quinta-feira, 28 de junho de 2012

Voluntariado Missionário


“São cada vez mais e predominam as mulheres entre os voluntários que partem em missão para outros países, revelam os estudos divulgados numa conferência sobre voluntariado que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa”, afirmou o jornal Público.
O mesmo periódico acrescenta: “Nas duas últimas décadas mais de quatro mil pessoas partiram em acções de voluntariado missionário de Portugal, revela um estudo da Fundação Fé e Cooperação (FEC), uma organização não-governamental (ONG) portuguesa, coordenadora nacional da Rede de Voluntariado Missionário que actua na área da cooperação especialmente com os países da África lusófona. A maior parte dos que partem são mulheres entre os 20 e os 30 anos, altamente qualificadas e integradas profissionalmente. O país mais escolhido é Moçambique”.
Segunda a investigação realizada pela FEC e pelo Centro de Investigação de Paula Frassinetti (CIPAF) a acção de voluntariado distinguiu-se, nos últimos cinco anos, em três áreas prioritárias: o desenvolvimento comunitário; a educação/alfabetização/formação e o apoio à saúde.

Um pouco da história
Tudo começou em 1988. Nove jovens decidiram partir para São Tomé e Príncipe e para a Guiné-Bissau, onde ficaram em pequenas comunidades durante dois anos. Terá sido este o início do voluntariado missionário em Portugal, segundo o referido estudo. Hoje, passados 20 anos, já há mais de 50 grupos organizados que se dedicam ao voluntariado por motivação cristã. Neste tipo de acção, os voluntários oferecem, de forma gratuita, o seu tempo e as suas competências a populações desfavorecidas dos países em desenvolvimento, em especial os da África lusófona.
As motivações que levam ao voluntariado classificam-se “de carácter exterior” em que o indivíduo “se sente impelido e comprometido a actuar num mundo desigual e assimétrico” e as de carácter interior, em que o voluntário “se propõe pôr, ao serviço do outro, as suas competências e saberes profissionais e humanos na promoção integral da pessoa humana de forma gratuita em nome de Deus”, salienta o estudo.
Entre 2000 e 2005 partiram 232 voluntários em missão e, entre os anos de 2005-2010, “foram 701 os que se voluntariaram, sendo que a área da educação, alfabetização e formação quase duplicou o número de enviados”.



E por cá?
Muitos são os grupos de Jovens que partem para esta ou aquela zona, para este ou aquele centro de acolhimento, para este ou aquele serviço e aí, em mais tempo ou menos, fazem voluntariado. Não há números, mas sabe-se que são muitos, aqueles que investem um pouco de si, nesta ocupação os tempos livres ou as férias. As áreas de acção são diversas e os tempos são variáveis. Mas é vê-los, cheios de energia e alegria, a ir ao encontro das populações. Muitos, durante o ano, vão fazendo o seu “pé-de-meia” para poderem partilhar; outros, preparam programas de acção e organizam a ocupação dos tempos; todos, fazem uma caminhada interior que os leva a partir, a servir, a entregar-se aos outros. Por detrás deles, há famílias, comunidades, grupos ou institutos que os lançam nesta aventura de descobrir o outro, de crescer na comunhão, de olhar para mais longe e de conhecer novas realidades e novas pessoas, enriquecendo-as e enriquecendo-se com novas experiências de vida.
Também há aqueles que, depois de gastar a sua vida no campo de trabalho e agora têm um tempo disponível e o podem usar no serviço dos outros, se tornam voluntários ou colaboradores nas mais diversas situações: nos hospitais, nas missões populares, nos centros de dia ou lares. Além de uma ocupação saudável, tais pessoas, prestam um relevante serviço gratuito em favor do próximo e da comunidade.
Férias Missionárias na Diocese de Beja
O calendário diocesano prevê uma Missão em Ficalho e Sobral da Adiça, de 13 a 20 de Agosto, promovida pela Pastoral Juvenil da diocese. Tanto quanto se sabe, há reuniões de preparação e estão abertas as inscrições para os participantes nesta experiência missionária.
Santiago do Cacém, Abela, S. Bartolomeu e Santa Cruz vão receber o Grupo ONDJOYETU, da Diocese de Leiria, de 4 a 12 de Agosto. Este grupo, cujo nome quer dizer “a nossa casa”, é responsável pela pastoral missionária da sua diocese e tem uma frente missionária no Sumbe-Angola. As dioceses de Leiria e do Sumbe estão geminadas e colaboram entre si. Este grupo, todos os anos, tem um tempo de missão no nosso país e envia vários dos seus membros para a missão do Sumbe, incluindo um sacerdote, bem como bens de primeira necessidade.
Vale de Água e S. Domingos, a exemplo dos dois últimos anos, vão receber de 7 a 21 de Agosto a EQUIPA D’ ÁFRICA, da diocese de Lisboa. A Equipa d’ África nasceu em 1998, proveniente das Equipas de Jovens de Nossa Senhora. Desde então desenvolve projectos de cooperação social e pedagógica em Moçambique e, desde 2008, retomou os seus projectos em Portugal, com o objectivo central de melhorar as condições de vida das populações locais. O projecto surge da necessidade de oferecer uma alternativa ocupacional para a comunidade, particularmente para os jovens e idosos. Dirige-se também para uma mudança a nível social, com o intuito de envolver todos os agentes por ele abrangidos, em agentes activos.
Certamente que estão programadas outras acções missionárias, nesta ou naquela paróquia, mas que ainda não são conhecidas. Para se descobrir e saber melhor a realidade missionária que vivemos na nossa Diocese, julgo ser muito útil, dar a conhecer o que se faz entre nós. O apelo fica feito. Mas o que importa, independentemente da forma e da ocasião, é a alma missionária, a resposta pronta, o testemunho feliz de alguém marcado pela fé em Cristo Ressuscitado!

