domingo, 27 de dezembro de 2015
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
sábado, 12 de dezembro de 2015
CATEDRAL DA DIOCESE DE BEJA
Reabre com celebrações da Porta Santa do Jubileu da Misericórdia
e da consagração do novo altar
No próximo domingo, dia 13, às 16h00, realizam-se as cerimónias de abertura da Porta Santa do Ano Jubilar da Misericórdia e de sagração do novo altar da Catedral de Beja, presididas pelo bispo D. António Vitalino Dantas.
Esta Catedral – a igreja de Santiago, um dos mais notáveis monumentos religiosos do Alentejo – foi alvo de extensas obras de restauro, num projecto-piloto de reabilitação delineado pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja e concretizado no âmbito da Associação Portas do Território, com o co-financiamento do Programa Operacional Regional do Alentejo.
A requalificação da Sé (como é conhecida popularmente em Beja) contou com o empenhamento da Paróquia, do Cabido e da própria Diocese, além do apoio técnico do Município de Beja e da Direcção Regional de Cultura do Alentejo. Os trabalhos iniciaram-se em Novembro de 2014, durando aproximadamente um ano. Foram orçamentados em cerca de 1,5 milhões de euros, mas um acompanhamento rigoroso da empreitada permitiu reduzir esse investimento inicial em quase 350.000 euros. A taxa de co-financiamento comunitário ascendeu a 70% do valor total.
É muito interessante assinalar ter-se conseguido uma intervenção verdadeiramente exemplar, em termos patrimoniais”, assinala fonte do Departamento do Património da Diocese, “associando as mais modernas tecnologias e a manutenção dos materiais e técnicas construtivas tradicionais”. E acrescenta: “após terem sido recuperadas dezenas de igrejas históricas na nossa região, esta foi uma prova de fogo – trata-se da igreja-mãe da Diocese, todo um símbolo”.
Como lembra o Cerimonial dos Bispos, “A igreja catedral é aquela em que está a cátedra do Bispo, sinal do magistério e do poder do pastor da Igreja particular, bem como sinal de unidade dos crentes naquela fé que o Bispo anuncia como pastor do rebanho. É nessa Igreja que o Bispo preside à liturgia nos dias mais solenes e, a não ser que as circunstâncias pastorais aconselhem outra coisa, consagra o santo crisma e realiza as sagradas ordenações.”
Referência no percurso do Caminho de Santiago que liga o Sudoeste peninsular a Compostela, a igreja de Santiago remonta ao século XIII, sendo a sede de uma das mais antigas paróquias de Beja. Alvo de reconstrução integral, em torno de 1590, segundo projecto do arquitecto Jorge Rodrigues, ganhou a feição de uma “igreja-salão”, ao gosto do Maneirismo.
Em 1925, por iniciativa do bispo D. José do Patrocínio Dias, foi elevada a Catedral e recebeu importantes obras, entre 1932 e 1947, sob a direcção de Diogo de Castro e Brito, que muito contribuiu para a sua valorização artística.
Enfrentando, há anos, severos problemas de conservação, a Catedral de Beja chegou a estar sob a ameaça de ruína, com o colapso de parte da torre e de alguns sectores das suas três naves. Agora, finalmente recuperada, volta a assumir o seu protagonismo na vida religiosa e cultural do Baixo Alentejo.
“É com grande satisfação que, após obras de grande complexidade, se devolve o monumento à cidade e à região, de cuja identidade representa uma parte muito significativa”, salienta ainda a mesma fonte do Departamento do Património Histórico e Artístico. “Salvou-se o monumento, o calendário foi cumprido, mesmo com os dramáticos estragos provocados pelas intempéries deste Outono; existe a satisfação generalizada de se ter chegado ao fim, sem derrapagens técnicas, financeiras ou temporais”.
A Associação Portas do Território, constituída em 2008 por iniciativa da Diocese e da Câmara Municipal de Beja, agregou posteriormente a Santa Casa da Misericórdia local. É formada por voluntários e, em estreita ligação com o Departamento do Património Histórico e Artístico, já levou a cabo a reabilitação de três imóveis classificados, de grande significado local: a ermida de Santo André (propriedade do Município), a capela de Nossa Senhora do Rosário e a igreja de Nossa Senhora ao Pé da Cruz (propriedade da Diocese).
sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
Somos todos irmãos
Mensagem de Natal dos Bispos de Beja
Conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós Se fez pobre, para vos enriquecer com a Sua pobreza (2Cor.8,9).
