As Obras Missionárias Pontifícias (OMP) promoveram o 3º Encontro para directores diocesanos das missões, no dia 11 de Fevereiro, na Casa de Nossa senhora das Dores, em Fátima. Em cada ano, há duas reuniões para partilhar experiências, analisar e avaliar acções e eventos e programar momentos e dinâmicas para que a animação missionária das dioceses e paróquias seja mais envolvente e mais forte.
Estiveram presentes treze directores diocesanos. Algumas dioceses ainda não estiveram representadas. Todos os participantes são sacerdotes, diocesanos ou religiosos, sendo o delegado da diocese de Aveiro um leigo. A reunião foi presidida pelo director nacional, P. António Lopes, SVD e secretariada pelo João Cláudio.
Após a oração inicial e a leitura da acta e da apresentação dos novos directores de Viana do Castelo, Lisboa e Setúbal, o P. António Lopes, apresentou uma reflexão sobre “A paixão pela animação Missionária”, apontando obstáculos, passos dados e desafios.
Avaliação e propostas
Seguidamente, fez-se a avaliação da Jornada Missionária Nacional, cujo tema foi “Vaticano II: 50 anos. Missão, Memória e Profecia”. Conteúdos, dinâmicas, Eucaristia no recinto do Santuário e peregrinação da Missão foram pontos partilhados e reflectidos. O “Outubro missionário” também mereceu tempo de antena e os vários delegados foram transmitindo o que foi feito nas suas dioceses: distribuição de material, vigílias de oração, encontros temáticos, dia missionário, caminhadas, peditório de rua e mais um sem número de iniciativas, ajudaram a promover a consciência da Missão.
A Infância Missionária, obra que se procurou incentivar com objectivos específicos e material próprio e adequado a crianças e adolescentes, teve uma grande adesão. Os presépios e os mealheiros esgotaram e houve dinâmicas muito interessantes, sobretudo, nas dioceses onde a obra está mais implantada. Foram sugeridas várias técnicas e acções para um próximo ano, dando-se liberdade às dioceses para, dentro do tempo natalício, criarem o dia da Festa da Infância Missionária, mesmo que não coincida com a celebração da Epifania do Senhor.
Estes encontros ajudam a abrir horizontes e faz com que a experiência de uns, leve outros a procurar descobrir iniciativas e formas para fazerem a animação missionária das suas dioceses.
Formação, testemunho e partilha
Com o tema “O papel dos directores diocesanos na animação missionária da diocese e como formar um grupo missionário na diocese e na paróquia”, os responsáveis pelas OMP convocaram para a manhã do dia 12 de Fevereiro, os directores diocesanos, seus colaboradores e membros dos centros diocesanos. De Vila Real, Porto, Guarda, Beja, deslocaram-se cerca de 50 leigos que trabalham na animação missionária das suas dioceses. Também estiveram presentes Colaboradores da Missão Vicentina, vindos de Lisboa e de Salvaterra de Magos. O tema foi trabalhado pelo director das OMP da Espanha, P. Anastácio Gil que, com experiência e mestria, ajudou a ver mais claro formas e meios para levar por diante o que a Carta dos Bispo portugueses “Como Eu vos fiz, fazei vós também”, nos números 20 e 21.
Após alguns tópicos sobre os documentos da Igreja sobre a Missão (Ad gentes, Redemptoris Missio e outros), e concluindo com uma frase de Bento XVI “a missão Ad gentes é paradigma da evangelização da Igreja”, o P. Anastácio foi apontando as tarefas de um Centro diocesano missionário e do seu director. Um plano de trabalho organizado e partilhado, o ir ao encontro, a relação com os outros serviços diocesanos ou locais e o encontro com os missionários oriundos da sua área de acção, promovem e incentivam a animação missionária. A relação com a direcção nacional e com as outras dioceses, num serviço de comunhão e formação, o contacto com os missionários locais em terras de missão, o uso dos meios de comunicação próprios e a boa relação com os media e a presença nas escolas, nas paróquias e na catequese são trunfos a favor da missão.
Diálogo e caminhos a seguir
O caminho percorrido no país vizinho, iniciativas e projectos, foram exemplos para que, nas dioceses e paróquias se reforce a aposta na Missão. O diálogo com os participantes abordou várias áreas, tais como o trabalho com a catequese e escolas, o voluntariado missionário dos leigos, as obras de apoio à missão Ad gentes, o envio de sacerdotes diocesanos para as missões e sua formação específica.
Os leigos participantes levantaram questões sobre a dinamização da Infância Missionária e o modo de responder aos desafios que são propostos cada ano. Foi-lhes dito que a experiência agora iniciada entre nós, já foi vivida em Espanha. Agora há outras dinâmicas, com acções concretas, como por exemplo, um concurso de desenhos, com prémios, e com a presença de altas individualidades e da comunicação social. Foi referido que os montantes recolhidos nas diversas iniciativas são entregues à OMP, no mês seguinte, para que seja enviado rapidamente para os projectos apoiados e, deste modo, se saiba que “o valor da renúncia ou partilha” que foi feita pertence à Missão e não às paróquias ou dioceses.
Os grupos missionários paroquiais nascerão na medida em que as pessoas, a começar pelos responsáveis e colaboradores das paróquias investirem na animação missionária, começando pela oração e por acções concretas de evangelização, começando pela catequese e grupos, não esquecendo as famílias. É um caminho a ser feito e as experiências que vão aparecendo no terreno constituem um desafio para todas as comunidades.
A temática e a oportunidade do encontro foram aplaudidas pelos presentes que sublinharam a necessidade de outros momentos de formação e partilha de experiências.
O encontro encerrou com a Eucaristia e o almoço, durante o qual, marcou presença D. António Couto, Presidente da Comissão Episcopal para a Missão, Nova Evangelização e Ecumenismo.
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja