segunda-feira, 28 de julho de 2014

Missão no Alentejo



No início de Agosto, com este nome ou outro, vários são os grupos que rumam à nossa Diocese e procuram viver momentos inesquecíveis. Uns, fazem-no pela primeira vez, outros porém, já são caras conhecidas. As motivações são idênticas, as propostas são semelhantes, o tempo de vivência varia entre oito a quinze dias e a zona de acção é variável, com incidência para o concelho de Mértola.
Depois de um tempo de preparação, com caminhada espiritual e tempo de estudo das realidades a encontrar, gente jovem do norte, do centro ou da capital, procura viver esta experiência missionária, levando às populações, tantas vezes esquecidas ou isoladas, a sua alegria de viver e a sua vontade de ser útil e prestável, a sua disponibilidade para dar um pouco de si para que outros possam ganhar ânimo, força, e capacidade para viver cada dia, com horizontes diferentes.
Alguns destes grupos estão ligados a paróquias e movimentos. Outros, por sua natureza e identidade, são grupos missionários de raiz ou estão ligados a projectos missionários. Pelas experiências passadas, a maio parte destas experiências missionárias têm o apoio dos párocos e das localidades onde decorrem e as populações acolhem estes momentos, com alegria, com abertura e com generosidade. Para muitos, são uma verdadeira bênção!





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terça-feira, 22 de julho de 2014

GRATIDÃO E INCOMPREENSÕES



1. Gratidão aos pastores

Nos meses de Junho e Julho costuma haver em quase todas as dioceses ordenações de novos membros do clero, assim como jubileus de ordenação de muitos daqueles que há diversos anos dedicam as suas vidas à construção do Reino de Jesus Cristo.


Na nossa diocese, no dia 28 celebramos as bodas de diamante (60 anos) do sacerdócio dos padres Manuel Alves e José Pires Soares, na solene celebração de ordenação de dois novos presbíteros, na Sé de Beja. No dia 19 de Julho, na igreja matriz de Sines foram as bodas de ouro do Padre José Fernandes Pereira. Em algumas paróquias até celebram anualmente o dia da ordenação do seu pároco.

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quarta-feira, 16 de julho de 2014

OÁSIS PERIÓDICO



1. Animação do interior


Na última nota escrevi sobre a desertificação do interior e algumas medidas eclesiais para aquecer o inverno demográfico. É claro que nada se resolve por decreto nem temos uma varinha mágica para inverter o processo de contínua desertificação. Nem sequer o governo ou a comunidade europeia.

Mesmo fazendo parcerias com todos os responsáveis há algo que depende da natureza e da vontade de cada pessoa em idade fértil. Sem desejo de simplicidade e de vida austera, vai ser impossível reter as pessoas no interior. O ambiente está contaminado e o estilo de vida da juventude rema em direção ao litoral e aos grandes aglomerados. Outrora os monges fugiram para o deserto, julgando impossível o seguimento de Cristo na cidade. Estes monges não constituiram família de sangue. Mas deram origem a uma grande família dos discípulos de Cristo.

No descampado do Alentejo encontram-se muitas comunidades exotéricas e famílias de origem estrangeira que trocaram o rebuliço de países altamente industrializados pela simplicidade de vida do nosso interior. Embora muitos não provenham de comunidades cristãs, no entanto cultivam e buscam realizar valores que contrariam a desertificação humana e ecológica do planeta. Sem mencionar nomes, aqui deixo o meu respeito e admiração.

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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Animação Missionária





Celebrar a Fé – Ir ao Encontro

No domingo, 6 de Julho, uma representação da paróquia de Santiago do Cacém (três dezenas de pessoas, de diferentes idades e pertencentes a vários grupos e movimentos), deslocaram-se à Venda Nova-Amadora, ao Bairro 6 de Maio. Esta acção pastoral e missionária acontece pela terceira vez. Nos últimos dois anos, a Comunidade daquele Bairro, veio visitar-nos, participou connosco na Eucaristia na Igreja Matriz e, à tarde, fez o seu convívio no Rio da Figueira. Criaram-se laços e houve intercâmbio de culturas e de vivências. Este ano foi a nossa vez de retribuir a visita. Associamo-nos à Festa da independência de Cabo Verde e do Padroeiro do Bairro, S. Domingos de Gusmão.


