quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Questões sobre a família


Nos últimos dias a comunicação social tem posto na praça pública muitas questões sobre o pensamento da Igreja católica acerca da família. Primeiro ao tomar conhecimento do questionário enviado de Roma para preparar o Sínodo dos Bispos, convocado pelo Papa Francisco para 2014 e 2015 e que versará sobre esta temática. Depois ao saber da carta pastoral acerca da ideologia do género, publicada pela conferência episcopal portuguesa a 14 de Novembro.
Mas, afinal, vai haver ou houve mudanças substanciais no pensamento da Igreja acerca da família? Ou apenas mudança de sensibilidade e atitude na relação com as famílias e pessoas que não vivem de acordo com a doutrina tradicional da Igreja católica?


Em primeiro lugar, convém desfazer alguns mal entendidos. Sempre foi costume fazer anteceder os sínodos com muitas questões acerca do tema escolhido. Desta vez, talvez também por vontade expressa do Papa Francisco, o questionário sobre a família deve ser respondido não apenas por membros do clero, mas também pelos leigos. Além disso, há perguntas sobre atitudes expressamente contrárias à doutrina tradicional da Igreja sobre o casamento e a família. O Sínodo quer saber a sensibilidade dos católicos a esse respeito, com frontalidade, sem subterfúgios. Isso não significa que tenciona mudar a doutrina da Igreja, que assenta na revelação bíblica e na antropologia judaico-cristã.

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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Evangelho da Alegria

«Evangelii Gaudium»
Papa apresenta «guião» para o pontificado
O Papa Francisco publicou hoje a exortação apostólica, ‘Evangelii Gaudium’ (a alegria do Evangelho), primeiro documento do género escrito por si na totalidade, em que apresenta o projecto de uma “nova etapa de evangelização”, nos próximos anos.

“Espero que todas as comunidades se esforcem por implementar os meios necessários para avançar no caminho de uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão”, escreve, no documento divulgado pela Santa Sé.

O texto retoma as principais preocupações manifestadas pelo Papa desde o início do seu pontificado, após suceder a Bento XVI em Março deste ano, e fala numa Igreja “em saída” e atenta às “periferias”, bem como a “novos âmbitos socioculturais”.

A exortação apostólica refere-se a uma “conversão do papado” e questiona uma “centralização excessiva” que complica a vida da Igreja e a sua dinâmica missionária.

O texto desenvolve o tema do anúncio do Evangelho no mundo de hoje, recolhendo o contributo dos trabalhos do Sínodo que se realizou no Vaticano de 7 a 28 de Outubro de 2012 com o tema ‘A nova evangelização para a transmissão da fé’.

Ao contrário do que é habitual, a exortação não se assume como ‘pós-sinodal’ por ultrapassar o âmbito específico tratado na última reunião de bispos católicos.

Francisco usa um “neologismo” para afirmar que os católicos “«primeireiam», tomam a iniciativa”, num "estado permanente de missão" para enfrentar os riscos da “tristeza individualista" no mundo de hoje.

Essa missão, acrescenta, origina "novas formas", "métodos criativos", uma "reforma das estruturas" e uma Igreja com “portas abertas”.

"A evangelização também implica um caminho de diálogo", que abre a Igreja à colaboração com todas as realidades políticas, sociais, religiosas e culturais.

O Papa repete o desejo de “uma Igreja pobre”, "ferida e suja” após sair à rua, porque “uma fé autêntica – que nunca é cómoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores”.
“Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos”, adverte.
Francisco deixa várias indicações para o interior das comunidades católicas, alertando para um "pessimismo estéril" e para os que ficam “inflexivelmente fiéis a um certo estilo católico próprio do passado".

A exortação sublinha a necessidade de fazer crescer a responsabilidade dos leigos, mantidos "à margem nas decisões" por um "excessivo clericalismo", bem como a de “ampliar o espaço para uma presença feminina mais incisiva”.

O Papa denuncia o actual sistema económico, preso a um "mercado divinizado", e lamenta os "ataques à liberdade religiosa", em particular os casos de perseguição aos cristãos.

Francisco deixa claro que a Igreja não vai mudar a sua posição na defesa da vida e pede ajuda para as vítimas de tráfico e de novas formas de escravidão.

texto percorre 288 pontos, divididos em cinco capítulos, e conclui-se com uma oração a Maria, ‘Mãe da Evangelização’.

