Ecologia dos afetos
1. A educação dos afetos
Há pessoas muito racionais e frias nas suas relações com os outros, mas que ficam melindradas quando alguém lhes toca no seu amor próprio, põe em causa o seu discurso ou a sua opinião, mostrando que não se aplica na situação presente. Isto deve fazer-nos pensar sobre como educamos a nossa personalidade. A exaltação da racionalidade sem ter em conta outros aspetos da vida do ser humano, sobretudo as suas relações com outros e com o ambiente, não pode ser considerada uma educação boa, integral, à qual se refere, por várias vezes, a recente encíclica do Papa Louvado sejas, sobre o cuidado da casa comum.
No exercício das nossas relações com os outros, com a natureza e com Deus, precisamos de envolver todas as capacidades de que estamos dotados, corpo, sentidos, vontade, inteligência e respeitá-las também nos outros. Os demagogos que usam apenas a palavra, os argumentos racionais, sem implicação das suas pessoas, sem coerência de vida, sem sensibilidade e afeto para com os outros, depressa caem na desgraça dos seus ouvintes e deixam de ser escutados.
Mas como e onde podemos desenvolver estas múltiplas capacidades de que estamos dotados? Nesta breve nota irei apenas falar de uma, mas que envolve todas as outras: a educação para os afetos, para a gratuidade, a solidariedade, a atenção aos outros, para o amor. Antes de aprender a falar, já a criança aprende a sentir e expressar o seu afeto, no berço, ao colo, na família.
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