Começando a 18 e prolongando-se até 25 de Janeiro vivemos o oitavário de oração pela unidade dos cristãos e que este ano tem como tema a interrogação de S. Paulo na primeira carta aos Coríntios 1, 13: Estará Cristo dividido?
As divisões e contendas nunca ajudaram ninguém. Pelo contrário, muitas famílias, grupos e povos empobreceram e foram dominados por causa disso. Por isso, Cristo disse aos apóstolos na última ceia: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. E rezou pela unidade entre os seus discípulos.
Dos primeiros cristãos dizia-se que eram assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à oração em comum, à fracção do pão (Eucaristia) e à partilha fraterna, de modo que a ninguém faltava o essencial para viver. Era a unidade entre eles que atraía os pagãos e fazia aumentar o número dos cristãos.Vede como eles se amam!
No mundo global em que vivemos, mais visível se torna a divisão dos que se dizem cristãos, separados em diversas igrejas ou comunidades religiosas ou até mesmo dentro da mesma família religiosa. Isso não é vontade de Deus nem contribui para o bem da humanidade nem para o nosso próprio bem.
Que fazer? Como proceder? Comece cada um por si. Reze pelo outro e faça-lhe bem. A conversão e reconciliação têm de começar por nós mesmos, para sabermos amar como Jesus e nos tornarmos seus verdadeiros discípulos. Que em todas as comunidades se tenha bem presente esta intenção e pedido de Cristo e da Igreja. († António Vitalino, bispo de Beja)
Reconhecimento mútuo do Baptismo entre Igrejas cristãs
Representantes das Igrejas Católica, Lusitana, Presbiteriana, Metodista e Ortodoxa (Patriarcado Ecuménico de Constantinopla) em Portugal vão assinar no próximo dia 25, em Lisboa, uma declaração de reconhecimento mútuo do Baptismo.
A assinatura vai acontecer durante a celebração ecuménica nacional, na catedral Lusitana (Igreja Anglicana) de São Paulo, na presença de D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e de “outros representantes católicos e hierarcas das Igrejas do Conselho Português de Igrejas Cristãs”. Este “importante acontecimento” do reconhecimento mútuo do Baptismo representa “mais um passo no caminho de diálogo ecuménico entre as Igrejas envolvidas”.
“Este passo concreto reafirma o muito que já nos une em Cristo, como seus discípulos, um povo de batizados chamado a ser, no mundo e para o mundo, sinal credível do Evangelho”, sublinham os responsáveis cristãos. A assinatura, no dia conclusivo da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, acontecerá “num contexto orante, reunindo jovens e hierarcas das diversas Igrejas, juntos na escuta da Palavra e no assumir de um compromisso claro pela causa da reconciliação e da unidade”.
D. António Couto, presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização – que acompanha o diálogo ecuménico -, disse que esta decisão é um “acontecimento nacional” que vem coroar “muitos anos de trabalho".
O decreto sobre o ecumenismo do Concílio Vaticano II, ‘Unitatis Redintegratio’, lembra no seu n.º 3 que todos os cristãos “justificados no Baptismo pela fé, são incorporados a Cristo, e, por isso, com direito se honram com o nome de cristãos e justamente são reconhecidos pelos filhos da Igreja católica como irmãos no Senhor”.
João Paulo II, na sua encíclica sobre a Unidade dos Cristãos, ‘Ut Unum Sint’ (n.º 42), assegurava que o reconhecimento dessa fraternidade “não é a consequência de um filantropismo liberal ou de um vago espírito de família, mas está enraizado no reconhecimento do único Batismo”. “Isto está muito para além de um simples acto de cortesia ecuménica e constitui uma afirmação básica de eclesiologia”. (Ecclesia)
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