Sim, nós cristãos podemos fazer nossas estas palavras de S. Paulo, sobretudo no contexto deste Ano Jubilar e na proximidade das celebrações natalícias, palavras reveladoras da misericórdia de Deus que vem ao nosso encontro para que, também nós, saiamos ao encontro dos pobres e necessitados, e não apenas para dar, mas também para receber. Longe de nós o paternalismo de quem dá coisas aos pobres apenas para que nos fiquem obrigados e presos a nós, como se também nós não precisássemos de receber deles. A misericórdia de Deus tem o poder de nos irmanar e de tornar possível a alegria profunda da comunhão e da festa que desapareceu da vida de quem vive para si mesmo.
Isto mesmo experimentou o Papa nos bairros pobres e degradados da África, na sua recente viagem apostólica. Impressionou-o a efusão de alegria dos seus habitantes, ao contrário daqueles que idolatram o deus dinheiro e desprezam os valores do Espírito. Por causa dele vendem a alegria e os valores humanos ao diabo. Estes vivem para si mesmos, para o seu prazer e estão mergulhados numa tristeza profunda. Aqueles vivem uns para os outros e têm estampada nos seus rostos, apesar da sua pobreza, a alegria de fazer bem ao seu semelhante.
Os simples, os pastores, os buscadores do sentido das suas vidas alegraram-se quando encontraram, envolto nas palhas da mangedoura, o Menino em quem reconheceram a manifestação da vida de Deus, o Messias Salvador. Também nós hoje O podemos encontrar não nos palácios, nos banquetes dos ricos, mas nas choupanas ou barracas dos pobres e nas mesas das famílias onde há mais amor que pão ou presentes de jogos egoístas.
Como alguém se expressou, o melhor presente de Natal é a presença de toda a família junto dos membros mais débeis, crianças, doentes e idosos. Onde dois ou três estiverem reunidos no amor aí nasce Jesus, aí está Deus.
Em quase todas as aldeias há lares ou unidades residenciais de idosos. Como é belo nesta altura de Natal vermos crianças, grupos de catequese, jovens e grupos corais cantar o Menino, com as belas melodias do Cante Alentejano, junto destes irmãos idosos. Mas como seria ainda mais belo se os membros de cada família se juntassem e, onde isso for viável, os levassem para os seus próprios lares, passar esta quadra festiva nos ambientes em que decorreu a sua vida. Celebrando o Natal de Jesus, aconteceria também o fortalecimento da alegria da comunhão, sabendo-nos verdadeiramente irmãos e filhos de Deus e trazendo para as nossas vidas quem as marcou.
Nesta quadra muitos sentem mais fortemente a ausência e a distância física dos entes queridos e das aldeias natais, sobretudo os emigrantes e os refugiados. Como seria bom se cada família convidasse os imigrantes separados das suas famílias e que passam esta quadra nas nossas terras, para cear e conviver connosco! Uma grande oportunidade de, vencendo barreiras e ultrapassando preconceitos, fortalecer e testemunhar a verdade de que todos somos irmãos.
Assim acontece Natal na celebração do nascimento de Jesus e de uma vigorosa fraternidade, que nos faz verdadeira família humana de irmãos. E, para quem anda de ânimo abatido e acredita no amor de Deus por nós, oportunidade de se aproximar do Sacramento da Reconciliação, para acolher a misericórdia de Deus neste Ano Jubilar a ela dedicado e para depois a praticar junto daqueles de quem se anda mais afastado, renovando assim os laços da família humana e cristã.
Os bispos de Beja desejam a todos os diocesanos um Santo Natal de Jesus na alegria de nos sabermos amados e reconciliados com Deus e uns com os outros, e assim fazermos a experiência de que somos verdadeiramente irmãos em Cristo e filhos do mesmo Pai.