 “O entusiasmo na evangelização funda-se nesta convicção: temos à disposição um tesouro de vida e de amor que não pode enganar, a mensagem que não pode manipular nem desiludir”, escreve o Papa.
OC D.R.
Cidade do Vaticano,
26 Nov 2013

(Ecclesia

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Sines – Na senda da Missão

Neste domingo, dia de Cristo Rei, depois de regressar de Beja das ordenações e instituições o pároco de Sines, P. Pereira, confidenciou: “Hoje, a igreja estava a abarrotar: famílias de crianças e reconquistados pela Missão”. Graças a Deus que assim é!
A Missão, na cidade de Sines, teve muitos e lindos momentos de encontro, de celebração, de oração, de convívio, de partilha, de descoberta. Muitos deles já foram notícia e deles já houve testemunhos.
Se o contacto com as Escolas foi um ponto alto da segunda semana, também os encontros na Santa Casa da Misericórdia tiveram expressão e peso: muitos velhinhos se abeiraram dos sacramentos de cura. Bastantes foram aqueles que experimentaram a Reconciliação e muitas dezenas, saborearam a vivência do Sacramento da Unção dos Doentes. A ternura do olhar, algumas lágrimas teimosas e um sorriso em rostos marcados pela agressividade da doença e do trabalho, espelharam a felicidade deste momento, vivido na celebração festiva, num salão cheio e preparado com esmero e carinho. Foi uma hora santa para tanta gente.
Também, no mesmo salão, houve o Encontro de Formação para Animadores da Comunidade. Orientado pelo P. Cartageno, cerca de quatro dezenas de participantes, a maioria de Sines, à luz dos documentos conciliares e de outros que os tornaram efectivos e presentes nas celebrações litúrgicas, procuraram descobrir o que nelas se canta e como se canta. Não faltou a solenidade da oração de Laudes e de Vésperas para dar exemplo do muito que é preciso aprender e da necessidade de aprofundar esta área tão sensível e, por vezes, tão maltratada, das nossas liturgias. Foi um belo momento a pedir mais alguns do género para uma melhor celebração “dos santos mistérios”.


Celebrações temáticas
A Missão Popular, na primeira semana, aposta forte nas comunidades. Estas fazem uma caminhada muito interessante ao longo de quatro noites seguidas, a qual tem o seu ponto alto na Comunidade das comunidades.
A segunda semana, dá continuidade a esta caminhada, nas celebrações temáticas. A Palavra de Deus, a Igreja, a Família, Cristo Luz do mundo, o Espírito Santo, fonte de reconciliação e Maria, estrela da Evangelização, ocupam as noites dessa semana. Em Sines, a equipa paroquial que preparou e coordenou o programa da Missão, quis alargar o horizonte e âmbito destas celebrações: programaram-se os dias do Mar e do Pescador, do Bombeiro, da Solidariedade, do Serviço, do Vizinho, bem como o dia Multicultural. 
Dia a dia, a assembleia ia crescendo, as comunidades assumiam a animação das celebrações e foi lindo e muito edificante ver muitas das expressões e vivências que iam aparecendo à medida que as pessoas eram convidadas a participar em momentos-chave de cada celebração. Todos os dias, mas de modo particular, o dia da Palavra, da Igreja e da Reconciliação, foram muito vividos e interiorizados.
A presença do senhor Bispo deu uma amplitude maior à Missão. A proximidade, a palavra, o encontro quer nas ruas quer nas casas e a sua participação nas celebrações da Família e da Reconciliação, na igreja Matriz, deu para perceber que a Missão é de todos e para todos.
Valeu a pena a Missão em Sines. Terminou a 17 de Novembro, mas a Missão começou agora. As comunidades, as famílias, os serviços e movimentos, os grupos e as catequeses, as Escolas e as Instituições, as visitadoras e as voluntárias, todos foram convocados para continuar em estado de Missão. Deste modo, serão verdadeiros anunciadores e testemunhas do “Evangelho da alegria”.


P. Agostinho Sousa, CDM/Beja

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

MISSÃO POPULAR – SINES


A PALAVRA DE DEUS
E a sua eficácia


I
Perguntaram-me certo dia
Se por favor lhe dizia
O que era a Palavra de Deus?
Respondi-lhe simplesmente
Aquilo que me veio à mente,
Uma dádiva vinda dos Céus.

II
Tem um alcance tão profundo
Espalhada por todo o mundo
Um povo por Ele eleito!
Ela é viva e eficaz
Está firme e não volta atrás
Sem produzir o seu efeito.

