quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Modelos de Fé




1. Necessidade de modelos de vida
É natural termos pessoas ou figuras como modelos de conduta, para o bem ou para o mal, heróis ou vítimas da luta pela verdade, o amor e a justiça. Também os crentes têm os seus modelos. Na liturgia do segundo domingo da Quaresma escutámos o apelo de S. Paulo aos Filipenses: Irmãos: Sede meus imitadores e ponde os olhos naqueles que procedem segundo o modelo que tendes em nós. E qual era o modelo de S. Paulo? Nas suas cartas ouvimo-lo muitas vezes dizer:para mim viver é Cristo... Tudo considero como lixo comparado com Jesus Cristo. Então Paulo aponta-nos para Cristo, a quem os Filipenses conheceram pelas suas palavras e testemunho de vida.
Seria muito proveitoso para todos nós examinar quais são os nossos modelos de conduta e aprofundar as razões de os ter adoptado e se realmente os seguimos. Precisamos de conhecer melhor os modelos da nossa fé, não apenas os do passado, mas também aqueles que no-los transmitiram, para os amarmos e seguirmos com maior fidelidade e verdade. Hoje vou apresentar como modelo uma grande figura da Igreja, que há um ano nos deixou, D. Manuel Falcão, bispo emérito de Beja.



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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA



Caridade e Missão


No ano passado o lema do Dia Mundial das Missões foi “Caridade, alma da Missão”. Se não for orientada pela caridade, isto é, se não brotar de um profundo ato de amor divino, a missão corre o risco de se reduzir a uma mera atividade filantrópica e social. Com efeito, o amor que Deus nutre por cada pessoa constitui o coração da experiência e do anúncio do Evangelho e, por sua vez, quantos o acolhem tornam-se suas testemunhas. O amor de Deus, que dá vida ao mundo, é o amor que nos foi concedido em Jesus, Palavra de salvação, ícone perfeito da misericórdia do Pai celeste.
Como podemos ler no nº 14 da Carta Apostólica Porta da Fé, “o Ano da Fé é uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: «Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade» (1 Cor13, 13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos –, afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé”» (Tg 2, 14-18). A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra realizar o seu caminho”.


Fé comprometida, cidadania activa


Desde sempre, nos Evangelhos, nos Actos dos Apóstolos e em todo o Novo Testamento e nos ensinamentos da Igreja, desde os mais contemporâneos aos mais distantes, o apelo à caridade é uma constante e, desta forma, estão abertas as portas para a missão. Como dizia Vicente de Paulo, “Não se pode pregar a quem tem o estômago vazio”. Hoje, estas palavras são bem actuais.
A Fé leva a uma relação de compromisso com os outros e com o mundo. Celebra-se a Semana Nacional Cáritas (de 24 de Fevereiro a 3 de Março). O slogan "Fé comprometida, cidadania activa" quer que todos se sintam responsáveis e parte deste "dar a mão" a quem está ao nosso lado.
Nas Missões Populares e em qualquer campo de evangelização a caridade e o lançamento de serviços em favor dos mais pobres e esquecidos é uma constante. Além de gestos de partilha nas assembleias familiares, criam-se ou aponta-se caminho para o nascimento de grupos de visitadores de doentes e de caridade (conferências vicentinas, grupos caritas ou outros). É uma urgência e uma necessidade.
O próximo encontro de formação para animadores é uma das respostas nesta área da vida das pessoas e das suas comunidades. O tema é sugestivo: “Crer é cuidar … cuidar é crer”. É em Odemira, a 23 de Março. Está aberto a todos e é para todos. Sintamo-nos desafiados a ter gestos de amor e desafiemo-nos a nós próprios para participar. Ninguém dá o que não tem. Enchamo-nos de amor e de sabedoria para ver melhor e melhor cuidar o que precisa: “O que fizerdes ao mais pequenino é a Mim que o fazeis (Mt. 25)
P. Agostinho Sousa
CDM/Beja