Aos colaboradores mais diretos e próximos, clero, consagradas e consagrados, que lembramos especialmente neste Ano da Vida Consagrada que termina no dia 2 de fevereiro, aos catequistas e leigos empenhados nos serviços, nos movimentos e nas paróquias, sem esquecer os membros do Sínodo diocesano, expressamos a nossa gratidão e desejamos feliz Natal e fecundo Ano Novo, com a nossa bênção.
Que possam receber a abundância das graças que o Senhor tem preparadas para cada um neste Natal e no Ano Novo.
† António Vitalino, Bispo de Beja
† João Marcos, Bispo Coadjutor de Beja
08DEZ2015
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
8 de Dezembro: Dia Santo, dia Grande
1 – SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO
O dogma da Imaculada Conceição estabelece que Maria foi concebida sem mancha de pecado original e foi proclamado pelo Papa Pio IX, no dia 8 de Dezembro de 1854, na Bula Ineffabilis Deus, que diz: “Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua concepção, foi por singular graça e privilégio de Deus omnipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do género humano, preservada imune de toda mancha de culpa original, foi revelada por Deus, portanto, deve ser firme e constantemente crida por todos os fiéis” (DS 2803)
O título litúrgico da Imaculada Conceição que os católicos invocam, professa uma prerrogativa concedida unicamente a Nossa Senhora: Maria foi concebida sem a mancha do pecado original. O título expressa, portanto, que a mãe de Jesus é toda santa, a cheia de graça, desde o momento da sua concepção. A declaração dogmática não introduz, contudo, nenhuma novidade no património da fé da Igreja, mas ratifica de modo definitivo e solene uma verdade que estava presente na consciência da Igreja. O valor doutrinal desta festividade aparece na prece da celebração litúrgica, que sublinha o privilégio concedido à Mãe de Deus - “Ó Deus, que pela Imaculada Conceição da Virgem preparaste ao teu Filho uma morada digna dele...”.
Em 1830 há registos da aparição de Nª Senhora a Sta Catarina Labouré, a quem mandou cunhar uma medalha com a efígie da Imaculada e as palavras: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós”. Esta medalha, difundida aos milhões em todo o mundo, suscitou grande devoção a Maria Imaculada, induzindo muitos bispos a solicitar ao Papa a definição do dogma, que já estava a ser vivido pelos fiéis desde há muitos séculos atrás. Quatro anos após a proclamação do dogma, tiveram lugar as aparições de Lourdes, consideradas pela Igreja como uma confirmação do mesmo. Maria ao falar no dialecto local, disse: “Que soy era Immaculada Councepciou” – “Eu sou a Imaculada Conceição”.
Imaculada Conceição e Portugal: Em Portugal, o culto foi oficializado por D. João IV, primeiro rei da dinastia de Bragança, que foi aclamado quando se iniciava a festa de Imaculada Conceição. Nas cortes celebradas em Lisboa no ano de 1646, declarou D. João IV que tomava a Virgem Nossa Senhora da Conceição por padroeira do Reino de Portugal. Já no séc. XV o Rei D. Duarte fala desse título de Maria, desenvolvendo-se toda uma teologia que levou a que, no ano de 1646, D. João IV, depois da restauração de Portugal, deponha a coroa do Reino aos pés de Maria, em Vila Viçosa. (Ecclesia)
2 - O CONCÍLIO VATICANO II ENCERROU HÁ 50 ANOS
A Igreja Católica assinala hoje, dia 8 de Dezembro, os 50 anos do encerramento do II Concílio do Vaticano (1962-1965), acontecimento que marcou o catolicismo contemporâneo na sua identidade e na sua relação com a sociedade.
O professor José Eduardo Borges de Pinho, da UCP, no contexto dos 50 anos do Concílio Ecuménico Vaticano II assinala que há “dificuldade” em situar a Igreja face às suas orientações mas “indiscutivelmente” a vida eclesial tem presente esses “frutos”. “No dia-a-dia da nossa vida na Igreja estamos mergulhados em muitas coisas que são fruto do Concílio, nem damos propriamente conta disso”. Destacam-se a “celebração litúrgica”, a “importância fundamental” dos leigos ou a “colegialidade episcopal”.
