quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Caminhos de renovação


Tradição e renovação

No dia 25 de Novembro do corrente ano a Unesco declarou o Cante Alentejano património imaterial da humanidade. Parabéns aos alentejanos por terem sabido conservar viva a sua cultura musical, expressão profunda e bela do seu modo de comunicar e conviver em sociedade. A influência do poder comercial e mediático dos modernos cantores de outros países não conseguiu abafar a alma alentejana. Mas espero que a crise demográfica também não o consiga, relegando o cante para os ambientes museológicos e retirando-o das igrejas, das festas populares, da rua e das tabernas.

 


A tradição cultural, o clima e a natureza fazem parte da identidade de um povo. No panorama nacional o Alentejo ainda é das poucas zonas onde a tradição se mantem. Mas sabemos que sem evolução e renovação não será possível ter futuro, no cante e em todas as expressões da vida de um povo. Por isso será necessário estudar esta expressão cultural, torná-la presente nas escolas elementares e superiores, para que não degenere.

Este reconhecimento trouxe honra aos alentejanos, mas também compromissos em ordem à preservação deste património. Quem se encarrega disso, contando com a colaboração de todos? Autarquias, escolas, igrejas, festivais, clubes? Aqui está uma área em que todos somos corresponsáveis e devemos colaborar. E não é favor nenhum, pois o cante encanta, junta, une e fraterniza as pessoas e os ambientes. Da nossa parte tudo faremos para que o cante na sua versão religiosa continue a ecoar nas nossas igrejas e procissões.

Mas muito mais coisas, modos de ser, valores e ideais precisamos de transmitir às novas gerações e adequá-las aos novos tempos. O Papa Francisco, nos discursos feitos recentemente no Conselho da Europa e no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, desafiava estas instituições importantes na construção de uma Europa de paz e de progresso a não ficarem apenas pela dimensão económica e financeira da comunidade europeia, mas a colocarem no centro das suas decisões a dignidade da pessoa humana nas suas relações multipolares e transversais.


A verdade, a solidariedade, a subsidariedade, o bem comum, o nós integral das pessoas em sociedade são património da doutrina social da Igreja sobre o qual os fundadores da Europa quiseram construir uma Europa que resolve os seus conflitos e divergências pelo encontro das pessoas e dos povos através do diálogo e não pela violência das armas, pelo consenso e entreajuda.

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