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Gratidão e memória




Vida e lema episcopal de D. Manuel Falcão

Omnes unanimes, este foi o lema escolhido por D. Manuel Falcão para o seu episcopado, que começou a 22 de Janeiro de 1967, em Lisboa, cidade e diocese onde nasceu e se formou, primeiro como engenheiro mecânico no Instituto Superior Técnico, curso que terminou em 1945 e, depois, como presbítero, cujo sacramento da ordem recebeu a 29 de Junho de 1951, pela imposição das mãos do Cardeal Patriarca, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, que, mais tarde, também lhe daria a plenitude do sacramento da Ordem do episcopado, que exerceu como bispo auxiliar do Patriarca até 24 de Outubro de 1974, data em que foi nomeado bispo coadjutor da diocese de Beja.

Desde 8 de Setembro de 1980 serviu esta Igreja de Beja como seu bispo residencial e a partir de 11 de Abril de 1999 continuou a servi-la como bispo emérito, com sua oração, seus escritos, sua colaboração fraterna com o novo bispo, até que na noite de 20 para 21 de Fevereiro do corrente ano adormeceu tranquilamente no Senhor, como foi encontrado, de rosto sereno, pelas 8,00 horas da manhã, tendo feito a sua vida normal até essa noite, sem de nada se queixar.

O seu lema episcopal, em latim, é uma citação da primeira carta de S. Pedro, capítulo 3, versículo 8, e significa o apelo de S. Pedro à unidade de sentimentos de amor, de misericórdia e de humildade que deve caraterizar os cristãos. É o mesmo pedido da oração sacerdotal de Jesus na última ceia. Que todos sejam um como Ele o é com o Pai e que se amem uns aos outros como Ele nos amou. Nisto se reconhecerá que somos discípulos de Jesus Cristo.
D. António Vitalino
(Da homília das exéquias, em 22 de Fevereiro de 2012)


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Nota para a 1ª semana da Quaresma



De onde vimos, para onde vamos e como caminhamos?

1. À procura do sentido da vida
Um destes dias, viajando a caminho de Fátima, ouvia pela radio testemunhos de pessoas a narrar a sua fuga da guerra, deixando tudo o que tinham conseguido durante muitos anos de trabalho e levando apenas as pessoas do seu agregado familiar, alguns bens, sobretudo dinheiro e mantimentos para os primeiros tempos. A certa altura faltaram os alimentos e o dinheiro tinha perdido o valor cambial, pelo que começaram a vender os outros bens a troco de alimentos e combustível. Habituados a um relativo bem estar, ficaram assustados quando viram uma criança saltar do colo da mãe, para apanhar cascas de laranja e comer. Por fim, procuraram trabalho a troco de comida, mas depressa foram despedidos por não terem licença de trabalho nem residência.

Estas histórias de vida precária, sem estabilidade nem segurança, mas com grande vontade de sobreviver e vencer, fizeram aflorar em mim memórias do meu percurso pessoal, em Portugal e no estrangeiro e surgir muitas interrogações. Afinal de onde vimos e para onde vamos? Que sentido tem a existência humana? Porquê uns parecem ser bem sucedidos e outros esmorecem e ficam pelo caminho? Porquê ainda hoje a muitos não chegam as migalhas que caem da mesa dos ricos? Porquê tantas desigualdades e rivalidades no mundo, se tudo deixamos no dia da nossa morte?
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

OMP – Encontro para Directores Diocesanos e Formação para agentes da Missão



As Obras Missionárias Pontifícias (OMP) promoveram o 3º Encontro para directores diocesanos das missões, no dia 11 de Fevereiro, na Casa de Nossa senhora das Dores, em Fátima. Em cada ano, há duas reuniões para partilhar experiências, analisar e avaliar acções e eventos e programar momentos e dinâmicas para que a animação missionária das dioceses e paróquias seja mais envolvente e mais forte.
Estiveram presentes treze directores diocesanos. Algumas dioceses ainda não estiveram representadas. Todos os participantes são sacerdotes, diocesanos ou religiosos, sendo o delegado da diocese de Aveiro um leigo. A reunião foi presidida pelo director nacional, P. António Lopes, SVD e secretariada pelo João Cláudio.
Após a oração inicial e a leitura da acta e da apresentação dos novos directores de Viana do Castelo, Lisboa e Setúbal, o P. António Lopes, apresentou uma reflexão sobre “A paixão pela animação Missionária”, apontando obstáculos, passos dados e desafios.