Borges de Pinho frisa que “indiscutivelmente” há muitos aspetos da vida da Igreja que são concretizações desta assembleia, ainda que “muita gente não tenha uma consciência” disso. “Hoje a tarefa que temos não é mais fácil porque há problemas que se tornam mais percetíveis. Temos de ser criativos para nos perguntarmos o que é aquilo que Deus pede hoje como cristãos católicos na receção do concílio, na sua aplicabilidade prática”.
“Nem tudo o que na altura se sonhou já foi concretizado e sentimos que há limites, fragilidades da nossa própria vida eclesial que realmente poderiam e deveriam estar já superadas que não estão”. Neste contexto, o professor catedrático da Faculdade de Teologia recordou, por exemplo, a colegialidade episcopal que “foi um tema complicado”, a realidade dos cristãos leigos onde se deram passos “muito significativos, mas ainda muito pequenos” para o que pode e deve ser uma Igreja “verdadeiramente responsável no seu conjunto”. Destaca ainda que a palavra “diálogo” é um “elemento-chave” do Concílio Vaticano II, a começar pelo “acolhimento de Deus”. “Não há outra forma de anunciar o Evangelho senão numa atitude de diálogo”. (Ecclesia)
3 - JUBILEU DEDICADO À MISERICÓRDIA
...
Em Março, o Papa Francisco decidiu proclamar um “jubileu extraordinário”, com início a 8 de Dezembro, centrado na “misericórdia de Deus”. “Será um Ano Santo da Misericórdia. Queremos vivê-lo à luz da palavra do Senhor: ‘Sede misericordiosos como o Pai’.
Francisco explicou que a iniciativa nasceu da sua intenção de tornar “mais evidente” a missão da Igreja de ser “testemunha da misericórdia”. O Papa defendeu que “ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus” e que a Igreja “é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém”. “As suas portas estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão. Quanto maior é o pecado, maior deve ser o amor que a Igreja manifesta aos que se convertem”.
É o 29.º jubileu na história da Igreja Católica, um Ano Santo extraordinário. “É um caminho que começa com uma conversão espiritual e temos de seguir por este caminho”.
A misericórdia é «a arquitrave que suporta a vida da Igreja». Por isso, deve ser reproposta «com novo entusiasmo e com renovada acção pastoral» à humanidade do nosso tempo. É desta consciência que nasce a iniciativa de celebrar o Ano santo da misericórdia: um «tempo extraordinário de graça» e de «regresso ao essencial», define-o Francisco na Bula de proclamaçãoMisericordiae vultus (Rosto de Misericórdia), entregue solenemente durante a celebração que teve lugar na tarde de 11 de Abril, na basílica de São Pedro.
«Chegou de novo para a Igreja o tempo de assumir o anúncio jubiloso do perdão», explica o bispo de Roma, reiterando que «a credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo». A bula recorda que o jubileu terá início no dia 8 de Dezembro, dia em que se celebra a Solenidade da Imaculada Conceição e o 50º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II, com a abertura da «porta da misericórdia» em São Pedro e, em seguida, nas basílicas papais e inclusive nas catedrais, santuários ou igrejas particulares espalhadas pelo mundo, como «sinal visível da comunhão da Igreja inteira».
O fio condutor e «lema» do Ano Santo - que termina a 20 de Novembro de 2016, dia da solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo, “rosto vivo da misericórdia do Pai”- será a palavra do Senhor: «Misericordiosos como o Pai». Entre os sinais peculiares da experiência jubilar, a bula indica sobretudo a peregrinação, as obras de misericórdia corporais e espirituais, o sacramento da penitência e a indulgência. Além disso, serão enviados «missionários da misericórdia», chamados a pregar «missões ao povo». (Ecclesia)
“Neste Ano Jubilar, que a Igreja se faça eco da Palavra de Deus que ressoa, forte e convincente, como uma palavra e um gesto de perdão, apoio, ajuda, amor. Que ela nunca se canse de oferecer misericórdia e seja sempre paciente a confortar e a perdoar. Que a Igreja se faça voz de cada homem e mulher e repita com confiança e sem cessar ‘Lembra-te, Senhor, da tua misericórdia e do teu amor, pois eles existem desde sempre’ (Sl 25, 6) ” (n.º 25).
domingo, 6 de dezembro de 2015
PAPA FRANCISCO - MIL DIAS DE PONTIFICADO
“Miserando atque eligendo” - “Olhou-o com misericórdia e escolheu-o”
Lema episcopal do Papa Francisco. Conservou-o, como Papa. Evoca uma passagem do Evangelho de Mateus.
