domingo, 25 de janeiro de 2015

CONGREGAÇÃO DA MISSÃO
25 JANEIRO DE 1617 - 2015

“Aquele foi o primeiro sermão!”

Nascia o ano 1617. Em Janeiro, Vicente de Paulo (1581-1660), depois de um caminho árduo e difícil, cheio de provas e aventuras, já se encontra no Castelo de Folleville, ao serviço dos senhores de Gondi. Da aldeia de Gannes, a duas léguas de distância, chega a notícia que um camponês está a morrer e quer falar com o padre Vicente. Vicente parte, imediatamente. Entra numa humilde casa, senta-se à cabeceira do doente e ouve-o de confissão. O homem enche-se de coragem e diante do confessor, expõe todo o rosário das suas faltas. Havia anos que, por vergonha, não confessava certos pecados.



Liberto, agora, uma alegria inunda o coração do homem que, diante da família e dos seus vizinhos, proclama que, se não fosse aquela confissão, estaria eternamente condenado. E dá graças por aquela confissão geral.

A senhora de Gondi, ao testemunhar este acontecimento, estremece e diante desta constatação, diz: “Padre Vicente o que é que acabamos de ouvir? Certamente acontece o mesmo com a maior parte desta gente. Se este homem que passava por um homem de bem, estava em estado de condenação, como não estarão os outros que vivem tão mal? Que remédios podemos pôr a este mal?”

O remédio surgiu a seguir. Vicente já conhecia a situação deste povo. Mas é à cabeceira daquele doente que experimenta, directa e pessoalmente, a dureza desta realidade. Arguto e perspicaz, descobre o tipo de ferida que ali existe e não duvida quanto ao remédio que é necessário dar para curar o mal. E encontra-o rapidamente.

No dia 25 de Janeiro prega um sermão ensinando o povo a fazer a confissão geral e chama outros sacerdotes para este serviço. O remédio foi fácil: preparação dos cristãos para a confissão, e padres de fora, em quem eles confiem. No sermão, Vicente pregou com clareza, entusiasmo e fé; instruiu, comoveu, arrastou.“Deus abençoou as minhas palavras”, dirá, algum tempo depois.

O povo do campo, bom e simples, acorre, em massa, a confessar-se. Um grupo de padres está disponível. Estava lançada a semente. O pequeno grão de mostarda havia de crescer e multiplicar-se, dando origem a uma nova Congregação, na Igreja.
Nada, porém, fica fundado naquele dia. Nem lhe passa pela ideia o facto de que havia necessidade de uma Congregação para tal trabalho e, muito menos, de que ele era a pessoa chamada para a fundar.


Vão ser precisos oito anos (1625) para que seja posta em marcha a dita Congregação que vai tomar o nome de Congregação da Missão. Nesse dia, 25 de Janeiro de 1617, Vicente de Paulo apenas pregou um sermão: “o primeiro sermão”, dirá ele mais tarde.

E porque foi considerado o primeiro, Vicente, todos os anos, neste dia 25 de Janeiro, dia da conversão de S. Paulo, dará graças a Deus pelas bênçãos derramadas sobre aquele sermão, origem de tantos outros que converteram tão grande número de homens, e contribuíram para a expansão de reino de Jesus Cristo” (Abelly).

Por este motivo, os padres da Missão (Vicentinos), fiéis ao fundador, celebram pelos tempos fora, o dia 25 de Janeiro como o dia do nascimento da Congregação da Missão.


P. Agostinho Sousa, CM

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