A Alexandra Patrícia Quinta Queimada Martins, membro do Centro Diocesano Missionário de Beja e pertencente ao Grupo Jovens sem Fronteiras de Santa Bárbara de Padrões - Castro Verde, encontra-se em Missão, em Moçambique. Era um sonho que acalentava há muito e que agora se tornou realidade. Tinha-me confidenciado esse desejo íntimo, mas não o queria divulgado. Agora, foi ela mesmo que, de longe e já vivendo em terreno de Missão, partilhou os primeiros dias de trabalho missionário, os projectos a realizar e a alegria de viver esta entrega e dedicação. Eis a mensagem que nos deixa e que quero partilhar com todos.
Partir em missão
“Um dos assuntos que me leva a escrever-lhe é uma notícia boa. Lembra-se de lhe ter falado, há uns meses em Corte-Sines que estava a pensar ir em missão por um ano? Pois é, esse desejo realizou-se e, parti há 15 dias para Moçambique, Nampula, Itoculo.
Estou a viver na casa dos voluntários, anexa à casa dos padres Espiritanos. Está comigo na missão com uma colega dos Jovens Sem Fronteiras (JSF) do Porto. Está também uma outra jovem francesa que é enfermeira e que chegou um mês antes de nós. Virá juntar-se a nós o Dino, um rapaz do Seminário da Silva-Barcelos que vem fazer o seu estágio pastoral durante um ano. Digo que a equipa da missão estará bem composta para iniciar o próximo ano lectivo e pastoral, que aqui começa em Janeiro”.
Áreas de intervenção missionária
“A missão é composta por 2 partes. De um lado, está a casa dos padres, a dos voluntários, o centro paroquial, a igreja e ainda em construção, duas grandes infraestruturas para melhorar a qualidade de vida das gentes de cá, uma biblioteca e um internato para rapazes. Estas obras são apoiadas pela Associação Sol sem Fronteiras, à qual também pertencemos. A mesma Associação apoiou, na outra parte, o lar Eugene Caps, um lar de meninas que está anexo à casa das Irmãs.
Deste lado, podemos encontrar uma sala equipada para pré-escolar e onde funciona também o centro nutricional. Ao lado, temos uma estrutura com 6 quartos que dá apoio às crianças mal nutridas que precisarem de "internamento".
Já fora da missão, apoiado pela mesma, mas a fazendo parte do estado, está um hospital, a maternidade e as escolas primária e básica.
O trabalho que eu vou desenvolver com a minha colega passa, principalmente pelo apoio à equipa missionária nas suas tarefas: na catequese, na formação de animadores de zona e catequistas e em tudo aquilo que pudermos dar.
Apesar de estarmos cá há pouco tempo já temos uma ideia do que iremos fazer ao longo do ano para ajudar a paróquia não só a nível "catequético" mas a nível prático também. Vamos dar apoio na biblioteca, formar jovens para ajudar quando esta estiver pronta a abrir. Já iniciámos cursos de viola e de informática. Na escola primária iremos dar aulas de música e formação moral e cívica, e na secundária, aulas de português. No fundo, iremos fazer o que pudermos e soubermos para ajudar toda a comunidade local”.
A comunidade missionária
“A comunidade missionária é inteiramente Espiritana. Dela fazem parte o P. Damasceno, superior da missão, o Padre Raúl Viana e o Padre Makimba. Além dos sacerdotes temos a Irmã Augusta, que trabalha no hospital e faz um trabalho espantoso no centro nutricional, a Irmã Adelaide, que é responsável pelos meninos do pré-escolar, a irmã Rosenir, que vai dando mais apoio no Lar das meninas e a irmã Luísa, que chegou recentemente. Ainda ontem à noite, falámos da nossa equipa, e das Irmãs Espiritanas que agora estão em Saboia. Faça-me um grande favor e mande cumprimentos a elas da nossa parte.
Bom, havia mais a dizer! Poderei dizer mais entretanto, mas por agora fico por aqui. Se precisar de alguma coisa que possa fazer, a partir de Moçambique e sem uma data muito apertada de entrega, diga! Mande cumprimentos ao resto da equipa do Centro Diocesano Missionário e a todos os missionários diocesanos e que, na Diocese de Beja, façam muitas e boas missões. Eu vou ficar por um ano em Moçambique. Quando voltar prometo fazer-vos uma visita. Envio uma foto só para que todos vejam que estou feliz e rodeada de boa gente (estou bem lá no fundo...). Alexandra Mimosa”.
Foi com alegria que recebemos esta notícia. Agradecemos à Alexandra a partilha que faz da sua experiência missionária. Estamos em comunhão com ela e toda a equipa missionária de Itoculo-Nampula e rezamos por ela. Pedimos que nos faça chegar mais testemunhos da vivência pessoal da missão. Eles poderão ser apelo e desafio para que outros jovens decidam partir em Missão.
Estamos mais ricos com a presença da Alexandra em Moçambique. O terreno e âmbito da Missão é largo e precisa da generosidade e entrega de todos. Missão é partir, Missão é levar a Boa Nova de Jesus a todas as gentes.
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja