Neste início de ano, e após a convocação do Sínodo Diocesano, paróquias e grupos estão a dar espaço e tempo à reflexão dos temas propostos para, por ocasião da Páscoa, haver trabalho feito e resultado abundante para que a Comissão sinodal faça a síntese e apresente o resultado do estudo e aprofundamento do povo e das gentes. É um trabalho oportuno, desafiante e necessário e leva à descoberta do papel de todos na construção da Igreja de Jesus Cristo, nesta tão vasta diocese de Beja. Torna-se, deste modo, um tempo de descoberta e de experiência de comunhão e de corresponsabilidade, gerador de apelos e compromissos. É um tempo do Espírito Santo, um tempo missionário, que importa fomentar e valorizar.
Embora, não apareçam tempos fortes de Missão nesta época, esta actividade está bem presente, na preparação e na concretização desta dimensão eclesial. Odemira (Março), S. João de Negrilhos (Abril) e Vale de Água (Maio) estão a dar passos na sensibilização e constituição das comunidades/assembleias familiares. O contacto pessoal, as mensagens dos respectivos párocos, as reuniões mensais com o responsável por este sector vão abrindo portas e criando o ambiente propício para a vivência da Missão, quer no tempo da sua realização, quer no tempo que se lhe segue.
Embora se saiba que somos poucos e que todos têm um sem número de responsabilidades na vida da paróquia, os tempos de formação que vão sendo propostos são abertos a todos e querem ajudar os animadores a fortalecer os seus conhecimentos e a dar bases para um trabalho pastoral mais consistente e um testemunho mais coerente. Assim foi com os encontros anteriores e também o será nos próximos, a começar já em Odemira (23 de Março), sobre a Caridade, continuando nos de S. João de Negrilhos (Missão: todos e sempre) e de Vale de Água (Nova Evangelização). Temas e estudos feitos por pessoas que, nestas áreas, têm longa experiência e vastos conhecimentos e em que vale a pena participar, pois enriquecem e valorizam.
Outras terras, outras Missões
Como responsável do sector das Missões Populares da Província Portuguesa da Congregação da Missão, cabe-me coordenar, preparar e fazer outras Missões, noutros lugares. Neste ano Pastoral já houve Missões nas Dioceses do Porto (Penamaior-Paços de Ferreira), de Santarém (Granho e Glória do Ribatejo-Salvaterra de Magos), estando já em tempo de preparação as de Marinhais e Muge. Também na Diocese de Portalegre-Castelo Branco (Longomel) e na Diocese de Viseu (Arões) estão a viver a pré-missão.
Em Beja, no norte ou no centro, quando acontece o tempo da Missão, há vida nova que nasce e se empenha na vivência da fé e no compromisso comunitário. A experiência das pequenas comunidades abre fronteiras, cria relação, faz propostas e exige respostas. Quando mais bem preparada a Missão, melhores os resultados: os animadores sentem a responsabilidade da sua missão, as casas abrem-se e surge a revelação da fraternidade, a Palavra de Deus é fonte de união e de comunhão e o grupo identifica-se com um projecto de caminhada com objectivos definidos que levam ao compromisso e à partilha.
O tempo forte da Missão é um tempo de graça. Vai deixando marcas e muitos se deixam tocar por esta experiência. A pós-Missão, tempo de continuidade, exige persistência, atenção redobrada e a sabedoria de continuar a dar a mão àqueles que já caminhavam e aos que, agora, começaram a dar os primeiros passos.
Estamos no tempo do Espírito Santo, o protagonista da Missão. Abrir-se ao dom, deixar que Ele trabalhe, deixar-se modelar e mover por Ele, é desafio permanente que exige disponibilidade interior e capacidade de risco e aventura. Por isso, é urgente, cada vez mais, navegar nas asas do Espírito, ser instrumento vivo e eficaz da sua acção no mundo e na Igreja, a começar nas nossas paróquias e na nossa Diocese.
P. Agostinho Sousa
CDM/Beja
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