P. Agostinho Sousa – CDM/Beja


terça-feira, 26 de junho de 2012

Portugueses na diáspora


1. Bodas de ouro a serviço dos migrantes
No princípio de Julho vai completar 50 anos a serviço dos migrantes portugueses na diáspora (estrangeiro) a Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM), criada formalmente em 1962, para coordenar o apoio pastoral e social aos milhares de portugueses que deixavam Portugal à procura de melhores condições de sobrevivência e que na altura debandavam sobretudo para os países da Europa central.

Muitos eram contratados por firmas desses paises que precisavam de mão de obra, a fim de poderem dar resposta ao rápido crescimento económico, depois de duas guerras que os tinham quase destruido. Mas muitos também atravessavam as fronteiras, sem documentos, aliciados por promessas de angariadores clandestinos. Em muitos lados foram explorados. A Igreja ouviu o clamor deste povo e começou a procurar ajudar, religiosa e socialmente. Foi um trabalho apaixonante, no qual também tive a graça de me empenhar, em meados dos anos 60, quando fui estudar para a Alemanha. Muitos sofrimentos compartilhados, mas também muitas alegrias, ao ver famílias reagrupadas e pequenas comunidades formadas em país estrangeiro.
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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Gratidão e Bondade



A Igreja em Portugal acaba de perder mais um bispo, D. Albino Cleto, que, embora já emérito de Coimbra desde há cerca de um ano, foi um luzeiro de bondade e amor à Igreja e ao povo.

1. Gratidão a D. Albino
Como bispo de Beja quero nesta breve nota manifestar a minha gratidão a este irmão bispo, que me acompanhou nos meus primeiros anos de episcopado, como bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, tendo ido depois para Coimbra e eu, poucos meses mais tarde, para Beja, mas que sempre manifestou grande proximidade à minha pessoa e ao Alentejo. Diz-se mesmo que era um dos bispos sugeridos para suceder a D. Manuel Falcão à frente da diocese, até porque tinha sido seu aluno no seminário dos Olivais e colega de muitos padres da nossa diocese, que, ao tempo, faziam o curso de teologia em Lisboa. Quis Deus e a Igreja que ele fosse para Coimbra, em 1998, como bispo coadjutor de D. João Alves, assumindo a diocese como bispo residencial em 2001, até à resignação por limite de idade canónica em 2011.


