1. A riqueza das vocações na Igreja
A 1 de Maio, dia internacional do trabalhador e na Igreja Católica festa de S. José Operário, padroeiro da diocese de Beja com este título, vamos ordenar um novo presbítero e cinco diáconos permanentes, dezasseis anos depois de D. Manuel Falcão ter ordenado os primeiros quatro, dois celibatários e dois casados. Era intenção de D. Manuel dar continuidade à formação e ordenação de mais diáconos permanentes, mas infelizmente isso não aconteceu, para além de um ordenado já por mim, em 2005. Nesta nota não vou analisar as causas desta morosidade, mas simplesmente mostrar a minha alegria por este acontecimento e convidar toda a diocese a alegrar-se comigo, pedindo também oração pelas vocações do serviço ordenado para a vida e riqueza da nossa igreja de Beja.
Por várias vezes tenho alertado para as várias carências da diocese. Os colaboradores ordenados são poucos, 60 ao todo, para a grandeza do território diocesano. A maioria dos presbíteros está sobrecarregada com várias paróquias e múltiplas tarefas. Alguns já contam mais de 80 anos. Nota-se cansaço e falta de criatividade. Isto também aconteceu com os apóstolos, na Igreja nascente. A comunidade de Jerusalém ia crescendo de dia para dia e alguns começaram a queixar-se de que os pobres não eram bem atendidos. Os apóstolos reconheceram isso e decidiram dividir tarefas, alargando a dimensão dos ministros ordenados.
Assim surgiram os primeiros sete diáconos, que deram um forte impulso à vida e missão da Igreja. Vale a pena ler o capítulo VI do livro dos Atos dos Apóstolos. Fica-se espantado com a vitalidade da primeira comunidade cristã e também perplexo perante a concentração do ministério ordenado nos presbíteros dos nossos tempos. Precisamos de também hoje ser criativos e saber co-responsabilizar os cristãos na vida e na missão da Igreja. Todos temos de reaprender o exercício colegial e participativo de todos os ministérios ou serviços na comunhão eclesial.
Os nossos planos pastorais e o Sínodo diocesano anunciado deverão dar um forte incremento na formação, no discernimento das vocações e na co-responsabilização de todos os cristãos na missão da Igreja.
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