Centro Social, uma casa amiga
O Centro Social do Bairro 6 Maio é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), localizado no bairro que lhe dá o nome e é dirigido pela Congregação das Irmãs Missionárias Dominicanas do Rosário. Os seus habitantes, na sua maioria de origem caboverdiana, vivem num habitat muito precário, o que leva a uma imagem exterior extremamente negativa. No entanto, a vontade de muitos habitantes é permanecer no bairro, manifestando uma atitude bastante positiva em relação a esse espaço. Há uma forte identidade cultural e um sentimento de pertença das pessoas deste bairro, fazendo com que estas produzam e reproduzam, criem e recriem a sua identidade.
O Centro Social é uma casa amiga e, neste contexto, assume especial relevância, procurando dar resposta aos problemas sociais da população do bairro, mas também na estruturação da sua identidade cultural, através dos projectos e actividades que desenvolve. O Centro Social possui um papel importante, na medida em que procura apostar e capacitar jovens líderes, que poderão influenciar outros, fortalecendo a imagem positiva e o sentimento de pertença ao bairro. O Centro Social surge como uma entidade que congrega as pessoas, procura promovê-las e capacitá-las.
O Centro, o bairro e os seus habitantes são uma tríade que se funde e confunde, abraçando uma identidade assente nesta interacção. Na essência de cada um está presente a história dos outros dois.

Preparação e dinamização
Há dois meses atrás, um pequeno grupo de Santiago deslocou-se ao Bairro 6 de Maio e, reuniu-se com os animadores daquela comunidade e com as Irmãs Dominicanas. Os lemas das Dioceses de Beja e de Lisboa deram o mote a todo o encontro celebrativo e litúrgico. Além dos caboverdianos, também os guineenses, sãotomenses e oriundos de outros países lusófonos, foram convidados a participar para que, com os seus cantos, ritmos e danças, animassem a Eucaristia e o convívio. Entre nós, nos vários grupos e na comunidade foi feita a divulgação e, a partir do lema “A fé actua pela caridade”, fez-se uma recolha de géneros alimentares para serem partilhados com as famílias mais pobres. Muitas foram as pessoas que aceitaram a proposta e responderam generosamente. Ao todo, levamos cerca de 250kg de alimentos, que foram entregues às Irmãs.


Celebração e convívio
O sol não quis aparecer e, em sua vez, a chuva fez-se presente. No mini-bus cedido pela Câmara Municipal, galgamos a distância entre Santiago e o Bairro 6 de Maio. Era visível o ar de festa no recinto exterior do Centro Social. A chuva caía. Foi necessário adaptarmo-nos a esta circunstância. Os vários grupos foram chegando, as autoridades (Presidente da Câmara da Amadora, representante da Embaixadora de Cabo Verde, presidente da Junta da Venda Nova) tomaram os seus lugares, os Juízes da Festa assumiram o seu papel e deu-se início à Eucaristia. Presidiu o P. Manuel Nóbrega (vicentino).
Além das comunidades lusófonas também participaram alguns Grupos que colaboram com o Centro Social e o Bairro (Equipa d’África e outros). As danças, os cantos, as palavras, os gestos e os sinais, deram cor e encanto a toda a celebração. A entronização da Palavra e o momento de adoração, foram muito expressivos e profundos. No ofertório, além dos frutos da terra, foram colocados no altar os alimentos recolhidos em Santiago e foi entregue à Comunidade do Bairro, um quadro de S. Domingos, pintado por alguém da nossa terra. No momento de acção de graças, e tendo presente o Evangelho do dia, oferecemos a cada pessoa, uma pequena pedra onde se podia ler: “Eu Te bendigo, ó Pai…”. A comunidade do Bairro, por sua vez, e como sinal de envio, entregou-nos um facho de luz.
Seguiu-se o almoço partilhado. A variedade era muita e os cozinhados africanos estavam apetitosos. Houve partilha, intercâmbio, alegria. Depois, os mais pequeninos e os adultos, com danças e batuques, com muita cor e muita vida, dançaram, conviveram, fizeram festa.
Regressamos. Viemos mais ricos. A experiência foi muito bonita, as pessoas ficaram encantadas e não deram pelo andar do relógio, durante a Eucaristia. Um dia muito bom, um autêntico Pentecostes!
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Voluntários em Missão



A Fundação Fé e Cooperação divulga dados relativos a 2014, destacando pessoas que deixam emprego para abraçar projetos

Cerca de 550 jovens e adultos vão realizar este ano projetos de voluntariado missionário em países em desenvolvimento e 992 em Portugal, revelou hoje a Fundação Fé e Cooperação (FEC), da Igreja Católica. Este é o maior número de voluntários em missão fora de Portugal desde que a FEC começou a publicar dados relativos a estas iniciativas, em 2003.


Em declarações prestadas à Agência ECCLESIA, Catarina António, do Departamento de Educação para o Desenvolvimento da FEC, destaca o aumento significativo de voluntários que este ano participam em missões fora de Portugal, em comparação com os dados relativos a 2013 (405), registando um aumento de mais de uma centena de pessoas que “se dispuseram a partir”.

Outra “grande diferença” diz respeito ao número de pessoas que “largaram o seu emprego” para poderem integrar este tipo de projetos. “Às vezes pensa-se que a maior parte das pessoas que vão são desempregados, são estudantes, e grande parte continua a ser estudantes que vão nas férias, mas muitos desses estudantes trabalham e estudam: ao irem numa missão ad gentes precisam de pedir uma licença sem vencimento ou desempregarem-se para partir”, explica Catarina António.

