Desde o dia 8 de Março, com a chegada e acolhimento da Imagem da Senhora das Missões, as paróquias de Santa Clara-a-Velha e Sabóia e as comunidades de Pereiras-Gare e de Luzianes-Gare, estiveram em Missão Popular.
Ao longo dos 15 dias, a equipa missionária constituída pelas Missionárias Espiritanas (Irmãs Emília, Ascensão e Gorete), o diácono permanente José Inácio e esposa (Nélida) e o P. Agostinho, apesar das grandes distâncias e da dispersão, procurou estar presente nas várias localidades e testemunhar a alegria da Missão.
Além da visita da imagem peregrina a todos os lugares de culto que juntou algumas centenas de pessoas, também se viveu, pelas ruas de Sabóia e em Santa Clara, a “Via Crucis”. A acção directa nas Escolas, com dois momentos distintos, a presença nos Centros de Dia, Centro de convívio e Lar D. Ana Pacheco e a visita ao domicílio a doentes e a idosos (e tantos que eles são!), ocuparam grande parte dos dias. O tempo de oração (laudes e adoração) e as celebrações festivas, com temática alusiva ao tempo litúrgico e ao lema da diocese, preencheram o início e a tarde-noite de cada dia.
Assembleias familiares e Sacramento dos doentes
Na primeira semana, nas assembleias familiares, à tarde ou à noite, fez-se a experiência das comunidades dos Actos dos Apóstolos. Em Sabóia, funcionaram quatro grupos, com nomes significativos: “A caminhar”, “Mensageiros de Cristo”, “Acolhimento” e “Paz”; em Santa Clara, fizeram-se dois grupos: “Grão de trigo” e “Ser presente”; em Luzianes, formaram-se dois, um deles constituído, na sua maioria, por jovens. Ambos assumiram o nome “Luz”. Cada um deles, ao longo de três dias, congregou mais de uma dúzia de pessoas, interessadas, participativas e desejosas de aprender a descobrir a Bíblia. Os testemunhos proferidos na Comunidade das comunidades realçaram a alegria do encontro, o enriquecimento mútuo e a disponibilidade para continuar a caminhada.
Em Sabóia, no Lar, e em Santa Clara, na Igreja, muitos idosos e doentes prepararam-se para Unção dos Doentes. Várias dezenas de pessoas, homens e mulheres, abeiraram-se do Sacramento e foi visível a alegria espelhada no rosto e no olhar de cada um.
Em Pereiras, não foi possível congregar qualquer assembleia. As celebrações semanais dos sábados e as visitas, tornaram-se os momentos mais expressivos nesta comunidade.
Pastor diocesano viveu a experiência do encontro
Ir ao encontro dos mais afastados, seja na distância, seja nas dificuldades a todos os níveis, é tarefa da Igreja e do Bispo. Os dois últimos dias da Missão contaram com a presença de D. António Vitalino. No sábado, ainda a equipa missionária estava em oração, já ele se encontrava na Igreja de Sabóia. Com um programa apertado, deu-se início ao primeiro encontro da manhã. Um pequeno grupo de crianças e adolescentes respondeu ao apelo feito nas Escolas e na catequese. A partir da parábola da Semente estabeleceu-se o diálogo. A proximidade e o à vontade permitiu a reflexão e a oração.
Logo de seguida, no Lar D. Ana Pacheco (instituição que alberga mais de seis dezenas de idosos, faz cerca de uma centena de apoios domiciliários, tem protocolos em vários apoios sociais e dá trabalho a muitas famílias), o Bispo diocesano e a equipa missionária, foram acolhidos por membros da direcção. Acompanhado por eles, D. António cumprimentou afectivamente todos os velhinhos dando-lhes uma palavra amiga e de esperança.
À noite, no centro paroquial de Sabóia, D. António, participou na reunião com os representantes das comunidades de Pereira, Luzianes, Santa Clara e Sabóia. Estiveram presentes 30 pessoas. O prelado diocesano orientou o encontro. Começou por dar espaço a perguntas. Depois, a partir de um texto sobre o Papa Francisco, apontou caminhos a seguir a nível pessoal, paroquial e comunitário: humildade, simplicidade, compreensão, acolhimento, disponibilidade, fraternidade e comunhão. Falou ainda da corresponsabilidade e na necessidade de se ultrapassar obstáculos que estragam a relação das pessoas e não ajudam a construir a comunidade. A todos exortou para que o testemunho de vida seja um reflexo do que escutamos na Palavra e celebramos nos Sacramentos.
“Senhor, dá-me dessa água”
No sábado, além dos encontros, aconteceram duas celebrações: uma, em Pereiras e outra, em Luzianes. D. António presidiu e falou à assembleia reunida. Recordou momentos de presença nessas comunidades e, a partir da liturgia do III domingo da Quaresma e com o cenário do poço de Jacob, foi fazendo uma catequese viva para grandes e pequenos. Descendo para o meio da assembleia foi mas fácil fazer chegar a mensagem a todos, porque mais próxima e acessível.
Á chegada a Luzianes houve um acolhimento muito expressivo e familiar. No final, à saída da celebração, havia um bolo alusivo ao momento, para ser partilhado por todos.
No domingo, foi a vez de Santa Clara saudar o Pastor diocesano e acolher a sua mensagem. Em cenário semelhante e linguagem simples, a celebração foi muito viva, onde as crianças fizeram ouvir a sua voz. O ofertório, com símbolos trazidos da terra expressou a vontade de continuar a Missão. Os representantes das assembleias, empunhando os cartazes, testemunharam a experiência vivida. D. António agradeceu o empenho e lançou o desafio a todos para “serem um presente para os outros”. Aludindo ao taleigo apresentado, e feito de vários retalhos, apelou a todos, para que, na diferença e na riqueza de cada um, se construa unidade e comunhão. Da mesa da Eucaristia partiu-se para a mesa do pão de cada dia, preparada no Pavilhão do clube local e que contou com a participação de um grande número de pessoas de todas as idades.
Em Sabóia, depois de visitar uma velhinha de 99 anos, enciclopédia viva de muitas orações e de testemunho de fé, D. António presidiu à Eucaristia de encerramento que foi ponto e momento de encontro. Também aqui, e a partir do testemunho das assembleias e dos ‘nomes de baptismo’ de cada uma delas, o senhor Bispo fez a homilia. Mais uma vez, a proximidade e a simplicidade estiveram presentes. Sem esquecer o “encontro do dia”, o de Jesus com a samaritana, e traçando o caminho feito por esta, no diálogo com Aquele que é a Fonte de Água viva, D. António pediu aos presentes que fossem missionários como ela o foi ao levar aos outros o testemunho da sua vida ao encontrar o Messias.
Como nos outros lugares não podia haver encerramento da Missão sem um convívio. No centro paroquial, houve lugar para todos. O pouco de cada um, tornou-se muito. O Pastor diocesano, teve que partir, pois novos encontros o esperavam.
Estes dois dias, cheios e em cheio, foram sinal de presença e de proximidade. Foram Missão. Agradecer estes dias a Deus e às pessoas é obrigatório e é justo. A Deus, porque é digno de todo o louvor; às pessoas e às instituições (Lar e Juntas de freguesia) porque se deram totalmente e tudo fizeram para que a Missão acontecesse e se tornasse um tempo forte de alegria e de partilha, de encontro com Deus e os irmãos, de vida e de comunhão.
P. Agostinho Sousa, CDM
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