terça-feira, 10 de junho de 2014

Construir a Paz



1. Construir pontes




No dia 6 de Junho reuniram-se muitos Chefes de Estado a nível mundial na Normandia, França, para comemorar o 70º aniversário do famoso dia D, em que as tropas dos aliados contra as tropas do nacional socialismo de Hitler desembarcaram nessa parte da Europa, começando aí o início do fim da segunda guerra mundial, mas à custa de milhares de mortos, de ambas as partes. Foi um dia histórico para a construção duma Europa democrática e livre, mas à custa de muitas vidas. Nunca agradeceremos suficientemente essas vidas que possibilitaram a paz para nós.

Mas a história não se faz apenas de memória do passado. É preciso lançar fundamentos e construir pontes em ordem a um futuro de paz, de progresso e de harmonia entre todos os países e pessoas. Sob os escombros da segunda guerra mundial, três grandes homens começaram a lançar essas bases sólidas: Adenauer, da Alemanha, De Gaspari, da Itália e Schuman, luxemburguês radicado na França. Foi este último que lançou a ideia da união europeia a partir do controle da produção do carvão e do aço, para evitar a construção de armas de guerra. Rapidamente aderiram vários países do centro da Europa e hoje são já 28. A ideia fundamental foi a construção de uma Europa de paz, para que nunca mais fosse pela guerra fratricida a solução dos problemas entre os países.

Depois de mais de 60 anos após a assinatura do primeiro tratado em Paris, em Abril de 1952, muitos avanços e recuos se têm feito, muitos tratados celebrados e assinados! Permanecem muitas interrogações para se conseguir a coesão social entre todos os 28 países que agora formam a União Europeia. As últimas eleições para o Parlamento Europeu, a 25 de Maio, vieram demonstrar a debilidade da construção da Europa por parte dos políticos e dos povos. Os candidatos olharam mais para si mesmos e os seus partidos, que para o bem comum da paz, do progresso, da protecção dos mais fracos, da coesão e integração de todos num projeto com futuro de esperança para todos. Os cidadãos eleitores mostraram desinteresse ao abster-se de votar.

Como podemos assim construir a União Europeia? Sem o envolvimento de todos e sem raizes mais sólidas e profundas que os sistemas económicos e financeiros, não será possível. Também as Igrejas e sobretudo os cristãos precisam de se empenhar mais por uma Europa mais segura, melhor, acolhedora e integradora de todos, na base do respeito pela dignidade humana.

2. Contributo da Igreja pela paz

A construção de uma sociedade coesa, feliz, em paz e harmonia entre si e os países vizinhos e também entre os povos dos vários continentes depende de muitos factores e iniciativas. Mencionarei apenas alguns, ao alcance de todos e mais de acordo com as possibilidades e a missão da Igreja.


Começo por uma iniciativa em que acabo de participar, representando a Conferência Episcopal de Portugal. Foi oKatholikentag, um encontro bienal dos católicos alemães, em que, durante vários dias, à volta da festa da Ascensão, se canta, se fazem exposições de arte, se discute sobre diversos temas, se dialoga, reza e celebra. São mais de mil encontros. Foi o 99ºKatholikentag, desta vez em Ratisbona, cidade património mundial, onde leccionou Josef Ratzinger, agora Papa emérito e onde a diocese de Beja participou numa exposição de arte mariana, em 1999.

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