III
Contida na Bíblia Sagrada
Escritura muito amada
Nos bons e nos maus momentos!
Anuncia a Boa Nova
E vigora como prova
Até ao final dos tempos.

IV
Dá sentido à nossa vida
Serve de amparo e guarida
Ao coração desolado!
Toca-nos no mais íntimo da alma
Estimula e leva-nos à calma
Quando tudo parece acabado

V
Muda a nossa maneira de ser
Dá-nos alegria e bom viver
Conforta os mais débeis corações!
É tábua de suporte, mantém-nos de pé
É guia ada nossa fé
Em todas as orações
VI
Quem pela palavra se deixa conduzir
Vai ao fundo e torna a vir
Integra-se neste grande povo!
Irmão em Cristo Jesus
Iluminado pela Sua Luz
Transforma-se num homem novo.

VII
No final de cada leitura
Diz-se com muita ternura
“Palavra do Senhor”!
O Salmo e a Aclamação
Anunciam com convicção
A Grandeza do Seu Amor.

VIII
A leitura do Evangelho
Reflecte um espelho
No mais profundo do coração!
Em tom suave se anuncia
Àquele que nela confia
“Palavra da Salvação”.

IX
Tudo isto te expliquei
Não fui eu que inventei
É um assunto muito sério
Quem não conhece, nada lhe é revelado
Por isso, tudo lhe passa ao lado
Deste tão mistérioA Palavra de Deus.



(*) – Após a celebração da Festa da Palavra

Sines, 11 de Novembro 2013

Joaquim Simão

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Fé e Serviço


1. Fim do Ano da Fé?
O Ano da Fé proclamado pelo Papa emérito Bento XVI, que começou a 11 de Outubro de 2012, vai encerrar a 24 de novembro de 2013, solenidade de Cristo Rei e último domingo do ano litúrgico. Também o faremos a nível diocesano na Sé de Beja, numa solene celebração com três instituições para os ministérios e duas ordenações de diáconos, o Luís Taborda, de Grândola e o frei João Gonçalves, brasileiro em missão entre nós.
Ao terminar este ano temos de nos perguntar, se valeu a pena celebrar um ano sobre a fé. A nível civil e eclesial celebram-se muitos dias e anos dedicados aos mais variados assuntos e temas, para realçar a sua importância e não para depois disso banir da memória e da nossa vida o tema comemorado, muito menos tratando-se da fé, uma das três virtudes teologais, ou seja um dos hábitos fundamentais da vida cristã, a par da esperança e da caridade. Sem a fé, explicitada no credo ou símbolo dos apóstolos, não é possível ser cristão.
Mas afinal que nos traz a fé? O fascínio pela ciência e pela razão pode levar-nos a pensar que a fé impede o progresso e o desenvolvimento das capacidades do ser humano e apelidar de atrasadas as pessoas animadas pela fé em Deus. Mas a fé esclarecida e iluminada pela pessoa e pelo evangelho de Jesus Cristo tem o efeito contrário a essa suposição. A razão aberta à fé faz-nos ver a realidade muito mais rica, complexa e bela do que a simples explicação científica. A fé não nos deixa parar na simples constatação dos resultados obtidos pela ciência. Abre a nossa própria razão e pessoa à plenitude de sentido, à vida eterna que todos desejamos e que só Deus pode conceder. A fé cristã empolga as nossas vidas e deixa-nos vislumbrar a sua realização plena. Alimenta e fortalece a nossa esperança e faz-nos atuar a partir e em vista dessa plenitude de sentido pelo amor.




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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Além Fonteiras – Missão em Moçambique



A Alexandra Patrícia Quinta Queimada Martins, membro do Centro Diocesano Missionário de Beja e pertencente ao Grupo Jovens sem Fronteiras de Santa Bárbara de Padrões - Castro Verde, encontra-se em Missão, em Moçambique. Era um sonho que acalentava há muito e que agora se tornou realidade. Tinha-me confidenciado esse desejo íntimo, mas não o queria divulgado. Agora, foi ela mesmo que, de longe e já vivendo em terreno de Missão, partilhou os primeiros dias de trabalho missionário, os projectos a realizar e a alegria de viver esta entrega e dedicação. Eis a mensagem que nos deixa e que quero partilhar com todos.

