sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Nova etapa evangelizadora



Celebramos, em tempo de Advento, o domingo da alegria. É um convite permanente e que ganha mais força com a primeira Exortação Apostólica do Papa Francisco “Evangelii Gaudium”. Este documento, de cunho muito pessoal e vivencial, aponta os caminhos traçados a partir do Sínodo dos Bispos (Outubro de 2012), cujo tema foi “Nova Evangelização para a transmissão da Fé”. Para voltarmos ao “evangelho da alegria”, teremos de tomar a peito “a alegria do evangelho”. Isso mesmo: “A alegria do evangelho”. Estas são as primeiras palavras do Papa Francisco e a sua prenda de Natal a toda a Igreja. O documento faz tremer a Igreja, como um terramoto, que abala as falsas seguranças, mas sobretudo, faz-nos estremecer de alegria (cf. Lc.10,21). O Papa, afirma: “A alegria do evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Todos os que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce, sem cessar, a alegria” (E.G.1). Neste espírito, o Papa convida-nos a todos para “uma nova etapa evangelizadora marcada por esta alegria” (E.G.1.)!
Neste contexto e a este propósito para melhor compreender a mensagem do Papa Francisco e a tornar efectiva na vida da Igreja e de cada cristão da nossa diocese, no dia 18 de Janeiro (um sábado), no Centro Paroquial de Moura, está agendado um Encontro de Formação para Animadores da Comunidade, cujo tema é “Desafios e Interpelações da Evangelii Gaudium”. Este encontro, aberto a todos, será orientado pelo P. Tony Neves, superior provincial dos padres Espiritanos.
Certamente, vai ser um rico momento de estudo, reflexão e de concretização de algumas linhas de força para que, nos nossos trabalhos apostólicos e de evangelização tornemos visível a alegria de ser testemunhas de Cristo ressuscitado!  


Avaliação e perspectivas de futuro
O ano que vai terminar dentro de breves dias foi rico de experiências e encontros de cariz missionário. As Missões populares (Odemira, S. João de Negrilhos, Vale de Água e Sines), os encontros de formação e animação (Moura, Mértola, Odemira, S. João de Negrilhos, Vale de Água e Sines), a Jornada Missionária Diocesana (Grândola), o Encontro missionário das Paróquias de Almodôvar, as Férias Missionárias (Mértola, S. Francisco da Serra, S. Domingos, Vale de Água e Zambujeira do Mar), a Festa da Infância Missionária (Santiago do Cacém), a Jornada Mundial da Juventude, e o envio em Missão da jovem Alexandra (Itoculo-Moçambique), foram algumas das muitas expressões da vivência missionária, na Diocese de Beja.
As pequenas comunidades, nascidas da Missão Popular, segundo o ritmo e disponibilidades de cada paróquia, procuram continuar o tempo de pós-missão de uma forma comprometida e intensa. Há passos dados na concretização do nascimento de Grupos Missionários Paroquiais, no seguimento da Carta dos Bispos Portugueses “Para um Rosto Missionário da Igreja em Portugal”.
No ano que se avizinha, e já em tempo de pré-missão há vários meses, as paróquias de Porto Covo (Janeiro), de Sabóia e Sta Clara a Velha (Março), Colos e Relíquias (Abril), Santa Luzia e Vale de Santiago (Maio) e S. Martinho de Amoreiras (Nov-Dezembro), vão viver a Missão Popular. As paróquias de Almodôvar já estão a rezar a Missão, pois em Outubro próximo vai ser feito o anúncio deste tempo forte de evangelização.
De uma forma mais alargada, Ermidas-Sado e Alvalade (Fevereiro) vão revitalizar a Missão que aconteceu há alguns anos atrás. As comunidades familiares de Sines, Santo André e S. João de Negrilhos já programaram os dias de encontro para continuarem a aprofundar a fé e viver este tempo de catequese de adultos de modo a que as suas vidas sejam iluminadas pela Palavra, ao jeito das primeiras comunidades de Jerusalém.
Alguns passos foram dados, mas é preciso dar muitos mais. Todos somos convocados para viver a vocação e identidade missionária da Igreja. E, como estamos em Sínodo diocesano, todos temos que fazer caminho juntos para dar à Igreja e às nossas comunidades um rosto cada vez mais missionário.

Família e evangelização
O Natal é tido por todos como a Festa da Família. De longe e de perto, vencidas distâncias e dificuldades, todos fazem um esforço para se reunir, para partilhar, para viver dias diferentes. Muitas vezes, o Menino nascido em Belém, está um pouco ausente destes encontros. Todavia, há sempre algo ou alguém que faz brotar no coração das pessoas sentimentos de alegria, de paz, de união. É uma porta que continua aberta.
O presépio, centrado na Família de Nazaré, é linguagem que todos entendem. Assumir a postura de Maria, José e do Menino, diante do projecto de Deus, já é mais difícil de entender e de viver. Por isso, o Papa Francisco, quis convocar um Sínodo dos Bispos sobre “ Osdesafios pastorais da Família no contexto da Evangelização”.



“A missão de pregar o Evangelho a cada criatura foi confiada diretamente pelo Senhor aos seus discípulos, e dela a Igreja é portadora na história. Na época em que vivemos, a evidente crise social e espiritual torna-se um desafio pastoral, que interpela a missão evangelizadora da Igreja para a família, núcleo vital da sociedade e da comunidade eclesial. Propor o Evangelho sobre a família neste contexto é mais urgente e necessário do que nunca”.
São estas palavras que dão início a uma longa e urgente reflexão nas famílias, nas comunidades, na Igreja e em toda a sociedade. Nesta quadra, diante do presépio e no contexto das celebrações familiares e comunitárias de Natal, vale a pena pensar na família que somos e que Deus quer que seja, nos caminhos que são necessários percorrer para vivermos ao jeito da Família de Nazaré e nos valores que é preciso cultivar para que a Família seja berço de homens e mulheres totalmente novos e renovados.


P. Agostinho Sousa, CDM/Beja

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