Que «as searas cristãs do Alentejo» levem «o verde da esperança» ao «coração ressequido de tanta gente!»
D. João Marcos, com 65 anos de idade e até agora director espiritual do Seminário dos Olivais e do Seminário Redemptoris Mater, foi nomeado a 10 de Outubro pelo Papa Francisco como Bispo coadjutor de Beja, com direito de suceder a D. António Vitaliano, atual responsável diocesano.
“Para que Deus seja, realmente, tudo em todos!”
A igreja de Santa Maria de Belém, no Mosteiro dos Jerónimos, encheu-se para a ordenação episcopal de D. João Marcos. Foi no Domingo de Cristo Rei, dia 23 de Novembro, sendo Bispo sagrante o Patriarca de Lisboa, acompanhado por D. António Vitalino, Bispo de Beja e por D. José Alves, Arcebispo de Évora. Presentes também inúmeros prelados e muito clero das dioceses de Lisboa e de Beja. Foram muitos os cristãos, uns familiares, outros amigos, outros ainda antigos paroquianos das paróquias onde o novo Bispo Coadjutor de Beja foi pároco, bem como muitos diocesanos de Beja que quiseram estar presentes na sagração do mais recente membro do episcopado português.
Referindo-se ao novo Bispo Coadjutor de Beja como “estimado irmão e amigo”, D. Manuel Clemente lembrou que a ida de um padre da diocese para terras alentejanas não é algo inédito. “ [D. João Marcos] seguirá um caminho já feito por anteriores bispos auxiliares de Lisboa, que daqui seguiram para a mesma diocese irmã: D. Manuel Santos Rocha, D. Manuel Falcão e D. António Vitalino, que é o seu atual pastor. Deus o acompanhará onde o envia, em Cristo que sempre nos espera na variada Galileia deste mundo”. O Patriarca de Lisboa estimulou o novo Bispo Coadjutor de Beja, D. João Marcos, a “procurar a tantos”, nas planícies alentejanas ou por perto, que ainda não conhecem o Reino de Deus”.
“O meu jugo é suave”
“O meu jugo é suave”. É o lema do novo Bispo Coadjutor de Beja que foi apresentado à sua Diocese, em celebração solene, na Igreja do Seminário diocesano, neste último domingo, dia 30 de Novembro, início do novo ano litúrgico e do Ano da Vida Consagrada.
No momento próprio, D. António Vitalino, depois de saudar os presentes e agradecer ao novo Bispo a sua disponibilidade, solicitou a D. João Marcos que se dirigisse à assembleia.
D. João Marcos começou por dizer que “o Alentejo precisa de esperança” num tempo em se vive uma “retração de Deus”. “É tempo de as searas cristãs do Alentejo levarem o verde da esperança sobrenatural ao coração ressequido de tanta gente que, sendo embora religiosa, não experimenta que o céu existe mesmo, que Deus não é uma ideia abstrata e inconsistente, mas a fonte de toda a realidade”.
“O Alentejo precisa de cristãos que possam dar testemunho credível”
Para o bispo coadjutor de Beja, “o Alentejo precisa de esperança, precisa de cristãos que vivam seriamente a fé e a caridade para puderem dar testemunho credível da esperança cristã”.
D. João Marcos lançou um desafio e um apelo aos cristãos ao afirmar que “é tempo de passarmos de um cristianismo reduzido tantas vezes a umas práticas religiosas inconsequentes, a uma doutrina que mal se conhece e a uma moral que os pagãos consideram desumana, é tempo de passarmos de um cristianismo reduzido por alguns a uma terapia e a uma almofada psicológica para fugir da realidade para um cristianismo vivo no qual resplandece o mistério da cruz, um cristianismo solidamente enraizado na Páscoa do Senhor”.
O novo bispo coadjutor de Beja aludiu à realidade e à mentalidade que rege a hoje a vida da sociedade ao sublinhar que “vivemos hoje uma retração de Deus. Deus desapareceu da vida social e da vida de muitas pessoas. Vive-se como se Deus não existisse”. “Sem Deus, o homem fica diminuído, desorientado, fechado num aqui e agora sem horizontes, fabricando idolatrias, caindo de desilusão em desilusão”.
Deus “é a fonte da vida e a sua foz”
O bispo coadjutor de Beja comparou a vida humana a um rio: desconhecendo Deus que “é a sua fonte e a sua foz”, fica reduzida “a um lago, às vezes a um charco de águas paradas”.
Na homilia da missa de entrada na diocese de Beja como bispo coadjutor, D. João Marcos saudou todos os presentes e também os ausentes, nomeadamente os que têm uma ligação à Igreja “débil ou inexistente”. “Venho também para eles com a missão do servo do Senhor de proclamar inteiramente a justiça nova do Evangelho sem apagar a mecha que ainda fumega”, sustentou.
A CNIR diocesana, em tempo de acção de graças, procedeu à abertura do Ano da Vida Consagrada, entregando o Evangeliário, uma Lamparina acesa e um Diário de bordo, os quais vão passar por todas as Comunidades Religiosas sediadas na Diocese de Beja.
No final da celebração, autoridades e gente anónima quiseram saudar D. João Marcos. O ambiente era de festa, de alegria e de esperança.
(Texto composto com apontamentos
da Voz da Verdade e da Ecclesia)
Sem comentários:
Enviar um comentário