Partir em missão
“Um dos assuntos que me leva a escrever-lhe é uma notícia boa. Lembra-se de lhe ter falado, há uns meses em Corte-Sines que estava a pensar ir em missão por um ano?  Pois é, esse desejo realizou-se e, parti há 15 dias para Moçambique, Nampula, Itoculo. 
Estou a viver na casa dos voluntários, anexa à casa dos padres Espiritanos. Está comigo na missão com uma colega dos Jovens Sem Fronteiras (JSF) do Porto. Está também uma outra jovem francesa que é enfermeira e que chegou um mês antes de nós. Virá juntar-se a nós o Dino, um rapaz do Seminário da Silva-Barcelos que vem fazer o seu estágio pastoral durante um ano. Digo que a equipa da missão estará bem composta para iniciar o próximo ano lectivo e pastoral, que aqui começa em Janeiro”. 


Áreas de intervenção missionária
“A missão é composta por 2 partes. De um lado, está a casa dos padres, a dos voluntários, o centro paroquial, a igreja e ainda em construção, duas grandes infraestruturas para melhorar a qualidade de vida das gentes de cá, uma biblioteca e um internato para rapazes. Estas obras são apoiadas pela Associação Sol sem Fronteiras, à qual também pertencemos. A mesma Associação apoiou, na outra parte, o lar Eugene Caps, um lar de meninas que está anexo à casa das Irmãs.
Deste lado, podemos encontrar uma sala equipada para pré-escolar e onde funciona também o centro nutricional. Ao lado, temos uma estrutura com 6 quartos que dá apoio às crianças mal nutridas que precisarem de "internamento".
Já fora da missão, apoiado pela mesma, mas a fazendo parte do estado, está um hospital, a maternidade e as escolas primária e básica.
O trabalho que eu vou desenvolver com a minha colega passa, principalmente pelo apoio à equipa missionária nas suas tarefas: na catequese, na formação de animadores de zona e catequistas e em tudo aquilo que pudermos dar.
Apesar de estarmos cá há pouco tempo já temos uma ideia do que iremos fazer ao longo do ano para ajudar a paróquia não só a nível "catequético" mas a nível prático também. Vamos dar apoio na biblioteca, formar jovens para ajudar quando esta estiver pronta a abrir. Já iniciámos cursos de viola e de informática. Na escola primária iremos dar aulas de música e formação moral e cívica, e na secundária, aulas de português. No fundo, iremos fazer o que pudermos e soubermos para ajudar toda a comunidade local”.

A comunidade missionária
“A comunidade missionária é inteiramente Espiritana. Dela fazem parte o P. Damasceno, superior da missão, o Padre Raúl Viana e o Padre Makimba. Além dos sacerdotes temos a Irmã Augusta, que trabalha no hospital e faz um trabalho espantoso no centro nutricional, a Irmã Adelaide, que é responsável pelos meninos do pré-escolar, a irmã Rosenir, que vai dando mais apoio no Lar das meninas e a irmã Luísa, que chegou recentemente. Ainda ontem à noite, falámos da nossa equipa, e das Irmãs Espiritanas que agora estão em Saboia. Faça-me um grande favor e mande cumprimentos a elas da nossa parte.
Bom, havia mais a dizer! Poderei dizer mais entretanto, mas por agora fico por aqui. Se precisar de alguma coisa que possa fazer, a partir de Moçambique e sem uma data muito apertada de entrega, diga! Mande cumprimentos ao resto da equipa do Centro Diocesano Missionário e a todos os missionários diocesanos e que, na Diocese de Beja, façam muitas e boas missões. Eu vou ficar por um ano em Moçambique. Quando voltar prometo fazer-vos uma visita. Envio uma foto só para que todos vejam que estou feliz e rodeada de boa gente (estou bem lá no fundo...). Alexandra Mimosa”.

Foi com alegria que recebemos esta notícia. Agradecemos à Alexandra a partilha que faz da sua experiência missionária. Estamos em comunhão com ela e toda a equipa missionária de Itoculo-Nampula e rezamos por ela. Pedimos que nos faça chegar mais testemunhos da vivência pessoal da missão. Eles poderão ser apelo e desafio para que outros jovens decidam partir em Missão.
Estamos mais ricos com a presença da Alexandra em Moçambique. O terreno e âmbito da Missão é largo e precisa da generosidade e entrega de todos. Missão é partir, Missão é levar a Boa Nova de Jesus a todas as gentes.