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domingo, 17 de junho de 2012

Animação Missionária


Ser Visitador é viver a Missão
Na Missão Popular há vários agentes: O pároco, a equipa responsável, os animadores das comunidades, os donos das casas, a equipa missionária e um sem número de pessoas que, dia a dia, vai pondo em prática o mandamento do Mestre: “Como Eu vos fiz, fazei vós também” (Jo 13, 14). Entre as muitas acções da Missão, há a destacar a visita aos doentes, sozinhos e fragilizados. Nesta tarefa, além dos missionários, há pessoas que os acompanham neste serviço. Após a Missão, com outras pessoas, propõem-se continuar este trabalho, importante e necessário, nas comunidades, formando um grupo de visitadores de doentes. É uma riqueza e um desafio, é ir ao encontro e ser próximo daqueles que esperam uma palavra, um sorriso, uma presença amiga.

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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Jornadas Missionárias 2012






PROGRAMA


Dia 14 (Sexta-Feira)
17.00h Acolhimento – Paulo VI - Secretariado
19.00h EUCARISTIA – Sala Bom Pastor
20.00h Jantar
21.30h Missão, ontem e hoje - P. José Antunes da Silva, SVD


Dia 15 (Sábado)
09.00h Oração da manhã
09.30h Missão e Profecia - D. Henri Teissier, Bispo Emérito da Argélia
11.00h A Alma da Missão - D. António Couto, Presidente da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização
13.00h Almoço
16.00h Workshop’s
1. Missão e Infância (Celina Machado, Infância Missionária de Pinheiro da Bemposta)
2. Missão e Juventude (P. Eduardo Novo, Director Nacional da Pastoral Juvenil)
3. Missão e Voluntariado (Ana Patrícia, FEC)
4. Missão e Igreja Local (P. David Nogueira, Director Diocesano OMP- Leiria)
18.00h Plenário
19.00h EUCARISTIA
20.00h Jantar
21.30h Sessão Cultural


Dia 16 (Domingo)
10.00h Terço - Capelinha
11.00h EUCARISTIA – Santuário de Fátima
13.00h Almoço

"INSCRIÇÕES E PROGRAMA - JORNADAS MISSIONÁRIAS 2012 "
Inscrições online e Programa das Jornadas Missionárias 2012. Inscreva-se!
Leia mais em:
http://obrasmissionariaspontificias.blogspot.com/

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A alma do povo português


1. A identidade e a coesão nacional
Na semana passada celebrou-se, pela última vez nos próximos cinco anos com feriado e dia santo, a festa do Corpo de Deus. Em muitas cidades do país fez-se alusão a esse facto, não tanto pela festa em si mesma, mas por ser um dos dias santos que vai ser suprimido. Também em Beja aludi a isso no agradecimento feito no final da procissão. Mas deixei o apelo para continuarmos a celebrar o mistério de Deus connosco na Eucaristia, ao domingo, esperando que daqui a cinco anos deixe de existir a razão aludida para a supressão deste dia santo à quinta-feira.

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quarta-feira, 6 de junho de 2012

A Missão começa aqui ao lado



Santíssima Trindade. Deus-Amor. Jornada Mundial das Famílias. Profissão de Fé. Muitos eram os motivos para fazer deste dia 3 de Junho, um domingo cheio e em cheio. Em Santiago de Cacém, foi o fim-de-semana da Santiagro, espaço e tempo para encontro, festa e lazer. Todavia, além de tudo isso, um pequeno acontecimento deu cor, beleza e vida à solene Eucaristia dominical da Igreja Matriz, centro de arte, de história e memória: a Comunidade do Bairro 6 de Maio, de Lisboa, rumou até à cidade de Santiago, em convívio anual e celebrou connosco a mesma fé em Deus, Trindade Santa
A celebração, presidida pelo P. Manuel Nóbrega, vicentino, foi animada pela Juventude Mariana Vicentina e a Comunidade cabo-verdiana acrescentou a beleza da dança e a espiritualidade da música e do canto. A apresentação da Palavra, a adoração à Eucaristia e a luz da Graça, foram momentos que encheram o olhar e calaram fundo no coração.