Ao contrário do que acontece com o voluntariado mais comum, o voluntariado missionário, ligado à Igreja Católica, significa “abandonar tudo”, família, amigos, conforto, durante um período entre um mês e dois anos, e “ir para o desconhecido, às vezes para países onde as necessidades são enormes”.

“Isso implica toda uma mudança na vida de quem parte e notou-se este ano uma evolução nesses números”, reforça a responsável da FEC, para quem as estatísticas deixam ainda uma outra mensagem muito significativa. “É uma forma de mostrar à sociedade, hoje em dia em que se fala tanto que se perderam valores, que o voluntariado missionário é uma forma muito presente no dia-a-dia e que o voluntariado nacional continua a existir de uma forma muito focada”, complementa. Um outro dado que reforça esta ideia é que, em 2014, 127 voluntários vão repetir a experiência de missão.

Países lusófonos como Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Brasil, sobretudo os quatro primeiros, dominam este ano a lista dos destinos de missão.
Quanto ao tipo de trabalho que irá ser desenvolvido pelos voluntários missionários, Catarina António realça áreas como a educação, a saúde e a pastoral social, e a atenção especial às populações mais jovens e aos idosos.

Entre todas as entidades que promovem o voluntariado missionário, “é quase transversal” o trabalho junto destas faixas etárias. “Verificou-se também um aumento no trabalho com mulheres e na formação a professores”, acrescenta a responsável da FEC.

Os dados hoje apresentados são resultado de um inquérito feito às 61 entidades que integram a Rede de Voluntariado Missionário coordenada pela FEC, das quais 38 (mais uma do que em 2013) enviam voluntários em missão.
LS/JCP/OC- Ecclesia
Lisboa, 09 Jul 2014



Desertificação do interior



1. Inverno demográfico

Nas últimas semanas o governo começou a dizer que precisamos de atacar a crise de emprego e de natalidade e criou uma comissão para estudar políticas favoráveis. Como sabemos, nos últimos anos tem aumentado o número de desempregados, diminuído o número de nascimentos, subido o envelhecimento da população e o número de emigrantes. Em algumas zonas do país houve uma ligeira compensação com a entrada de imigrantes, sobretudo para setores menos procurados pelos nativos, como é a área da agricultura.

Isto afetou mais o interior que o litoral e os grandes centros urbanos. Nos 17 concelhos da diocese de Beja houve um decréscimo de quase dez mil habitantes entre 2001 e 2011. Nos concelhos do litoral alentejano manteve-se a população, sobretudo devido aos imigrantes. Em algumas freguesias do litoral a população residente estrangeira é superior à autóctone, como, por exemplo, em S. Teotónio. Isto reflete-se também na pastoral das paróquias, onde o número de batismos, de crianças na catequese, de matrimónios e outras áreas tem vindo a diminuir.

Quais serão as causas? Certamente que são muito complexas e múltiplas e não podemos atribuir tudo à crise económica, pois já houve épocas de grande pobreza e, apesar disso, havia uma grande natalidade.

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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Produtividade e avaliação


1. Avaliação
Nas escolas, nas universidades e nas empresas faz-se avaliação contínua, mas também periódica, sobretudo no final do ano fiscal ou do ano escolar, antes das férias. Mas também na Igreja, nas dioceses, paróquias, serviços e movimentos isso se faz ou deveria fazer. Os critérios de avaliação são diferentes, conforme a área em que nos ocupamos. Enquanto nas empresas predomina o critério do lucro, que depende de muitos fatores, na Igreja olha-se mais aos frutos e aos agentes que os produzem, as pessoas, na sua dignidade e qualidade, enquanto seres humanos, dotados de muitas capacidades e possibilidades.


A produtividade e o êxito não serão possíveis sem abertura aos mestres, sem vontade de aprender, sem método, sem esforço e sem disciplina de trabalho. Mesmo no mundo do desporto e do futebol, com o campeonato do mundo a decorrer no Brasil, constatamos que não basta ter nas equipas os melhores jogadores do mundo. Sem treino, disciplina e estratégias inteligentes, muito estudadas e treinadas, algumas das equipas com muitos jogadores famosos e tradicionalmente candidatas aos lugares cimeiros, tiveram de arrumar as chuteiras e as malas mais cedo.

Nas escolas e universidades constatamos muitos chumbos e um baixo nível da escolaridade. Mas muito pior que isso é a natalidade que já não repõe as gerações e a redução do número de alunos, o que provoca falta de aulas para muitos professores e, daqui a algum tempo, os mais velhos não vão ter quem cuide deles ou desconte o suficiente para as suas reformas.

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