Anúncio da Missão
em Rio de Moinhos (diocese de Beja)
e em Brogueira (diocese de Santarém)
Foi no fim-de-semana de 13 e 14 de Dezembro, 3º Domingo do Advento, foi feito o Anúncio da Missão Popular em duas aldeias de regiões e dioceses bem diferentes: Beja e Santarém. São as paróquias de Aljustrel, na povoação de Rio de Moinhos (dia 13), até há pouco tempo freguesia e Brogueira (dia 14), no concelho de Torres Novas.
“O Espírito de Deus está sobre mim e enviou-me a anunciar a Boa Nova aos pobres”, pregão do profeta Isaías, proclamado por Jesus na sinagoga de Nazaré, e assumido por Vicente de Paulo para lema da Congregação que seguiu os seus passos, foi o mote comum nas duas celebrações.
Semelhanças e diferenças
Algumas diferenças e semelhanças, acabaram por marcar esta acção missionária: ambas acontecem de 17 a 31 do mês de Maio; o pároco de Aljustrel (P. Paulo do Carmo) já tem algum traquejo no preparar e viver a Missão Popular; o pároco de Brogueira (P. Diamantino Marques) pediu e quer viver pela primeira vez o contacto com este método de evangelização e que, recentemente, foi proposto pelo bispo diocesano.
Enquanto Rio de Moinhos já experimentou em 2006 uma Missão Popular animada por uma equipa liderada pelo falecido P. João Sevivas, a Paróquia de Brogueira nunca esteve no calendário das Missões, embora a vizinha paróquia de Alcorochel tivesse acolhido uma, no ano 2000.
Brogueira tem muita história e tem 3 lugares de culto (Brogueira, Boquilobo e Cardais), sendo a igreja matriz o mais importante. Rio de Moinhos, embora se tenha pensado em construir um lugar de culto e haja um terreno doado há mais de 20 anos, a partir de 21 de Junho último, data da sagração do altar, celebra o culto numa sala da antiga escola, equipada como capela, sob a invocação de Nª Sª de Fátima. De 15 em 15 dias, há Eucaristia.
Ambas têm figuras bem conhecidas: Em Boquilobo (Brogueira), nasceu o general sem-medo Humberto Delgado e em Rio de Moinhos (Aljustrel), veio ao mundo, Manuel de Brito Camacho.
Oração e mãos estendidas
Em Rio de Moinhos, num sábado, chuvoso e frio, ensombrado por um funeral de um filho da terra, ainda jovem, fez-se o Anúncio deste tempo forte de evangelização.
Este acontecimento doloroso, tornando-se momento de oração em memória pelo falecido, foi tempo de anúncio e de missão.
Na paróquia da Brogueira, no domingo, nas três celebrações, sobretudo na Matriz, e com crianças a viver a caminhada de Advento simbolizada nas mãos, além do convite á alegria da Missão e a ‘conhecermos melhor Aquele que já está no meio de nós’, foi feito o desafio para que todas mãos se estendam e chegam a todas as famílias, a todos os Lugares e Casais.
A oração da Missão, a descoberta da equipa coordenadora e o convite a uma participação activa foram apelos lançados pelo P. Diamantino para que, passadas as festas natalícias, fossem propostas acções concretas para mobilizar a paróquia para este tempo forte de Missão e, desde já, todos começarem a ser os missionários das famílias, dos vizinhos e dos amigos.
O terreno começou a ser preparado. O anúncio foi feito. A mensagem que vem de longe e é o centro da Missão, continua a vibrar nos ouvidos, no coração e na vida de todos e desafiar tudo e todos para o “hoje” da salvação de Deus: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor.» (Lc 4, 18-19)
P. Agostinho Sousa, CM
RIO DE MOINHOS
Rio de Moinhos foi uma freguesia do concelho de Aljustrel, criada em 1985, com 37,44 km² de área e 741 habitantes (2011). Foi extinta em 2013, no âmbito da reforma administrativa nacional, tendo sido agregada à freguesia de Aljustrel. É constituída por um único núcleo populacional e por alguns montes dispersos (habitações rústicas agrícolas).
O sector primário da sua economia impõe-se, destacando-se como produtos principais as oleaginosas (azeitona e girassol), a cultura de cereais (em regime de sequeiro), o tomate (para concentrado), milho, arroz e vinha.
Foi em Rio de Moinhos que Manuel Brito Camacho, político republicano, nasceu e aprendeu as primeiras letras e o apego que o ligou ao Monte das Mesas onde viveu a infância, onde «brincou, fisgou pardais e foi aos grilos» fê-lo escrever, ao longo da vida, numerosas páginas sobre a paisagem desta região e o modo de vida bucólico, de outros tempos: “Que bom tempo aquele! Pela meia tarde, na época da ordenha, a horas certas, ainda vinha longe o alavão, logo eu corria para o aprisco, sem chapéu, e punha-me a tocar o búzio com muita força até que o roupeiro chegasse, quase sempre furioso por o terem chamado antes do tempo. Que feliz eu era então!”.
(Os dados históricos e outros foram retirados da autarquia de Aljustrel)
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