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sábado, 2 de junho de 2012

Famílias em Encontro Mundial



D. Antonino Dias preside à Comissão Episcopal Laicado e Família, onde se coordena o trabalho da Pastoral Familiar. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o bispo de Portalegre-Castelo Branco adianta as expectativas para o VII Encontro Mundial das Famílias (Milão, 30 de Maio a 3 de Junho) e para a renovação deste sector da pastoral em Portugal.


Agência Ecclesia (AE) - Estará presente no Encontro Mundial das Famílias?
D. Antonino Dias (AD) - Sim, tenciono estar.

AE - Que espera deste Encontro?
AD - Espero que seja um momento capital para chamar mais uma vez a atenção para a importância da família e para a grandeza da sua missão na construção e humanização das sociedades e do mundo. A família é uma realidade tão rica e tão importante, para as pessoas, as sociedades e os Estados, que não podemos deixar de aplaudir e acompanhar todas as iniciativas que a promovam e defendam.

AE - “A Família: o trabalho e a festa” é o tema do Encontro. Que desafio espera que sugira aos tempos de instabilidade e incerteza que se vivem, nomeadamente na Europa?
AD - Espero que a reflexão e os trabalhos ajudem a concretizar aquilo que o Santo Padre formula na convocação do Encontro. Que as exigências e os tempos do trabalho se harmonizem com os da família e a família recupere o sentido verdadeiro da festa. Será, com certeza, um desafio para que todos nós, a começar pelos decisores políticos e económicos e todos quantos cuidam do bem comum, sintamos o dever de proteger e defender a instituição familiar e de lhe favorecer, por direito, condições de vida digna e com qualidade.

AE - Que contributos e novos dinamismos recebe a Pastoral Familiar destes encontros?
AD - São encontros mundiais, ao mais alto nível, incluindo a presença do Santo Padre. Como tal, tornam-se sempre pontos de referência, com dinâmicas, conteúdos e apelos que estimulam. Além disso, a quantidade e a diversidade de participantes interessados na verdade da família, conduz a uma partilha de preocupações e esperanças que muito podem contribuir para imprimir novo fôlego e mais qualidade nesta tarefa de defesa e proteção da família.

AE - Que rumo está a ser definido para a dinamização da Pastoral Familiar na Igreja Católica em Portugal?
AD - Entendo que não se pode repensar a Igreja em Portugal - processo que está em curso - sem se repensar a pastoral da família, que é ampla e abrangente. Neste momento ela promove e coordena, de alguma forma, algumas iniciativas de âmbito nacional e procura pontos de encontro com os responsáveis diocesanos, os movimentos e serviços familiares, sem os querer substituir e sem se deixar substituir por eles, embora conte sempre com a espiritualidade e ação especializada que os movimentos e serviços prestam. E são muitos, variados e preciosos.

AE - Que desafio constituem para a Pastoral Familiar em Portugal as mudanças que ocorrem na família, as diferentes formas de pertença e de vínculo no seu interior?
AD - Um grande desafio: apresentar com renovado vigor a verdade sobre o matrimónio e a família e a sua importância para a estabilidade e humanização da sociedade. A visão redutora do matrimónio e da família torna necessário que anunciemos a beleza do desígnio de Deus sobre o amor humano e que as famílias cristãs sejam capazes de marcar e testemunhar a diferença, com alegria e firmeza convincentes. Assim se fortalecerão as famílias em caminhada e dar-se-ão razões de esperança àquelas que atravessam situações muito difíceis e dolorosas, onde é preciso fazer ecoar, com amor e respeito, a Palavra de Deus, rico em misericórdia.

AE - De que forma a Pastoral Familiar em Portugal promove a inclusão?
AD - Evangelizando e promovendo o acolhimento da diversidade e da pessoa diferente, dentro da família e fora da família. Fomentando o respeito por todos e cada um e a obrigação de se prestar atenção aos outros, sobretudo os que vivem sozinhos e os pobres e necessitados, para que todos se sintam amados e úteis e não peso ou estorvo. Para esta inclusão são de capital importância a solidariedade de vizinhança, as redes de apoio à família, os grupos sociocaritativos, as equipas de visitadores e todas as inicativas que ajudam a fomentar os laços de fraternidade atenta e eficaz.

Catedral de Milão