De 3 a 17 de Novembro vai realizar-se na cidade e paróquia de Sines a Missão Popular. Esta vai começar já no próximo sábado, com uma Procissão em honra de Nossa Senhora das Salas, desde a Ermida até à Igreja Matriz. Deste modo, a imagem de Maria, Mãe da Igreja, passará por algumas das ruas, convocará para a Missão todos os sineenses e presidirá a todo este tempo de evangelização. Para abrir o leque das propostas e desafiar a uma participação mais empenhada na Missão, no domingo, dia 3, pelas 15h30, na Igreja paroquial há uma conferência proferida pelo Arquitecto Ricardo Pereira, sobre a devoção a Nossa Senhora das Salas, que culminará com um momento musical.
As pequenas comunidades familiares são um dos meios para levar a mensagem e ajudar as pessoas a um encontro entre si e com a Palavra de Deus. Além dos temas próprios da Missão, suas dinâmicas e propostas, criaram-se dias específicos para chegar a um maior número de pessoas: o dia do mar e do pescador, o dia do bombeiro, o dia multi-racial, o dia da família, o dia do vizinho, o dia da solidariedade e do serviço, além do dia do doente e da pessoa idosa e o dia da misericórdia. O magusto paroquial, no Castelo, ajudará as crianças e as famílias, a criar laços e a despertar para o momento forte que se vive na paróquia.
Sendo uma realidade muito diversificada e específica, numerosa e com características próprias, apresenta dificuldades e desafios novos. Os animadores, a equipa responsável, os missionários e o pároco estão cientes desta realidade. Contam com a força do Espírito Santo e com a disponibilidade e a participação dos habitantes de Sines e querem contar também com a força da oração de todos!
História de séculos e da modernidade
A história de Sines tem sido enformada pelo mar. Da Pré-História aos dias de hoje foram o mar e os seus recursos que definiram a economia, a cultura, a composição e até o carácter das suas gentes.
Sines tem ocupação humana desde a Pré-História e vestígios de praticamente de todos os períodos históricos. A riqueza do mar de Sines e dos pontos abrigados da sua costa, raros no Alentejo, começam a definir a identidade económica de Sines desde as épocas mais remotas. Os Romanos fazem da actual capital do concelho um entreposto portuário e comercial (Sines vem de "sinus", a palavra romana para baía). Sines cresce como aldeia piscatória até que, em 1362, o município é fundado pelo rei D. Pedro I, interessado nas suas funções defensivas da costa. O Castelo, o principal monumento da cidade, é concluído pela população como contrapartida da concessão do foral. Cerca de um século depois, em 1469, nasce em Sines (há outras terra que reclamam o mesmo acontecimento) uma das maiores figuras da história universal, o navegador Vasco da Gama.
O século XX começa praticamente com a restauração do município, em 1914. A indústria da cortiça, a pesca e alguma agricultura e turismo constituem a base da vida de Sines até ao final da década de 60, quando, além da proximidade do mar, Sines pouco se distingue do resto do Alentejo. O grande complexo industrial criado pelo governo de Marcelo Caetano em Sines, em 1970, muda o concelho. A população explode e diversifica-se, a paisagem ganha novas configurações e a comunidade luta para manter a sua integridade e a qualidade de vida, mitigando os impactes negativos da instalação das novas unidades e aproveitando os positivos.
O porto de Sines é um porto de águas profundas, com terminais especializados que permitem o movimento de diferentes tipos demercadorias. Para além de ser o principal porto na fachada atlântica de Portugal (e da Europa), devido às suas característicasgeofísicas, é a principal porta de entrada de abastecimento energético de Portugal: gás natural, carvão, petróleo e seus derivados (Características, 2007). A sua construção teve início em1973 e entrou em exploração em 1978. O porto opera 365 dias por ano, 24 horas por dia, disponibilizando serviços tais como: controlo de tráfego marítimo; pilotagem, reboque e amarração; controlo de acessos e vigilância.
Alguns dados do presente e do passado
É neste contexto e nesta área que vai acontecer a Missão Popular. Nesta vasta região da Paróquia de Sines, em 1983, de 6 a 21 de Março, quando era seu pároco o P. José Martins (falecido este ano, a 13 de Abril) aconteceu uma Missão Popular. Passadas três décadas, uma nova experiência missionária vai acontecer nesta cidade à beira mar plantada. O P. José Fernandes Pereira é o actual pároco. Conta com a colaboração dos diáconos permanentes Joaquim Simão e Joel Gonçalves. A catequese paroquial, a Cáritas, o caminho neo-catecumenal, os visitadores de doentes, o grupo coral e de leitores, o grupo de jovens-JMV, os cursos de cristandade e equipas de Nossa Senhora, são forças vivas que procuram manter viva a comunidade paroquial. A estes grupos ou movimentos, podem-se juntar outros, de cariz mais abrangente e de proveniências diferentes que fazem de Sines, uma comunidade multicultural e multifacetada.
No Census de 2011, Sines tinha 13.225 habitantes, equivalendo-se o número de Homens e de Mulheres. Em relação ao Census 2001 ganhou 683 pessoas.
No aspecto religioso, e com os dados referentes a 2012, frequentaram a catequese 120 crianças. Desse número, 35 fizeram a 1ª Comunhão. Celebraram-se 21 baptismos, 7 matrimónios e 74 funerais. Em 2005, as crianças da catequese eram 145. Houve 58 baptismos, 24 matrimónios e 72 funerais. Neste ano pastoral, funcionam os 10 anos de catequese, havendo ainda, 2 grupos de catequese de adultos (1º ano) e 1 grupo do 2º ano.
A grande festa religiosa celebra-se nos dias 14 e 15 de Agosto. É a festa da Senhora das Salas que tem como particularidade a Procissão do dia 15 de Agosto, com percurso em terra e no mar. Esta imagem (da Senhora das Salas ou das Salvas, encontra-se na Ermida com o mesmo nome. Esta foi construída em acção de graças por um suposto milagre na viagem de barco que a trouxe a Portugal (onde vinha ser dama de honor da futura rainha D. Isabel), pela princesa grega Betaça (ou Vetaça) Lescaris, no final do século XIII / início do século XIV. A igreja primitiva é uma construção modesta, de uma só nave, mas torna-se rapidamente num destino de intensa peregrinação. Talvez em acção de graças pelo sucesso da viagem à Índia, Vasco da Gama decide reedificar o edifício de raiz, dando-lhe uma escala mais grandiosa.
Sob a protecção de Nossa Senhora das Salas e depois de um longo, difícil e aturado tempo de pré-missão, a equipa missionária, constituída pelos P. Agostinho, CM, irmã Celina do Bom Pastor (comunidade de Colos), seminarista Luís Marques (Beja), José Neves (leigo de Santiago do Cacém) e Arlete Vieira (dos Colaboradores da Missão Vicentina-Lisboa) vai animar, a partir do próximo domingo, este tempo forte de Missão Popular na paróquia e cidade de Sines.
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja
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