Avaliação e propostas
Seguidamente, fez-se a avaliação da Jornada Missionária Nacional, cujo tema foi “Vaticano II: 50 anos. Missão, Memória e Profecia”. Conteúdos, dinâmicas, Eucaristia no recinto do Santuário e peregrinação da Missão foram pontos partilhados e reflectidos. O “Outubro missionário” também mereceu tempo de antena e os vários delegados foram transmitindo o que foi feito nas suas dioceses: distribuição de material, vigílias de oração, encontros temáticos, dia missionário, caminhadas, peditório de rua e mais um sem número de iniciativas, ajudaram a promover a consciência da Missão.
A Infância Missionária, obra que se procurou incentivar com objectivos específicos e material próprio e adequado a crianças e adolescentes, teve uma grande adesão. Os presépios e os mealheiros esgotaram e houve dinâmicas muito interessantes, sobretudo, nas dioceses onde a obra está mais implantada. Foram sugeridas várias técnicas e acções para um próximo ano, dando-se liberdade às dioceses para, dentro do tempo natalício, criarem o dia da Festa da Infância Missionária, mesmo que não coincida com a celebração da Epifania do Senhor.
Estes encontros ajudam a abrir horizontes e faz com que a experiência de uns, leve outros a procurar descobrir iniciativas e formas para fazerem a animação missionária das suas dioceses.

Formação, testemunho e partilha
Com o tema “O papel dos directores diocesanos na animação missionária da diocese e como formar um grupo missionário na diocese e na paróquia”, os responsáveis pelas OMP convocaram para a manhã do dia 12 de Fevereiro, os directores diocesanos, seus colaboradores e membros dos centros diocesanos. De Vila Real, Porto, Guarda, Beja, deslocaram-se cerca de 50 leigos que trabalham na animação missionária das suas dioceses. Também estiveram presentes Colaboradores da Missão Vicentina, vindos de Lisboa e de Salvaterra de Magos. O tema foi trabalhado pelo director das OMP da Espanha, P. Anastácio Gil que, com experiência e mestria, ajudou a ver mais claro formas e meios para levar por diante o que a Carta dos Bispo portugueses “Como Eu vos fiz, fazei vós também”, nos números 20 e 21.
Após alguns tópicos sobre os documentos da Igreja sobre a Missão (Ad gentes, Redemptoris Missio e outros), e concluindo com uma frase de Bento XVI “a missão Ad gentes é paradigma da evangelização da Igreja”, o P. Anastácio foi apontando as tarefas de um Centro diocesano missionário e do seu director. Um plano de trabalho organizado e partilhado, o ir ao encontro, a relação com os outros serviços diocesanos ou locais e o encontro com os missionários oriundos da sua área de acção, promovem e incentivam a animação missionária. A relação com a direcção nacional e com as outras dioceses, num serviço de comunhão e formação, o contacto com os missionários locais em terras de missão, o uso dos meios de comunicação próprios e a boa relação com os media e a presença nas escolas, nas paróquias e na catequese são trunfos a favor da missão.

