terça-feira, 19 de maio de 2015

Supremo princípio da doutrina social da Igreja

1. Conflitos e reconciliação

Nas últimas semanas escrevi algumas notas sobre os princípios fundamentais da doutrina social da Igreja, um precioso património para aplicar a justiça na convivência pacífica dos povos e na coesão social das democracias. Tratando-se de vários princípios, estão todos orientados para a realização da dignidade da pessoa humana, na sua singularidade e nas múltiplas relações em que está inserida. Apesar de tudo, mesmo aceitando esses princípios, nem sempre se está de acordo na sua aplicação. Daí surgem divergências, por vezes violentas, e o recurso a árbitros e tribunais, cujas sentenças podem divergir e deixar insatisfeitas as partes em oposição. Nas últimas semanas os meios de comunicação falam muito de violência nas famílias, nas escolas, nas empresas, em alguns países, da fuga de milhares de pessoas à guerra, à fome, enfrentando inúmeras adversidades e até a morte, etc. Agora que se aproximam as eleições legislativas começa a sentir-se muita violência verbal entre os partidos. Espero que não chegue a vias de facto, de modo que se torne possível criar consensos, para viabilizar um governo.


Estaremos condenados a não nos entendermos e serão os conflitos e guerras violentas um destino inevitável? Embora nem todos acreditem e se orientem pela pedagogia de Jesus Cristo, que a Igreja deve seguir e praticar, vou lembrar aqui a razoabilidade de seu conselho, ou mesmo preceito: sede misericordiosos como vosso Pai celeste é misericordioso (Lc 6, 36). Este preceito é exemplificado de muitas maneiras, como na resposta de Jesus à pergunta do apóstolo Pedro sobre quantas vezes se deve perdoar: até setenta vezes sete, ou seja, sempre (cf. Lc 17, 4).

S. Paulo diz isto mesmo no belo hino à caridade (1 Co 13, 1 ss):se não tiver amor, nada sou. A caridade, no sentido que Jesus a viveu, dando a vida pelos seus inimigos, é realmente o vínculo da perfeição.

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