segunda-feira, 14 de julho de 2014

Animação Missionária





Celebrar a Fé – Ir ao Encontro

No domingo, 6 de Julho, uma representação da paróquia de Santiago do Cacém (três dezenas de pessoas, de diferentes idades e pertencentes a vários grupos e movimentos), deslocaram-se à Venda Nova-Amadora, ao Bairro 6 de Maio. Esta acção pastoral e missionária acontece pela terceira vez. Nos últimos dois anos, a Comunidade daquele Bairro, veio visitar-nos, participou connosco na Eucaristia na Igreja Matriz e, à tarde, fez o seu convívio no Rio da Figueira. Criaram-se laços e houve intercâmbio de culturas e de vivências. Este ano foi a nossa vez de retribuir a visita. Associamo-nos à Festa da independência de Cabo Verde e do Padroeiro do Bairro, S. Domingos de Gusmão.


Centro Social, uma casa amiga
O Centro Social do Bairro 6 Maio é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), localizado no bairro que lhe dá o nome e é dirigido pela Congregação das Irmãs Missionárias Dominicanas do Rosário. Os seus habitantes, na sua maioria de origem caboverdiana, vivem num habitat muito precário, o que leva a uma imagem exterior extremamente negativa. No entanto, a vontade de muitos habitantes é permanecer no bairro, manifestando uma atitude bastante positiva em relação a esse espaço. Há uma forte identidade cultural e um sentimento de pertença das pessoas deste bairro, fazendo com que estas produzam e reproduzam, criem e recriem a sua identidade.
O Centro Social é uma casa amiga e, neste contexto, assume especial relevância, procurando dar resposta aos problemas sociais da população do bairro, mas também na estruturação da sua identidade cultural, através dos projectos e actividades que desenvolve. O Centro Social possui um papel importante, na medida em que procura apostar e capacitar jovens líderes, que poderão influenciar outros, fortalecendo a imagem positiva e o sentimento de pertença ao bairro. O Centro Social surge como uma entidade que congrega as pessoas, procura promovê-las e capacitá-las.
O Centro, o bairro e os seus habitantes são uma tríade que se funde e confunde, abraçando uma identidade assente nesta interacção. Na essência de cada um está presente a história dos outros dois.

Preparação e dinamização
Há dois meses atrás, um pequeno grupo de Santiago deslocou-se ao Bairro 6 de Maio e, reuniu-se com os animadores daquela comunidade e com as Irmãs Dominicanas. Os lemas das Dioceses de Beja e de Lisboa deram o mote a todo o encontro celebrativo e litúrgico. Além dos caboverdianos, também os guineenses, sãotomenses e oriundos de outros países lusófonos, foram convidados a participar para que, com os seus cantos, ritmos e danças, animassem a Eucaristia e o convívio. Entre nós, nos vários grupos e na comunidade foi feita a divulgação e, a partir do lema “A fé actua pela caridade”, fez-se uma recolha de géneros alimentares para serem partilhados com as famílias mais pobres. Muitas foram as pessoas que aceitaram a proposta e responderam generosamente. Ao todo, levamos cerca de 250kg de alimentos, que foram entregues às Irmãs.


Celebração e convívio
O sol não quis aparecer e, em sua vez, a chuva fez-se presente. No mini-bus cedido pela Câmara Municipal, galgamos a distância entre Santiago e o Bairro 6 de Maio. Era visível o ar de festa no recinto exterior do Centro Social. A chuva caía. Foi necessário adaptarmo-nos a esta circunstância. Os vários grupos foram chegando, as autoridades (Presidente da Câmara da Amadora, representante da Embaixadora de Cabo Verde, presidente da Junta da Venda Nova) tomaram os seus lugares, os Juízes da Festa assumiram o seu papel e deu-se início à Eucaristia. Presidiu o P. Manuel Nóbrega (vicentino).
Além das comunidades lusófonas também participaram alguns Grupos que colaboram com o Centro Social e o Bairro (Equipa d’África e outros). As danças, os cantos, as palavras, os gestos e os sinais, deram cor e encanto a toda a celebração. A entronização da Palavra e o momento de adoração, foram muito expressivos e profundos. No ofertório, além dos frutos da terra, foram colocados no altar os alimentos recolhidos em Santiago e foi entregue à Comunidade do Bairro, um quadro de S. Domingos, pintado por alguém da nossa terra. No momento de acção de graças, e tendo presente o Evangelho do dia, oferecemos a cada pessoa, uma pequena pedra onde se podia ler: “Eu Te bendigo, ó Pai…”. A comunidade do Bairro, por sua vez, e como sinal de envio, entregou-nos um facho de luz.
Seguiu-se o almoço partilhado. A variedade era muita e os cozinhados africanos estavam apetitosos. Houve partilha, intercâmbio, alegria. Depois, os mais pequeninos e os adultos, com danças e batuques, com muita cor e muita vida, dançaram, conviveram, fizeram festa.
Regressamos. Viemos mais ricos. A experiência foi muito bonita, as pessoas ficaram encantadas e não deram pelo andar do relógio, durante a Eucaristia. Um dia muito bom, um autêntico Pentecostes!
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja

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