Diálogo e caminhos a seguir
O caminho percorrido no país vizinho, iniciativas e projectos, foram exemplos para que, nas dioceses e paróquias se reforce a aposta na Missão. O diálogo com os participantes abordou várias áreas, tais como o trabalho com a catequese e escolas, o voluntariado missionário dos leigos, as obras de apoio à missão Ad gentes, o envio de sacerdotes diocesanos para as missões e sua formação específica.
Os leigos participantes levantaram questões sobre a dinamização da Infância Missionária e o modo de responder aos desafios que são propostos cada ano. Foi-lhes dito que a experiência agora iniciada entre nós, já foi vivida em Espanha. Agora há outras dinâmicas, com acções concretas, como por exemplo, um concurso de desenhos, com prémios, e com a presença de altas individualidades e da comunicação social. Foi referido que os montantes recolhidos nas diversas iniciativas são entregues à OMP, no mês seguinte, para que seja enviado rapidamente para os projectos apoiados e, deste modo, se saiba que “o valor da renúncia ou partilha” que foi feita pertence à Missão e não às paróquias ou dioceses.
Os grupos missionários paroquiais nascerão na medida em que as pessoas, a começar pelos responsáveis e colaboradores das paróquias investirem na animação missionária, começando pela oração e por acções concretas de evangelização, começando pela catequese e grupos, não esquecendo as famílias. É um caminho a ser feito e as experiências que vão aparecendo no terreno constituem um desafio para todas as comunidades.
A temática e a oportunidade do encontro foram aplaudidas pelos presentes que sublinharam a necessidade de outros momentos de formação e partilha de experiências.
O encontro encerrou com a Eucaristia e o almoço, durante o qual, marcou presença D. António Couto, Presidente da Comissão Episcopal para a Missão, Nova Evangelização e Ecumenismo.
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Mensagem do Bispo de Beja para a Quaresma de 2013




Verdade e coerência de fé e de vida

1. Valores do mundo e do Evangelho
A crise económica e financeira que o mundo atravessa e atingiu Portugal de modo a obrigar-nos a pedir ajuda externa, sem a qual muitos dos nossos serviços públicos e muitas famílias ficariam sem recursos para funcionar e sobreviver, veio acordar-nos da ilusão em que assentávamos o nosso relativo bem estar. Agora fala-se, escreve-se, discute-se, protesta-se, fazem-se greves, criticam-se governos e políticos anteriores e presentes, mas dá a impressão que ainda poucos se deram conta das ilusões sobre as quais baseiam os seus protestos. Todos querem voltar ao mesmo estilo e nível de vida, construindo sobre isso os seus projetos de felicidade.
Jesus Cristo, a sua vida e mensagem, continuadas na missão da Igreja, alerta-nos para outras prioridades, que, por vezes, se contrapõem aos nossos habituais desejos. Ao jovem rico que lhe pergunta que deve fazer para alcançar a vida eterna, para além do cumprimento dos mandamentos da lei, que ele já seguia fielmente, Jesus responde: «Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me» (Mt 19,21).
Esta radicalidade de espírito e de estilo de vida é pedida a todos os discípulos de Cristo. Os bens deste mundo são para administrar e nunca podem constituir um fim em si mesmos, como se fossem a finalidade da nossa vida, o nosso Deus.
A vida cristã e sobretudo esta fase do ano de oração da Igreja, chamada Quaresma, vem acordar-nos para os valores e atitudes fundamentais do Evangelho, procurando compreendê-los com toda a verdade e, com coerência, conformando a nossa vida com eles, para sermos autênticos discípulos de Jesus Cristo, cuja paixão, morte e ressurreição celebramos na Páscoa.

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Bento XVI resigna


Sinal histórico, profético e interpelante
“Queridíssimos Irmãos,
Convoquei-vos para este Consistório, não apenas por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja.
Depois de examinar reiteradamente a minha consciência perante Deus, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério de Pedro (petrino). Sou consciente de que este ministério, pela sua natureza espiritual, deve ser levado a cabo não apenas por obras e palavras mas também, em menor grau, através do sofrimento e da oração.
No mundo atual, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevância para a vida da Fé, para governar a barca de S. Pedro e anunciar o Evangelho é necessário também vigor, tanto do corpo como do espírito. Vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de forma que tenho de reconhecer a minha capacidade para exercer de boa forma o ministério que me foi encomendado.
Por isso, sendo consciente da seriedade deste ato, e em plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, sucessor de S. Pedro, que me foi confiado pelos cardeais no dia 19 de abril de 2005. De forma que, a partir do dia 28 de fevereiro de 2013, às 20:00 (19:00 em Lisboa), a sede de Roma, a sede de S. Pedro vai ficar vaga e deverá ser convocada, através daqueles que têm competências, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
Queridíssimos irmãos, dou-vos as graças de coração por todo o amor e trabalho com que trouxeram até mim o peso do meu ministério e peço perdão por todos os meus defeitos.
Agora, confiamos a Igreja ao cuidado do Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo e suplicamos a Maria, sua Santa Mãe, que assista com a sua materna bondade aos padres cardeais ao eleger o novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, também no futuro, quero servir com todo o meu coração à Santa Igreja de Deus com uma vida dedicada à oração.”
11 de Fevereiro de 2013
Bento XVI

Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial do Doente



«Vai e faz tu também o mesmo» (Lc 10, 37)

Amados irmãos e irmãs!
1. No dia 11 de Fevereiro de 2013, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, celebrar-se-á de forma solene, no Santuário mariano de Altötting, o XXI Dia Mundial do Doente. Este dia constitui, para os doentes, os operadores sanitários, os fiéis cristãos e todas as pessoas de boa vontade, «um momento forte de oração, de partilha, de oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de apelo dirigido a todos para reconhecerem na face do irmão enfermo a Santa Face de Cristo que, sofrendo, morrendo e ressuscitando, operou a salvação da humanidade» (João Paulo II, Carta de instituição do Dia Mundial do Doente, 13 de Maio de 1992, 3). Nesta circunstância, sinto-me particularmente unido a cada um de vós, amados doentes, que, nos locais de assistência e tratamento ou mesmo em casa, viveis um tempo difícil de provação por causa da doença e do sofrimento. Que cheguem a todos estas palavras tranquilizadoras dos Padres do Concílio Ecuménico Vaticano II: «Sabei que não estais (…) abandonados, nem sois inúteis: vós sois chamados por Cristo, a sua imagem viva e transparente» (Mensagem aos pobres, aos doentes e a todos os que sofrem).

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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Animação Missionária


“Nova Evangelização e Missão, hoje”

Desta vez foi em Mértola que nos reunimos no dia 9 de Fevereiro, para mais um momento de partilha, aprendizagem e convívio. São sempre momentos que enriquecem a quem se disponibiliza a estar presente. Foi o 7º Encontro de Formação para Animadores da Comunidade, promovido pelo Centro Diocesano Missionário, com o tema: “Nova Evangelização e Missão, hoje”.
Não muitos, um pouco mais de duas dezenas, na maioria de Mértola e três presenças de Almodôvar (Santa Clara-a-Nova). O Padre Tony Neves, provincial dos padres Espiritanos, baseado na sua experiência missionária e nas conclusões do último Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização para a transmissão da Fé, orientou a reflexão e as dinâmicas que preencheram este dia de encontro, de estudo e de linhas de força para a dinamização missionária da diocese feita em todas as suas comunidades.
Contámos também com os Padres Agostinho (responsável das Missões na diocese), Aristides Neiva, Sousa Marques (da comunidade dos padres Espiritanos que servem o concelho de Mértola), Cónego Álvaro e a agradável surpresa da presença do nosso Bispo, D. António Vitalino. O Agrupamento de Escolas do concelho de Mértola cedeu-nos o espaço (EB1) e foi nesse lugar acolhedor e bem equipado que a formação decorreu.
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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Dramáticas inundações no Vale do Limpopo (Moçambique) apelam à solidariedade




