terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA



Caridade e Missão


No ano passado o lema do Dia Mundial das Missões foi “Caridade, alma da Missão”. Se não for orientada pela caridade, isto é, se não brotar de um profundo ato de amor divino, a missão corre o risco de se reduzir a uma mera atividade filantrópica e social. Com efeito, o amor que Deus nutre por cada pessoa constitui o coração da experiência e do anúncio do Evangelho e, por sua vez, quantos o acolhem tornam-se suas testemunhas. O amor de Deus, que dá vida ao mundo, é o amor que nos foi concedido em Jesus, Palavra de salvação, ícone perfeito da misericórdia do Pai celeste.
Como podemos ler no nº 14 da Carta Apostólica Porta da Fé, “o Ano da Fé é uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: «Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade» (1 Cor13, 13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos –, afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé”» (Tg 2, 14-18). A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra realizar o seu caminho”.


Fé comprometida, cidadania activa


Desde sempre, nos Evangelhos, nos Actos dos Apóstolos e em todo o Novo Testamento e nos ensinamentos da Igreja, desde os mais contemporâneos aos mais distantes, o apelo à caridade é uma constante e, desta forma, estão abertas as portas para a missão. Como dizia Vicente de Paulo, “Não se pode pregar a quem tem o estômago vazio”. Hoje, estas palavras são bem actuais.
A Fé leva a uma relação de compromisso com os outros e com o mundo. Celebra-se a Semana Nacional Cáritas (de 24 de Fevereiro a 3 de Março). O slogan "Fé comprometida, cidadania activa" quer que todos se sintam responsáveis e parte deste "dar a mão" a quem está ao nosso lado.
Nas Missões Populares e em qualquer campo de evangelização a caridade e o lançamento de serviços em favor dos mais pobres e esquecidos é uma constante. Além de gestos de partilha nas assembleias familiares, criam-se ou aponta-se caminho para o nascimento de grupos de visitadores de doentes e de caridade (conferências vicentinas, grupos caritas ou outros). É uma urgência e uma necessidade.
O próximo encontro de formação para animadores é uma das respostas nesta área da vida das pessoas e das suas comunidades. O tema é sugestivo: “Crer é cuidar … cuidar é crer”. É em Odemira, a 23 de Março. Está aberto a todos e é para todos. Sintamo-nos desafiados a ter gestos de amor e desafiemo-nos a nós próprios para participar. Ninguém dá o que não tem. Enchamo-nos de amor e de sabedoria para ver melhor e melhor cuidar o que precisa: “O que fizerdes ao mais pequenino é a Mim que o fazeis (Mt. 25)
P. Agostinho Sousa
CDM/Beja

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