Assinalam-se os primeiros 1000 dias do pontificado de Francisco. Eleito no dia 13 de março de 2013, Francisco completa 1000 dias de pontificado a 8 de Dezembro.
Jorge Mario Bergoglio, de 78 anos de idade, foi eleito como sucessor de Bento XVI após a renúncia do agora Papa emérito; Francisco é o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja e também o primeiro pontífice sul-americano.
Em 32 meses, o Papa argentino visitou o Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba e Estados Unidos da América, Quénia, Uganda e República Centro-Africana, bem como as cidades de Estrasburgo (França), onde passou pelo Parlamento Europeu e o Conselho da Europa, Tirana (Albânia) e Sarajevo (Bósnia-Herzegovina).
Realizou também dez viagens em Itália, incluindo uma passagem pela ilha de Lampedusa e uma homenagem no centenário no início da I Guerra Mundial, para além de outras visitas a paróquias na Diocese de Roma.
As Filipinas acolheram a 18 de Janeiro a maior celebração do atual pontificado, junto ao estádio ‘Quirino Grandstand’, na área do Parque Rizal, com seis milhões de participantes, o que representa um recorde na história da Igreja Católica.
Entre os principais documentos do atual pontificado estão as encíclicas ‘Laudato si’, dedicada a questões ecológicas, a ‘Lumen Fidei’ (A luz da Fé), que recolhe reflexões de Bento XVI, e a exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho).
O Papa argentino promoveu um Sínodo sobre a Família, em duas sessões, com consultas alargadas às comunidades católicas, e simplificou os processos de nulidade matrimonial.
Francisco está a promover uma reforma da Cúria Romana, a começar pelo setor administrativo-financeiro, com auditorias externas às contas do Vaticano e a criação de uma Secretaria para a Economia na Santa Sé, para além da implementação de medidas de transparência financeira no Instituto para as Obras de Religião (IOR, conhecido como Banco do Vaticano).
Além das várias críticas a um sistema económico e financeiro que “mata”, o Papa tem apelado à paz nas várias regiões do mundo afetadas por conflitos, assumindo a defesa dos cristãos no Médio Oriente, perseguidos pelo autoproclamado ‘Estado Islâmico’, e criticando quem justifica ataques terroristas com as suas convicções religiosas.
O Papa criou 38 novos cardeais, incluindo D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, e prelados de Cabo Verde, Etiópia, Mianmar, Panamá, Tonga, Tailândia e Vietname, entre outros.
Agência ECCLESIA
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
Missão e Vocação
Chamados do e para o povo
1. Partir de Cristo para as periferias
Começa o mês de Dezembro e também o ano litúrgico com o Advento. O fim do ano civil está à porta. No hemisfério norte temos o inverno e no sul, o verão. Na mudança de estação acontece o Natal, para os cristãos memória do nascimento de Jesus Cristo. Para toda a humanidade uma data significativa pelo peso que os países do mediterrâneo tiveram na evolução da civilização mundial, apesar da diversidade cultural e religiosa. Mas a que se deveu esta evolução? Sem querer exaltar o meu credo cristão, vou realçar nesta nota dois factores importantes, senão decisivos, para isto assim acontecer.
Primeiro, o acontecimento histórico da pessoa de Jesus Cristo, nascido na plenitude dos tempos de acordo com a revelação cristã, embora nem o povo das suas origens biológicas nem a terra onde nasceu estivessem no centro da civilização mediterrânica, pois o centro político era Roma e não Belém ou Jerusalém e o centro cultural era Atenas. Mas a narrativa da sua vida e mensagem foram uma novidade nunca vista. Não foram o poder económico ou politico nem muito menos o fruir dos prazeres da natureza que orientaram a sua vida e mensagem, mas o remar contra a corrente e a paixão pelo bem da humanidade até ao dom da própria vida.
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
VISITA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
À DIOCESE DE BEJA
A 22 de Novembro, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, vinda de Évora, começou a sua visita à Diocese de Beja, a qual decorrerá até 6 de Dezembro próximo.
Este acontecimento decorre no quadro da preparação do primeiro centenário das aparições da Virgem Maria, no lugar da Cova da Iria, em Fátima, aos três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta, no mais alto curso da Primeira Guerra Mundial, demonstrando, com os acontecimentos e as palavras maior mensagem profética, de conteúdo genuinamente evangélico e de alcance universal, depois da conclusão do livro do Apocalipse, com o qual se encerra o cânone do Novo Testamento – e, com ele, a Bíblia –, que foi constituída e apontada do alto da cruz por Jesus Cristo, seu Filho, como Mãe de todos os homens, a quem ama e por quem se interessa, não os deixando seguir os caminhos errados dos seus pensamentos e coração, e apontando-lhes o caminho da salvação, da reconciliação e da paz, para que todos se possam reconhecer, reencontrar e viver como filhos de Deus e irmãos uns dos outros, assegurando assim um futuro de esperança às gerações vindouras, ao mundo e à própria criação.
A visita iniciou-se no Arciprestado de Beja, com o acolhimento da Imagem Peregrina, acompanhada pelos Senhores Vigários Gerais e por numerosas viaturas da Arquidiocese de Évora e da Diocese de Beja, no Parque de Mendro, mesmo junto aos limites do distrito de Beja. Aí aguardavam-na duas motos da GNR, numerosos motards e muitos populares do Arciprestado de Beja, que então partiram, por volta das 16 h, para a cidade de Beja, enquanto ao longo do percurso se iam juntando outras viaturas e mais motards e se dispunham, aqui e ali, populares para saudarem a imagem daquela que, do Céu, quis transmitir ao mundo e à humanidade palavras de imenso amor e afeto materno, visitando Portugal, terra que é sua, porque chamada – e de verdade é – “Terra de Santa Maria”. (Notícias de Beja).
A partir de Beja, a Imagem peregrina tem percorrido os vários arciprestados da Diocese (Beja, Cuba, Moura, Santiago do Cacém, Odemira, Almodôvar) e, nas paróquias e nos lugares de passagem acontecem momentos de oração, de reflexão e de devoção à Mãe de Deus. Também se realizam procissões de velas, às quais acorrem muitas pessoas que rezam, cantam e manifestam o seu amor à Virgem Imaculada.
Faltam poucos dias. A Imagem será entregue à Diocese do Algarve. Em Maio próximo, chegará ao Santuário de Fátima de onde saiu no mês de Maio passado. Os testemunhos expressos por muita gente anónima e por muitas comunidades reunidas para acolherem a Visita da “Senhora mais brilhante que o sol”, demonstram que esta feliz iniciativa movimentou muitas pessoas, tocou muitos corações e abençoou muitas terras e muitos caminhos.
Virgem de Fátima, Senhora, abençoai o povo do Alentejo, a diocese de Beja, o nosso Portugal.
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Mensagem dos Bispos de Beja
Misericordiosos como o Pai
A misericórdia do Pai, a paz de Jesus Cristo Nosso Senhor, e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco!
Queremos convidar-vos, queridos irmãos e irmãs, a celebrar e a viver intensamente, com toda a Igreja, o Ano Jubilar da Misericórdia promulgado pelo Papa Francisco, para comemorar os 50 anos da conclusão do Segundo Concílio do Vaticano. Inaugurado por S. João XXIII e concluído pelo beato Paulo VI, o último Concílio Ecuménico preparou a Igreja para estes novos tempos, em que devemos anunciar o mesmo Evangelho de sempre em contextos muito diferentes daqueles que foram os da cristandade. O tempo da cristandade passou e o Papa Francisco não se cansa de nos lembrar a urgência de recentrar a vida e a ação da Igreja no essencial, para que possamos revelar e oferecer ao mundo, com mais eficácia, o tesouro da misericórdia de Deus. Essa renovação profunda deve começar, necessariamente, por cada um de nós. Por isso vos pedimos: abri os corações à misericórdia do Senhor para vos tornardes, em Cristo, misericordiosos como o Pai.