Situação de calamidade
A grande precipitação das chuvas, nas últimas semanas, conjugada com sucessivas descargas nas barragens dos países vizinhos (África do Sul e Zimbabwe) trouxe uma nova catástrofe ao povo moçambicano, nomeadamente no Vale do Rio Limpopo, onde se situam os Distritos do Chókwe e do Caniçado, fortemente atingidos.
Nestes dois Distritos, segundo informações da Cruz Vermelha Internacional, mais de 100 mil pessoas foram desalojadas, ficando muitas a dormir ao relento ou no mato e contam-se dezenas de mortes. Há grande preocupação com o perigo de eclosão e contágio de doenças, devido às condições de vida nos centros de alojamento. O risco de malária, diarreia e cólera é muito elevado. As pessoas dormem sem redes mosquiteiras, perto de águas sujas e estagnadas.
Só no Distrito do Chókwe, 40 mil pessoas foram colocadas em centros de acomodação, mas em condições de vida muito precárias. Há nestes centros e nos lugares onde a água vai baixando, e para onde as populações começam a regressar, muita falta de comida, de água potável e de outras condições mínimas habitáveis. Muitas perderam quase tudo nas cheias e têm que refazer as suas vidas.
Para além da devastação nos campos (agricultura e criação de gado), estradas, pontes e outros bens, são enormes os prejuizos na saúde, educação e assistência social, com a grande maioria dos edifícios inundados e os seus equipamentos inutilizados ou afectados. Só no Município do Chókwe 58 escolas e 5 Centros Hospitalares foram invadidos pelas águas.

Missionários Vicentinos e Filhas da Caridade no terreno
Nestes dois Distritos, há quatro Comunidades das Filhas da Caridade que se dedicam aos mais sofredores e pobres, em 2 hospitais (com numerosos doentes de Sida e crianças órfãs e subnutridas), em 2 escolas primárias e secundárias, em 2 centros de promoção juvenil e em 2 albergues de idosos e actividades diversas junto das Comunidades Cristãs. Os Padres e Irmãos Vicentinos, presentes naquela Região desde 1942, dirigem também ali um Centro de Promoção profissional básica, uma Casa de Noviciado e trabalham em 3 extensas Missões, com numerosas comunidades ao longo do rio Limpopo e afluentes. Há ainda um Centro de Pastoral e Espiritualidade, com uma Comunidade de Carmelitas e a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Chókwe, com uma vasta zona de comunidades que se estende por todo o Regadio do Limpopo.
Naturalmente que este trágico flagelo das águas atingiu em cheio estes missionários e as diversas obras que dirigem: casas, igrejas, equipamentos, mobílias, carros e muitos bens foram nas enxurradas. Contudo, nenhum abandonou as populações à sua sorte. Pelo contrário, mantiveram-se o mais possível nos seus postos, em estreita colaboração entre si e com todos os que podiam ajudar os mais frágeis. Procuraram colocar, atempadamente, os doentes a salvo das cheias e tendo embora, em alguns casos, de ficar ao relento, continuaram a acompanhá-los nos locais de refúgio, dispensando-lhes os auxílios elementares.

Sanear, recuperar, reconstruir no amor e na esperança, em rede com todos os homens de boa vontade
Diante da imensa tarefa e das necessidades gritantes que, uma vez mais, têm pela frente, estes Irmãos e Irmãs, moçambicanos e de várias nacionalidades, não actuam sozinhos. Procuram ligar-se a toda a comunidade cristã e católica em Moçambique e no Mundo e articular  acções e meios com Organizações Humanitárias e Governamentais mais disponíveis e responsáveis. Particularmente com os Médicos sem Fronteiras, a Cruz Vermelha Internacional, o Banco Mundial contra a Fome, a Cáritas, a Família Vicentina... Contam com a partilha das Igrejas Irmãs e a solidariedade interna e externa. Não os deixemos sozinhos e desamparados!

SOS – Cheias Moçambique – Como responder
Querendo responder a este apelo, pessoalmente, em comunidade ou com pessoas de boa vontade das paróquias ou instituições com quem trabalha, e ir em auxílio das vítimas das dramáticas cheias assolaram as populações do Vale do Limpopo em Moçambique, ao cuidado das Filhas da Caridade e dos Missionários Vicentinos, pode depositar na Conta da P. C. MISSÃO VICE-PROVÍNCIA: Caixa Geral de DepósitosConta nº 2177016577430 - NIB 003521770001657743061 – (com informação ao P. Luciano Ferreira – Tel.966 792 901 – email: luciano.c.ferreira@sapo.pt)

                                                                                   P. Luciano Ferreira, CM

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Mensagem de Bento XVI para a Quaresma de 2013



Crer na caridade suscita caridade

«Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16)

Queridos irmãos e irmãs!