P. Agostinho Sousa, CDM/Beja



sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A Missão chega a todos



Visita aos doentes
A Missão, na paróquia de Sines, está a correr muitíssimo bem. Que bem que faz a tanta gente e como é uma oportunidade extraordinária para o encontro com Cristo, para fazer crescer no amor a Jesus, às famílias, às crianças e aos idosos.
Visitamos os lares da Santa Casa, as escolas, os doentes, os grupos da catequese e as comunidades que se reúnem para as catequeses próprias da Missão... É imensa a generosidade de todos, até mesmo daqueles que menos esperamos como as pessoas dos cafés, dos restaurantes ou aqueles com quem nos cruzamos, pelas muitas ruas da cidade.
Na Missão, uma das preocupações é a visita aos doentes, aos que estão sós, aos que sofrem. A visita aos doentes  é uma das 14 obras de misericórdia. Embora conhecidas são tão esquecidas porque pouco ensinadas. Visitámos já mais de 30 doentes em domicílio, apresentados pelo grupo de Visitadoras existentes na paróquia. Também já visitámos muitos dos acamados da Santa Casa, indicados pelas técnicas e pelas voluntárias que colaboram com aquela Instituição. Os responsáveis da Santa Casa têm sido óptimos connosco e sempre disponíveis. Sem eles a nossa missão tornar-se-ia mais complicada e difícil.

Deixo 2 exemplos dos muitos que visitámos e que sofrem de solidão e aos quais levámos a presença de Cristo e da Igreja. Visitámos a D. Rute, com cerca de 40 anos, mãe de quatro filhos. Não sendo católica, mas cristã, encontra-se acamada há quase 20 anos. Impressionou-nos a sua experiência íntima e profunda de Deus. Lê a sua vida e a sua condição com olhos da fé e a todos nos tocou profundamente. Que beleza e gratidão, que serenidade e alegria! Saímos todos cheios da abundância que ela tinha no coração.
Visitámos também a D. Carolina de 94 anos de idade que se encontra numa cama articulada e moderna devido ao trabalho e à persistência e das visitadoras que tudo fizeram para a adquirir. A D. Carolina é acompanhada pela mulher do seu neto. Não é baptizada, mas manifestou o desejo de o ser depois da irmã Celina falar das maravilhas do Baptismo. Com todos rezámos e por todos rezámos. Recebemos muito.
Não podemos deixar de relembrar o grupo de visitadoras que durante todo o ano os visitam, sendo a extensão da caridade de Jesus e do Pároco. Muitas vezes, também elas têm vidas sacrificadas e sofridas com questões de saúde, suas ou dos filhos. Como merecem a nossa oração e o nosso respeito reverencial!“Tudo o que fizeste a um dos meus irmãos mais pequeninos foi a Mim que o fizeste”, diz Jesus. É admirável ver como estas visitadoras têm posto em prática esta palavra e assim a Missão chega a todos!  

Comunidades familiares
A fé é uma adesão pessoal, é um “sim” pessoal que nasce do encontro com Jesus, mas este “sim” diz-se também em comunidade, em Igreja. A experiência da fé é pessoal e comunitária. Jesus escolheu doze para andarem com ele e sobre Pedro constituiu a Igreja de que os Actos dos Apóstolos dão testemunho bem como as cartas de São Paulo dirigidas a comunidade concretas. Ora, nesta semana, todos os dias, pelas 21h00, reuniram-se 12 comunidades em casa de alguém que decidiu abrir a porta de sua casa para receber aqueles que desejassem escutar e partilhar a palavra de Deus para uma descoberta da pessoa de Jesus Cristo, de Maria não só como Mãe de Deus mas como modelo do discípulo e figura da Igreja. A Igreja enquanto constituída por todos os baptizados e concretizada em formas concretas como é sejam a família como Igreja doméstica ou comunidade paroquial, onde dos cristãos se reúnem para escutar a Palavra de Deus e alimentar-se do Pão da Vida. Importa ter presente que toda a dinâmica da missão nos seus aspectos principais se deve aos leigos que fazem parte destas comunidades familiares. Quer dizer, a missão é feita por eles, são eles ao mesmo tempo os que são objecto da missão e os missionários, mesmo que sob orientação da equipa missionária. E esta dinâmica está justamente de acordo com o espírito do Concílio Vaticano II que ao referir-se aos leigos naLumen Gentium, refere a sua vocação e missão apelando à sua corresponsabilidade na tarefa missionária da Igreja e a serem testemunhas de Jesus Cristo no meio deste mundo de acordo com a sua vocação.



