sábado, 2 de junho de 2012

Famílias em Encontro Mundial



D. Antonino Dias preside à Comissão Episcopal Laicado e Família, onde se coordena o trabalho da Pastoral Familiar. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o bispo de Portalegre-Castelo Branco adianta as expectativas para o VII Encontro Mundial das Famílias (Milão, 30 de Maio a 3 de Junho) e para a renovação deste sector da pastoral em Portugal.


Agência Ecclesia (AE) - Estará presente no Encontro Mundial das Famílias?
D. Antonino Dias (AD) - Sim, tenciono estar.

AE - Que espera deste Encontro?
AD - Espero que seja um momento capital para chamar mais uma vez a atenção para a importância da família e para a grandeza da sua missão na construção e humanização das sociedades e do mundo. A família é uma realidade tão rica e tão importante, para as pessoas, as sociedades e os Estados, que não podemos deixar de aplaudir e acompanhar todas as iniciativas que a promovam e defendam.

AE - “A Família: o trabalho e a festa” é o tema do Encontro. Que desafio espera que sugira aos tempos de instabilidade e incerteza que se vivem, nomeadamente na Europa?
AD - Espero que a reflexão e os trabalhos ajudem a concretizar aquilo que o Santo Padre formula na convocação do Encontro. Que as exigências e os tempos do trabalho se harmonizem com os da família e a família recupere o sentido verdadeiro da festa. Será, com certeza, um desafio para que todos nós, a começar pelos decisores políticos e económicos e todos quantos cuidam do bem comum, sintamos o dever de proteger e defender a instituição familiar e de lhe favorecer, por direito, condições de vida digna e com qualidade.

AE - Que contributos e novos dinamismos recebe a Pastoral Familiar destes encontros?
AD - São encontros mundiais, ao mais alto nível, incluindo a presença do Santo Padre. Como tal, tornam-se sempre pontos de referência, com dinâmicas, conteúdos e apelos que estimulam. Além disso, a quantidade e a diversidade de participantes interessados na verdade da família, conduz a uma partilha de preocupações e esperanças que muito podem contribuir para imprimir novo fôlego e mais qualidade nesta tarefa de defesa e proteção da família.

AE - Que rumo está a ser definido para a dinamização da Pastoral Familiar na Igreja Católica em Portugal?
AD - Entendo que não se pode repensar a Igreja em Portugal - processo que está em curso - sem se repensar a pastoral da família, que é ampla e abrangente. Neste momento ela promove e coordena, de alguma forma, algumas iniciativas de âmbito nacional e procura pontos de encontro com os responsáveis diocesanos, os movimentos e serviços familiares, sem os querer substituir e sem se deixar substituir por eles, embora conte sempre com a espiritualidade e ação especializada que os movimentos e serviços prestam. E são muitos, variados e preciosos.

AE - Que desafio constituem para a Pastoral Familiar em Portugal as mudanças que ocorrem na família, as diferentes formas de pertença e de vínculo no seu interior?
AD - Um grande desafio: apresentar com renovado vigor a verdade sobre o matrimónio e a família e a sua importância para a estabilidade e humanização da sociedade. A visão redutora do matrimónio e da família torna necessário que anunciemos a beleza do desígnio de Deus sobre o amor humano e que as famílias cristãs sejam capazes de marcar e testemunhar a diferença, com alegria e firmeza convincentes. Assim se fortalecerão as famílias em caminhada e dar-se-ão razões de esperança àquelas que atravessam situações muito difíceis e dolorosas, onde é preciso fazer ecoar, com amor e respeito, a Palavra de Deus, rico em misericórdia.

AE - De que forma a Pastoral Familiar em Portugal promove a inclusão?
AD - Evangelizando e promovendo o acolhimento da diversidade e da pessoa diferente, dentro da família e fora da família. Fomentando o respeito por todos e cada um e a obrigação de se prestar atenção aos outros, sobretudo os que vivem sozinhos e os pobres e necessitados, para que todos se sintam amados e úteis e não peso ou estorvo. Para esta inclusão são de capital importância a solidariedade de vizinhança, as redes de apoio à família, os grupos sociocaritativos, as equipas de visitadores e todas as inicativas que ajudam a fomentar os laços de fraternidade atenta e eficaz.

Catedral de Milão


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