A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da ação do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros.

1. A fé como resposta ao amor de Deus
Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16), recordava que, «no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um “mandamento”, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro» (Deus caritas est, 1).

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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Animação Missionária




Festival da Canção para a Missão
Os Jovens Sem Fronteiras (JSF) estão a celebrar 30 anos de vida. Foram fundados pelo Pe. Firmino Cachada em 1983 e são um dos ramos mais jovens da Congregação dos Missionários do Espírito Santo. Os seus objectivos visam sobretudo a formação e a partilha da espiritualidade da congregação de uma forma jovem, e que se traduza em acções concretas de testemunho missionário e solidário Os Jovens Sem Fronteiras são um movimento missionário que se organiza em grupos paroquiais espalhados pelo país inteiro. Procuram fazer a animação missionária nas paróquias consciencializando-as da dimensão universal da Igreja.
Em Castro Verde, mais propriamente em Santa Bárbara dos Padrões, existe um grupo JSF. Conforme testemunharam no Dia Missionário Diocesano em Outubro último, em Almodôvar, uma das suas metas para este ano pastoral, no Alentejo, é a formação de mais grupos de jovens missionários.
No próximo dia 16 de Fevereiro, este grupo de Jovens Sem Fronteiras, vai realizar um festival da "Canção para a Missão", no Cine-Teatro de Castro Verde, pelas 21.30. O tema deste momento musical de cariz missionário é “Fé e Missão” e é um desafio aberto à participação de todos. Este evento jovem, além de proporcionar a alegria do encontro tem uma finalidade solidária a favor do Simão (um miúdo que está com necessidades médicas especificas e que é preciso ajudar com tampinhas e caricas. Além do preço de entrada, a organização convida as pessoas a levarem para o festival as tampinhas que tiverem em casa).
Outra vertente deste momento festivo é a angariação de apoios para a Ponte 2013, uma acção missionária que os JSF organizam todos os anos, no Verão, proporcionando um contacto directo com a Missão em países lusófonos. Para celebrar o 30º aniversário dos JSF, o destino da Ponte deste ano é Moçambique, mais propriamente, Itoculo.
São figuras de cartaz deste Festival da Canção para a Missão o Pedro Mestre e a sua equipa das violas campaniças, e o grupo coral "Os bubedanas" que, apesar do nome, são um grupo de jovens que canta como antigamente. Há alguns grupos já inscritos no festival, um deles, o grupo de Jovens Sem Fronteiras de Corte de Sines, formado á uns meses. As inscrições continuam abertas e quem desejar participar poderá inscrever-se pelo e-mail jsfcastroverde@hotmail.com.
Música e mensagem, alegria e solidariedade, fé e missão, são condimentos para uma noite bem passada, bem como para uma vivência de partilha e de testemunho jovem de quem quer dar à vida sons e cores diferentes, carregados de esperança, de entrega, de generosidade e de aventura.
O cartaz - AQUI - 