Comunidade de Comunidades
Estas 12 comunidades familiares orientadas por um animador foram percorrendo um caminho de descoberta de Jesus Cristo e da Igreja e que teve neste Domingo a sua apresentação oficial e pública. Todas estas comunidades familiares se reuniram para celebrar a Eucaristia inseridas na comunidade mais alargada que é a Comunidade paroquial. Mediante um cartaz com o nome da comunidade e um símbolo partilharam com os outros membros da Comunidade paroquial a sua descoberta de Cristo que estas catequeses familiares lhes proporcionaram e que é mais ou menos traduzido nos nomes que adoptaram. A igreja matriz encontrava-se cheia e a alegria era uma nota dominante. E todas se comprometeram a continuar com esta partilha ao longo deste ano pastoral e dos anos. 
No fim do testemunho, e em jeito de conclusão e de compromisso, foi apresentado um pequeno texto, formado a partir dos nomes das mesmas assembleias: “O povo de Sines foi chamado pelo BOM PASTOR a DESPERTAR para a Missão. CAMINHANDO COM MARIA, homens e mulheres, de todas as idades, VIGILANTES e UNIDOS NA FÉ foram iluminados pelo FAROL DA BOA NOVA, para fazer das suas vidas caminhos semeados de PEGADAS DE LUZ. Unidos a CRISTO JOVEM, a VIDEIRA verdadeira, como as OBREIRAS, querem ser PEDRAS VIVAS da Igreja, em VIDA PARTILHADA.
Entretanto, a Missão continua, pois a cidade é grande. Há muitos lugares a visitar e encontros a provocar! A Missão está na rua!




Luís Marques

(Equipa Missionária)

terça-feira, 12 de novembro de 2013

LAMEGO ACOLHEU XV FÓRUM ECUMÉNICO JOVEM





Ousar permanecer em Cristo
300 jovens ‘invadiram’ o Seminário Maior de Lamego a 9 de Novembro. O FEJ 2013, na sua XV edição, é organizado pelos departamentos juvenis das Igrejas Católica Romana, Lusitana, Metodista e Presbiteriana. Os objetivos, desde 1999, são: encontrar jovens de outras Igrejas; partilhar experiências de fé e de missão; rezar em conjunto; aprofundar temas de fé, cultura e cidadania; fazer festa; conhecer melhor outras Igrejas; conviver.
 ‘Permanecei em Cristo’ foi o lema escolhido em tempo de pós-vindimas, por terras de Alto Douro Vinhateiro. Tudo começou com o acolhimento assegurado pelo Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil de Lamego, coordenado pelo P. Bráulio. O P. João Carlos, pró-Vigário Geral da Diocese, deu as boas vindas aos participantes neste evento e abriu as portas do Seminário Maior a jovens vindos de várias dioceses, de norte a sul do país.
Depois, coube às Igrejas apresentarem-se, de forma criativa, aos jovens. E assim se chegou a um almoço partilhado, onde Lamego ofereceu o que constituiu imagem de marca desta terra: o presunto, a bôla, as maçãs…para além de um caldo verde em dia frio e chuvoso.

D. António Couto, biblista e bispo de Lamego, abriu a tarde para explicar aos jovens a parábola da videira verdadeira que é Cristo. Apresentou como solução única a enxertia para que dê frutos doces e abundantes. Há que saber também que a limpeza/poda se faz pela Palavra de Deus e é preciso fazer um novo percurso de vida para dar frutos.
O trabalho em onze grupos tentou responder aos desafios lançados por D. António Couto para ajudar a refletir sobre a comunhão, a união a Cristo, a conversão para que haja mais frutos na vida de cada um e das comunidades de pertença.
A celebração final, de envio, teve como momento forte o compromisso dos participantes na construção de vidas e comunidades bem enxertadas em Cristo e, por isso, geradoras de felicidade e comunhão, produzindo frutos abundantes.
A animação das assembleias plenárias e da celebração foi confiada ao grupo musical Almacave Jovem, de Lamego.
Na hora do regresso a casa, era visível a alegria espelhada no rosto dos jovens que, em número muito elevado, quiseram inscrever-se no FEJ, evento que já teve edições em Braga, Viana, Porto, Gaia, Aveiro, Guarda, Viseu, Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa e Montijo.

Tony Neves,
Equipa Ecuménica Jovem