1. A misericórdia revela Deus
De facto, para sermos cristãos, não nos basta saber coisas acerca de Deus, de Cristo e da Igreja; cada um de nós precisa de viver a experiência concreta da Sua misericórdia que nos liberta do poder das trevas e nos faz passar para o Reino de Seu Filho muito amado (cf. Cl.1,13). A nós, que estávamos mortos em nossos pecados, Deus, que é rico em misericórdia, vivificou-nos juntamente com Cristo e com Ele nos ressuscitou e nos fez sentar nos céus (cf Ef 2,1.4-6). Se nestas palavras de S. Paulo reconheces a tua história e o programa da tua vida futura, feliz de ti que alcançaste misericórdia! Sê misericordioso, porque, segundo a promessa do Senhor, sempre alcançarás misericórdia (cf Mt 5,7).
Para podermos alcançar misericórdia e testemunhá-la ao mundo, serve precisamente este Ano Jubilar. Por meio dele, Cristo Bom Pastor vem à procura das suas ovelhas transviadas. Deixa-te encontrar por Ele, sai dos esquemas egocêntricos e mesquinhos em que te resguardas, abre-te à largueza da Sua graça, deixa-te apascentar e conduzir por Ele até à casa do Pai, que te espera transbordante de amor e de perdão, para te abraçar e te revestir da dignidade própria dos seus filhos, tal como vemos na parábola do filho pródigo.
2. A Igreja, estalagem da misericórdia
Constituída por pecadores que acolheram o Evangelho e estão a caminho da Terra Prometida, a Igreja é, no dizer do Papa Francisco, como um hospital de campanha ou como a estalagem da parábola do Bom Samaritano, onde o Senhor nos recebe misericordiosamente e cura as nossas feridas. A Igreja é o lugar de encontro de Deus com o homem e do homem com Deus, o lugar da graça e da misericórdia. Nela, Jesus é o rosto do Pai misericordioso que nos atrai, e, como Ele próprio afirmou, a porta pela qual entramos para ser salvos. Por Ele entramos na comunhão da Igreja ao sermos batizados e ao renovarmos o Batismo no sacramento da Reconciliação. Por Ele, impelidos pelo Seu Espírito, saímos como Igreja enviada ao mundo para dar testemunho da Sua misericórdia e anunciar o Evangelho.
A propósito, transcrevemos aqui o que diz o Santo Padre na bula de proclamação do Jubileu: a arquitrave que suporta a vida da Igreja é a misericórdia. Toda a sua ação pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo.
Citando a encíclica Dives in Misericordia de S. João Paulo II, continua o Papa: « A Igreja vive uma vida autêntica quando professa e proclama a misericórdia, o mais admirável atributo do Criador e do Redentor, e quando aproxima os homens das fontes da misericórdia do Salvador, das quais ela é depositária e dispensadora». Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai. Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos – em suma, onde houver cristãos –, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia. (Cf Bula O Rosto da Misericórdia nn. 10 ss)
3 – Acolher, cultivar e testemunhar
Para que estas palavras se tornem realidade nas nossas paróquias e na nossa diocese procure cada um acolher a misericórdia, cultivar a misericórdia sobretudo na igreja e na família, e dar testemunho da misericórdia.
Convertamo-nos à misericórdia de Deus que nos revela a nossa miséria, nos põe na humildade e nos mostra a necessidade absoluta de sermos salvos desta ilusão hoje tão propagada de que não precisamos d’Ele para ser felizes. Reconciliemo-nos com Deus confessando os nossos pecados e recebendo o Seu perdão no Sacramento da Reconciliação.
Cultivemos no seio de cada comunidade cristã a misericórdia pois não tem condições para se desenvolver fora dela. A ácida atmosfera do mundo em que vivemos é adversa à cultura da misericórdia, mas o mundo precisa dos seus frutos para subsistir. A árvore da misericórdia dá frutos na terra, mas tem no céu as suas raízes e alimenta-se do Espírito que nos é dado gratuitamente por Jesus Cristo. A Igreja é a estufa, o ambiente propício onde esta frágil planta pode desenvolver-se, florescer e frutificar. É nela que recebemos o Espírito Santo e aprendemos a não julgar, a perdoar, a orar em comum, a praticar a correção fraterna. É em comunidade que aprendemos a ser solícitos pelo bem dos outros, aceitando-os como são, ajudando-os e servindo-os, esquecendo-nos de nós mesmos, é lá que aprendemos a amar os inimigos e a dar a própria vida imitando o Senhor Jesus.
Convidamos-vos a aprender de cor e a praticar as catorze obras de misericórdia, corporais e espirituais. As corporais são: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, assistir aos enfermos, visitar os presos, sepultar os mortos. E as espirituais são estas: dar bom conselho, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os tristes, perdoar as injúrias, sofrer com paciência as fraquezas do próximo, rogar a Deus por vivos e defuntos. Podemos resumi-las em catorze verbos: alimentar, dessedentar, agasalhar, albergar, curar, visitar e sepultar; aconselhar, ensinar, corrigir, consolar, perdoar, suportar e orar.
Testemunhemos a misericórdia! Ao longo dos tempos, conforme as circunstâncias, para além da prática individual e discreta que só Deus conhece, os cristãos encontraram formas organizadas e públicas de praticar as obras de misericórdia. Desde o século XVI as Santas Casas da Misericórdia, fundadas por todo o lado em Portugal, tornaram-se expressões eficientes da caridade cristã para com os necessitados. E agora, quanta assistência se faz nos Centros Sociais e em muitas instituições cristãs de solidariedade cujo único objetivo é fazer o bem a quem precisa, dentro e fora da Igreja, em Portugal e no mundo! Quantos Institutos e Congregações Religiosas, quantas organizações da Igreja Católica auxiliam os pobres e necessitados e são, em todo o mundo, sinais da misericórdia de Deus e da solicitude da Mãe Igreja para com os pobres?
Hoje, entre nós, talvez não seja preciso multiplicar as Instituições que se dedicam à prática da Caridade, mas é necessário que sejam revitalizadas pela seiva do Espírito, para que a sua ação não fique reduzida a mero altruísmo. É por amor a Cristo presente nos pobres e necessitados que nós cristãos praticamos as obras de misericórdia. Sem isso, seríamos erradamente louvados pelos homens que, ao ver as nossas boas obras, devem glorificar o Pai que está nos céus, e não a nós.
4. Peregrinações do Ano Jubilar
Vivamos os breves meses deste Ano Jubilar em conversão sincera. Façamos uma peregrinação jubilar e atravessemos a Porta da Misericórdia para recebermos o dom da indulgência plenária, importantíssima não apenas para nos fazer progredir na comunhão com o Senhor, mas também para edificar a comunhão nas nossas comunidades cristãs.
Para recebermos a graça da indulgência plenária que nos liberta de qualquer resíduo das consequências do pecado e nos habilita para agirmos com caridade, cultivando a comunhão fraterna, além de uma confissão bem-feita, detestando o pecado e com firme propósito de emenda e de participar na Eucaristia e comungar sacramentalmente, é necessário também proclamar o Credo e rezar pelas intenções do Papa.
Para além da abertura solene da Porta da Misericórdia no domingo dia 13 de dezembro e da dedicação do novo altar da Sé, celebração duplamente importante para a qual todos estão convidados, apresentamos-vos o programa das peregrinações jubilares dos diversos arciprestados da diocese à nossa catedral: Odemira, em 21 de Fevereiro; Almodôvar, em 28 de Fevereiro; Moura, em 6 de Março; Beja, em 13 de Março; Santiago do Cacém, em 3 de Abril e Cuba, em 17 de Abril.
Além destas, estão programadas também outras peregrinações que vos anunciamos desde já: encerramento do Ano da Vida Consagrada em 30 de janeiro; Forum Jovem em 19 de março, e Jubileu dos Diáconos em 29 de maio. Outras ainda serão anunciadas oportunamente. Lembramos a Peregrinação Diocesana ao Santuário de Fátima em 25 e 26 de Junho, (Jubileu Mariano), na qual confiaremos a Nossa Senhora as conclusões do Sínodo Diocesano. Os párocos terão o cuidado de preparar convenientemente estas peregrinações, para que os fiéis possam receber abundantemente as graças deste jubileu.
A Virgem Santa Maria, Mãe de misericórdia, que na sua imagem peregrina nos está visitando como que a preparar-nos para o início do Ano Jubilar, interceda por todos nós e abençoe as famílias, as paróquias e todas as comunidades da nossa diocese.
Beja, 29NOV2015
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