Revitalização da Missão
Longe de tudo, perto de Deus
As paróquias de Sabóia e de Santa Clara a Velha estão situadas no que se chama “Alentejo profundo”, perdidas na serra e distantes dos centros urbanos do litoral ou da capital do distrito. São muitos quilómetros, estradas pouco cuidadas, acessos difíceis. Mora lá gente, a maior parte, com muita idade, mas com uma sabedoria e uma vivência de quem lutou e de quem preservou o legado dos seus antepassados.
Em Março do ano passado, estas paróquias e as comunidades de Luzianes e de Pereiras-Gare viveram a Missão Popular. Foi um momento alto da vida para aquelas pessoas e para as suas instituições e associações (Lar, Escolas, Centro de Dia). Com a presença dos Missionários e, sobretudo, com o trabalho continuado e empenhado das Missionárias do Espírito Santo (Irmãs Emília, Ascensão e Gorete) que colaboram com o P. Júlio Lemos, algo de novo tem acontecido por aquelas terras e no coração daquelas gentes. As comunidades familiares continuam a reunir, os doentes, velhinhos e sózinhos são visitados regularmente, às famílias, por ocasião das festas natalícias, chegou, de viva voz, uma mensagem de alegria e de fraternidade. Muito se tem feito por aqueles lados!
Retiro Popular
Para celebrar o aniversário da Missão, logo no início da Quaresma, fez-se uma semana de retiro popular, animado pelo P. Agostinho. Houve momentos de oração, de reflexão, de celebração dos sacramentos (Eucaristia, Reconciliação e Unção dos Doentes). De novo, com a companhia de vários voluntários, fez-se a visita a muitos doentes, alguns deles com muita idade (100 anos ou muito próximo de os fazer!), mas também com muitas lições de vida e lindas orações e testemunhos. Dá gosto ouvi-los! Faz bem escutá-los, pois rezam as orações que aprenderam, com alma e coração. Também foi interessante o encontro das pessoas de idade e das crianças, em Santa Clara a Velha e em Luzianes. O diálogo e as perguntas-respostas animaram um pedaço da tarde.
Para além das “coisas da Missão”, em Sabóia, nasceu um Grupo a quem foi dado o nome de “Grupo Sorriso”. Também aqui, toda a população está a ser mobilizada para a reparação do telhado da Igreja e para o restauro da imagem da Padroeira, Nossa Senhora da Assunção.
Nestas terras, percebe-se que há um antes da Missão e um depois da Missão. A presença e proximidade das Irmãs têm feito muitos “milagres”. Para este povo, a Missão foi tempo forte, tempo de graça, tempo de Deus. Renovar ou revitalizar a Missão, fazer um retiro popular, anima, ajuda a ganhar novo fôlego, faz sentir a caminhada feita e abre horizontes para ir em frente, para superar barreiras. Mesmo longe de tudo, parece que o céu se aproxima e Deus se torna mais próximo. Bendito seja Deus!
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja