” porque “as pessoas quando se sentem amadas correspondem”. O responsável adianta que não tem problemas em “entrar num café ou numa taberna” para falar com as pessoas e recorda que, quando “estava no Milharado [Diocese de Lisboa, ndr]”, batizou “dezenas e dezenas de jovens” e “que os encontrava nos bailes”. As pessoas “não iam à Igreja”, mas “a Igreja ia ao encontro deles até eles”, disse.

A experiência que teve “com os saloios [região de Lisboa, ndr]” vai ajudá-lo e “preparou-o para dialogar com os alentejanos que, tradicionalmente, defendem muito a sua intimidade”, salientou D. João Marcos. “Já deu para ver que os alentejanos quando se abrem é para sempre”, refere. Ao falar das linhas de força ou diretivas para a Diocese de Beja, D. João Marcos sublinha que, no tempo atual, “mais do que remedar a Igreja é necessário refundar a Igreja”. “É necessário pegar nos restos que temos e anunciar o Evangelho”, realçou.


Beja, 14 nov 2016 (Ecclesia)

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