Infância Missionária: Mealheiros

Muitas foram as catequeses paroquiais que aderiram à caminhada “com as crianças da Ásia … procuramos Jesus”. As catequistas, as famílias e os párocos empenharam-se em fazer chegar a mensagem aos mais pequenos e aos mais crescidos e todos responderam com as suas renúncias e ofertas para os dois projectos assumidos pelas Obras Missionárias Pontifícias/Portugal: “ajudar as crianças na Índia a terem uma escola onde possam aprender a ler e a escrever como convém; e proporcionar às crianças e aos adolescentes de um orfanato das Filipinas, a poderem ter refeições durante um ano”.
A responsável pelo Departamento Diocesano da Catequese da Infância e da Adolescência, Irmã Helena, perguntou ao Centro Diocesano Missionário como fazer chegar o resultado dos mealheiros ao seu destino. Como é uma experiência nova (pelo menos, mais divulgada), este ano, os catequistas ou os párocos poderão enviar para o Departamento da Catequese ou para a Cúria Diocesana. Para um serviço ou outro, o que importa é que chegue o mais depressa possível, para depois ser encaminhado para as Obras Missionárias Pontifícias. Convém que se mencione sempre o nome da paróquia, escola ou grupo.
Além desta iniciativa para as crianças e com as crianças vão ser implementadas outras para que o espírito missionário vá penetrando na vida dos mais novos. A próxima reunião dos Directores Diocesanos das Missões vai estudar formas concretas para fazer chegar às gerações mais novas caminhos e atitudes que façam descobrir o alcance do “Ide e ensinai todos os povos!”.
O conhecimento e o exemplo de muitos missionários, homens e mulheres, do Alentejo, do nosso país ou de outras partes do mundo que deixaram tudo por amor a Jesus Cristo e à sua Igreja poderão contribuir para se criar este ardor missionário nos mais novos para que, ajudados pelas famílias, catequeses possam descobrir a sua vocação. As Missões Populares com a sua presença e acção nas paróquias, os grupos missionários paroquiais poderão ser outros meios de testemunho e de despertar para o campo da Missão.
Há muito caminho a fazer. Não podemos cruzar os braços ou ficar à espera de milagres. Poucos ou muitos, mais novos ou mais velhos, pela oração e acção, com disponibilidade interior e uma fé empenhada, poderemos transformar o chão duro e seco em terreno fértil e verdejante!

P. Agostinho Sousa, CDM/Beja

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Pobreza, família e politicas sociais




1. Pobreza e politicas sociais
Diariamente se ouve falar do aumento do número de pobres e somos confrontados com novo tipo de pobreza, que afecta pessoas e famílias que até há pouco julgávamos serem abastadas. Aumenta o número de desempregados e criam-se cantinas sociais, para que ninguém passe fome, sem contudo se conseguir novos postos de trabalho dignamente remunerados ou resolver o problema de dívidas acumuladas, algumas afectadas à compra da habitação, de electrodomésticos ou de meios de transporte e de comunicação.
Por outro lado, aparecem casos de pais desesperados que matam os filhos e de famílias numerosas a quem tiram os filhos para os institucionalizar, mesmo que contra a vontade dos progenitores, como se as instituições sociais fossem a solução dos problemas educativos e financeiros da sociedade. Também constato que os estabelecimentos prisionais estão cheios com pessoas de todas as idades e muitos prevaricadores continuam à solta.

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sábado, 2 de fevereiro de 2013

Dia do Consagrado


A nossa Missão
merece todas as forças e toda a vida (*)



Senhor, confiaste-me uma missão.
Mas qualquer missão provém do teu amor infinito.
Pois que Tu confias em mim, convidas-me a partilhar a tua missão.
Por outro lado, cada missão depende da resposta que darei.
Devo tomar consciência da grandeza de quanto me foi confiado,
nada menos do que a própria missão de Jesus.
«Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós» (Jo 20,21).
Senhor, para mim, o teu nome é «Salvador».
Toda a tua vida foi consagrada a esta missão: a salvação…
Seguindo-te, eu sou um «salvador» para os nossos dias.
Concede-me que a grandeza da minha missão me penetre!
Para a realizar, deverei rezar, preparar-me, agir, colaborar, observar…
O teu exemplo, Jesus, está na minha frente.
Tu cumpriste a tua missão no calvário.
Isto significa que sacrificaste a tua vida por ela.
Sim, esta missão merece que lhe consagre as minhas forças,
toda a minha vida,
porque ela é amor de Deus, amor dos meus irmãos.
«Devo amar com todo o meu espírito,
com todas as minhas forças,
com toda a minha alma,
com todo o meu ser».
Porque tudo o que não faço com paixão
está destinado ao insucesso.
O bom resultado depende de um empenhamento absoluto.
«Tudo pela missão».
Uma vez terminada, sentir-me-ei em paz.
Confiar-te-ei, Senhor, o que me resta fazer.
Não é esta a tua missão?
(*) Cardeal Van Thuan